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heculano microfone

J.Herculano Pires foi comunicado que Roberto Montoro, proprietário da Rádio Mulher, pretendia colocar na programação da emissora um programa espírita semanal, com a duração de uma hora. E mais: desejava fosse o programa estruturado e apresentado por ele.  O apóstolo de Kardec aceitou o convite, pois lhe fora assegurado que teria a mais ampla liberdade, “podendo tratar do espiritismo em todos os seus aspectos, sem restrição, e responder a qualquer pergunta” dos ouvintes.

No Limiar do Amanhã ia ao ar aos sábados à noite e obteve sucesso imediato em São Paulo. A Rádio Mulher passou a reprisá-lo aos domingos, pela manhã. A Rádio Morada do Sol, de Araraquara e a Rádio Difusora Platinense, de Santo Antônio da Platina, no Paraná, retransmitiram-no, também, com expressiva audiência. O vigoroso programa prestou inestimável serviço à doutrina espírita durante três anos e meio. Herculano Pires, obviamente, jamais aceitou da Rádio Mulher qualquer espécie de remuneração.

Nesta seção do site, você vai poder ouvir os áudios originais dos programas, e também ler o texto  integral da transcrição.

 AGRADECIMENTOS

A Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires agradece a todos os que colaboraram com a criação do acervo desta seção, doando gravações dos programas, em especial a Aldrovando Góes Ribeiro, Maria de Lourdes Anhaia Ferraz e Miguel Grisólia.

 

No limiar do amanhã, um desafio no espaço.

O fenômeno espírita é assunto do dia em todo o mundo, seja na sua forma legítima de ocorrência mediúnica ou de fenômeno paranormal. Ele agita os meios culturais e científicos nos dois hemisférios. Muito oportuno portanto, a pergunta que recebemos, ou melhor a série de perguntas que nos foi enviada por um grupo de estudantes universitários para abertura do programa de hoje.

Pergunta 1: Sessões de materialização.

Pergunta: Há sessões especiais de fenômenos de materialização em São Paulo? E poderíamos assisti-las? Seria possível combinarmos com os dirigentes um trabalho comum de pesquisas?

JHP: A pesquisa espírita nesse campo exige pessoal especializado, médiuns dispostos a frequência regular, aparelhagem de controle e local apropriado para a sua realização. Existem alguns grupos que se aplicam a essa pesquisa, mas não dispõem das condições necessárias à uma investigação rigorosa. São grupos religiosos e não propriamente científicos.

Pergunta: Se não existem, como nos informaram, trabalho organizado nesse sentido. Qual a razão desse desinteresse dos espíritas pela investigação científica? Isso não prejudica o desenvolvimento da ciência espírita? O senhor não se interessa por isso?

JHP: Já realizamos trabalhos dessa natureza e particularmente alguns promovidos por outras pessoas. Acontece que nos últimos anos os espíritas praticantes mal conseguem vencer as solicitações da divulgação doutrinária e do atendimento urgente de casos de obsessão. As poucas pessoas em condições de realizar pesquisas científicas estão empenhadas em exaustivo esforço de atendimento de casos obsessivos e de orientação mediúnica. Há uma eclosão mediúnica no Brasil e no mundo.

Pergunta: Poderíamos contar com a assistência de espíritas capacitados para a organização de trabalhos de pesquisa? Não nos interessamos por pesquisas parapsicológicas, mas por pesquisas propriamente espíritas. Nosso grupo é pequeno, mas estamos dispostos a nos empenhar em uma pesquisa séria, sobre orientação segura.

JHP: Podemos indicar pessoas capacitadas a dar, e dar a nossa contribuição na medida do possível. Mas convém lembrar que necessitaremos para uma pesquisa eficiente, de médiuns dispostos a frequência regular, de local apropriado e da aparelhagem de controle. Sem esses recursos, seria inútil insistir-se num trabalho que não poderia dar a devida continuidade, dar os resultados com a devida continuidade.

Pergunta: O senhor está certo de que os fenômenos podem ser obtidos em pouco tempo? Não gostaríamos de perder muito tempo em pesquisas infrutíferas. Somos todos estudantes e dispomos de tempo limitado. Gostaríamos de uma resposta positiva.

JHP: Nada se pode afirmar sem o prévio conhecimento dos recursos indispensáveis, principalmente no campo mediúnico. A falta de tempo é elemento negativo. Qualquer pesquisa cientifica exige tempo, responsabilidade em horas certas e boas condições psicológicas dos pesquisadores. Deem um balanço em suas possibilidades, ficaremos à espera aqui na Rádio Mulher.              

No Limiar do Amanhã. Um programa de desafio. Produção do grupo espírita Emannuel. Transmissão 183, 4º ano.

Apresentação: José Pires e Teresinha Ribeiro. Técnica de som: Maria das Graças. Sonoplastia: Antônio Brandão. Direção e Participação: Professor Herculano Pires. Todas as semanas neste dia e neste horário, transmissão pela Rádio Mulher 730 kHz, São Paulo. Pela Rádio Morada do Sol 640 kHz, Araraquara. E pela Rádio Difusora Platinense 780 kHz, Santo Antônio da Platina, Paraná.

Gravação dos estúdios da Rádio Mulher, São Paulo Brasil.

Todas as semanas neste dia e neste horário.

Diálogo no Limiar do Amanhã. Uma busca radiofônica da verdade.

 

Pergunta 2: Onde fica a alma.

Pergunta 2: A ouvinte Josefina Alencar da rua 24 de Maio, pergunta. Se somos espíritos e temos um corpo espiritual e um corpo material, onde fica a alma? O corpo espiritual não seria a alma? Agradecerei as suas respostas que espero ansiosamente. Não sou contra o Espiritismo, mas também não sou espírita. Quero apenas esclarecer-me sobre essas questões, se possível.

JHP: O corpo espiritual constitui o instrumento de ligação do espírito com o corpo material. Poderíamos chamá-lo de alma, mas na verdade, no Espiritismo a alma não é esse corpo. Porque o corpo espiritual é também um instrumento do espírito. A palavra alma segundo a sua raiz latina quer dizer aquilo que anima, aquilo que dá vida. É a palavra anima latina. Ora, o que dá vida, o que anima o corpo não é o corpo espiritual. O que anima o corpo material é o espírito. O espírito agindo através do corpo espiritual, ligado ao corpo material, é que produz praticamente a vida. Anima, portanto, o corpo material.

Assim sendo, no Espiritismo se considera o seguinte. O espírito encarnado é a alma. O espírito quando desencarnado não pode ser chamado de alma, porque ele volta a ser espírito, ele volta à sua condição espiritual natural. Assim acontece uma coisa muito interessante para as pessoas que dizem que o Espiritismo vive lidando com almas do outro mundo. Na verdade, no Espiritismo não existem almas do outro mundo. No Espiritismo a alma é o espírito enquanto ele está animando um corpo aqui na terra. Porque a palavra alma quer dizer precisamente isso, aquilo que anima o corpo. Ora, uma vez que a criatura morreu, que o seu corpo material portanto se desligou do seu espírito. Uma vez que isto aconteceu, o espírito não está mais animando o corpo material. Deixou de ser alma, volta à sua condição natural de espírito.

 

Pergunta 3: Superpopulação na Terra: como fica no plano espiritual?

Pergunta 3: O ouvinte José Luís da Silva Leite da av. Jabaquara, pergunta: a Terra está ameaçada de superpopulação. Há gente demais na Terra. Se há espíritos que controlam tudo na natureza, não estão vendo isso?

JHP: Claro que os espíritos que controlam as coisas da natureza estão em seus postos. Acontece no mundo espiritual não aquilo que acontece na terra, a desorganização que nós aqui notamos em todas as atividades humanas. Pelo contrário, no mundo espiritual há uma ordem absoluta, bem estruturada. Porque se trata de um plano superior de vida onde as criaturas desempenham funções de acordo com responsabilidades muito elevadas e muito sérias. Isto naturalmente referindo-nos ao plano espiritual superior e aquelas figuras espirituais que mesmo vivendo em planos inferiores estão ligadas a esse plano superior, porque são funcionários, por assim dizer desse plano, junto aos departamentos diversos da natureza. Ora, no tocante a população terrena, a verdade é que ela é tão controlada como qualquer outro movimento que se processe na face da Terra. Os espíritos incumbidos de ordenar, de organizar o povoamento da terra, vem através de milênios. Desde o início do desenvolvimento da população humana no mundo, vem controlando o desenvolvimento dessa população. De maneira que não haja excessos perigosos e a que também não se chegue a extremos de destruição e de aniquilamento quase total da espécie. Há, portanto, uma vigilância permanente e constante, um controle absoluto.

Acontece que os homens andam clamando que existe população excessiva na Terra. Eles estão assustados e com razão. Porque a população do mundo multiplicou-se de tal maneira que nós temos hoje na Terra, no nosso planeta, nós temos uma população tão grande, tão extensa, que supre todas as populações do passado somadas, de todas as épocas anteriores. Isto é uma afirmação de um dos principais calculistas e estatísticos que trabalham no plano demográfico. Pois bem. Sendo assim, este aumento súbito e acelerado da população no mundo inteiro, vem trazendo transtornos, vem trazendo certas confusões. E é evidente que tinha de trazer. Numa casa de família por exemplo, onde a população aumenta, onde de repente começam a aparecer outros parentes que querem morar ali, que vem aumentar a família, sempre por maior que seja a casa, surgem transtornos diversos. Ora, a Terra é mais ou menos isso, uma grande casa abrigando uma grande família. Acontece que a família cresceu rapidamente, aumentou muito e está aumentando, continuamente. Então, há problemas que vão se acumulando e que vão surgindo e que aturdem os homens.

Fala-se em fome, fala-se na impossibilidade de continuar esse aumento de população porque não haveria espaço físico para isso. Entretanto, os debates mais profundos a respeito, como os que ocorreram ainda há pouco em Bucareste, capital da Romênia, numa uma reunião internacional promovida pela ONU. Os debates sérios a respeito estão demonstrando que não existe esse perigo iminente de uma superpopulação esmagadora na Terra. Mesmo porque o ritmo de crescimento da população nunca é contínuo como se pretende. O ritmo faz uma curva, uma curva bem delineada nos mapas estatísticos. Começa num impulso violento, sobe até um determinado ponto e de lá passa a declinar. Então nesse declínio ele vai restabelecendo novamente, aquilo que se chama o desenvolvimento vegetativo da população. Ora, sendo assim, nós não temos do que nos assustar. Porque já neste momento no mundo inteiro, está havendo uma regressão num processo violento do crescimento populacional. E uma regressão que se acentua em diversos países. De maneira que o controle natural, controle decorrente do próprio fenômeno de desenvolvimento populacional, está já em ação.

Mas além disso, é preciso considerar que os técnicos. E o Brasil tomou nessa reunião de Bucareste, tomou uma posição excelente, uma posição magnífica. Onde firmou o seu princípio de não aceitar nenhuma intervenção em seu processo de desenvolvimento populacional. Porque o Brasil tem áreas de sobra e necessita de braços, necessita de população, para o seu desenvolvimento. O Brasil tem muito a fazer e necessita de população. De maneira que a restrição aqui, do controle, a restrição da natalidade, o controle exagerado da natalidade, seria prejudicial aos nossos interesses, ao invés de ser benéfico como se pretende. Em outros muitos países do mundo ocorre a mesma coisa. Então formou-se na ONU um bloco decisivo de países que lutam para impedir as medidas que se propõe de controle restritivo do aumento de população no mundo. É curioso notar o seguinte. A China que é um dos países de maior população da Terra, ficou ao lado do bloco contrário à restrição da natalidade. A China entende que apesar de ter milhões e milhões de habitantes, entretanto a sua extensão territorial e suas possibilidades de produção de alimento e de controle de recursos naturais tanto da terra como do mar, são suficientes para atender a um aumento ainda bastante grande de sua população.

Dessa maneira, há numerosas contradições nesse terreno. Uns evocando Malthus [1], que foi o profeta do controle da natalidade no passado, pretendem que é necessário, é imperioso que se restrinja a natalidade, porque do contrário não haverá condições de sobrevivência para a humanidade. Outros, entretanto alegam que o problema da população não é propriamente um problema biológico, mas sim um problema de condições sociais. É mais um problema sociológico e um problema econômico. Porque é um problema ligado estreitamente à produção de alimentos e a sua distribuição. Há numerosas áreas do mundo bastante vastas e ainda inteiramente despovoadas. Há numerosas possibilidades de aumento da alimentação e de desenvolvimento da produção no mundo inteiro. E particularmente há a imensa possibilidade de exploração dos recursos marítimos para aumentar os recursos de alimentação na Terra. Não existe praticamente um aumento de população, por exemplo, nas zonas rurais. Este aumento de população excessivo, tem ocorrido nas zonas urbanas apenas e particularmente nas grandes cidades. As grandes cidades é que reclamam contra o aumento constante da população. No tocante as zonas rurais, tem havido até mesmo falta de população com o êxodo que geralmente ocorre não só no Brasil, como em numerosos países das populações do campo para a cidade em busca de trabalho. Há, portanto, uma falta de ordem, de organização na distribuição do trabalho, na organização da produção e particularmente na distribuição da produção. Há por exemplo em diversos países, colheitas imensas que ficam abandonadas por falta de transporte para os centros urbanos. Analisando tudo isto, não só os técnicos brasileiros, os chineses e outros técnicos que colaboraram com o bloco que sustenta a necessidade de não se tentar impedir o desenvolvimento populacional. Esses técnicos demonstraram de sobejo com dados estatísticos, que a população do mundo pode crescer ainda indefinidamente, sem que soframos as ameaças que são anunciadas pelos profetas das tragédias.

Ora, convém lembrar que no Espiritismo já há, no próprio texto doutrinário básico da doutrina, uma previsão a esse respeito. Os espíritos afirmaram, respondendo a interrogação de Kardec, que a Terra está longe ainda de possuir a população que realmente deverá ter. As condições da Terra, tanto no tocante a produtividade do solo, quanto as possibilidades que a técnica humana vai desenvolvendo para o aumento da produção. Estas condições bastam para manter uma população muitas vezes maior daquela que possuímos na atualidade. Assim, o clamor contra a falta de controle no tocante ao desenvolvimento populacional, é um clamor baseado numa visão deformada dos fatos. Numa visão que não condiz com a realidade do desenvolvimento das possibilidades técnicas e produtivas do nosso planeta. Assim não podemos acusar, portanto, os espíritos que controlam este assunto de falta de interesse ou falta de atenção, para aquilo que se passa na Terra neste momento. Aliás, convém lembrar que quando analisamos estes fenômenos, os fenômenos de aumento de população, podemos não assustar com as cifras. Mas se fizermos um cálculo real do que esta população que aumenta, vai pesar na balança da produtividade terrena e o que ela representa em relação aos imensos espaços vazios da Terra, nas zonas rurais de quase todos os grandes países do mundo, veremos que não há motivo para isso. É o que os técnicos sustentam. E foi o que os técnicos brasileiros em nome do governo do Brasil, sustentaram nessa reunião de Bucareste. Não há, portanto, motivo para querermos entender que devemos nós, os homens, deter o desenvolvimento populacional da terra.

Aliás, é interessante lembrar o que aconteceu nessa reunião de Bucareste, depois de onze dias consecutivos de debates em plenário, por técnicos de todo mundo. O Secretário Geral da ONU surgiu no plenário e fez a seguinte declaração. Os senhores estão aqui discutindo há onze dias, procurando uma solução para o estancamento do aumento de população na Terra. Entretanto durante esses onze dias em que os senhores aqui estiveram nessa discussão sem chegar a nenhuma conclusão, as estatísticas acusam que nesses onze dias, nasceram no mundo mais três milhões de bebês. Ora, isto como vemos, quer dizer que os homens não têm possibilidade nenhuma de controlar esse nascimento, esse aumento de população. Um exército de bebês está invadindo a terra, para que uma nova população, muito maior do que a atual. E certamente mais bem preparada para enfrentar os problemas do futuro, possa realmente tomar conta do nosso planeta. Não será com medidas aplicadas oficialmente por este ou aquele governo, neste ou naquele país, que a evolução populacional da Terra será detida. Isto não está nas mãos dos homens. Basta este episódio, esta declaração do Secretário Geral da ONU na reunião de Bucareste, para nos mostrar que não é fácil deter a avalanche de bebês que está surgindo no mundo todo. Mas por outro lado é preciso não esquecer, que assim como existem os nascimentos maciços, por assim dizer, em quase todos os países do mundo, existem também as desencarnações, ou seja, as mortes. E não somente as mortes de pessoas adultas que estão deixando seus lugares para que outras ocupem, mas também a mortalidade infantil ainda continua grande no mundo. E praticamente naqueles países que mais necessitam de aumento populacional. Deixemos, pois, de nos preocupar com aquilo que não cabe à nossa competência. Não queiramos invadir a competência divina num assunto tão complexo e tão difícil como este, do controle da natalidade no mundo.

 

Pergunta 4: Se Deus é bom, por que há tanta maldade na Terra?

Pergunta 4: Mais uma pergunta do mesmo ouvinte. Não sou descrente, mas há coisas que não posso entender. Deus é bom, dizem as religiões. Mas por que há tanta maldade na Terra?

JHP: Sim, Deus é bom. A bondade de Deus se prova quando nós observamos a realidade das coisas, não é apenas uma bondade provada por argumentos. Nós dizemos que Deus é bom, porque apesar de toda maldade dos homens e de todas as imperfeições que podemos notar na Terra, o bem prevalece. Apesar de tudo quanto se fez de mal, de toda maldade humana desencadeada através da história, o bem tem prevalecido e o bem vai vencendo constantemente. Por outro lado, nós verificamos na própria natureza os processos naturais nos indicando sempre o rumo do bem e não do mal. E isto por quê? Quando, por exemplo, existe um pântano. Este pântano pode ser considerado um mau para o homem. O homem pode considerá-lo como algo inferior e prejudicial e até mesmo perigoso. Entretanto deste pântano nascem coisas inesperadamente que o modificam, que o transformam e que o tornam proveitoso. Assim em todas as coisas que nós encontramos na Terra. Muitas vezes o lixo, o esterco, as coisas que nos parecem inteiramente desprovidas de utilidade, vão servir para a fecundação, para a adubação de terrenos que permitem a valorização de terrenos até então estéreis, até então considerado inúteis. E tudo quanto nós vemos na natureza, nos processos naturais ao nosso redor. Tudo caminha sempre do inferior para o superior, partindo de condições inferiores para atingir condições superiores.

Vemos isto no próprio homem. O homem muitas vezes nasce com tendências bastante inferiores. Estas tendências, entretanto, vão sendo lapidadas através da sua própria existência. A dor, a doença, o sofrimento, a angústia, o desespero, parecem coisas tremendas que assaltam a humanidade apenas para atormentá-la, para prejudicá-la. Entretanto, como afirmou Léon Denis[2], a dor é uma lei de equilíbrio e educação. A dor serve para reequilibrar as criaturas humanas e educá-las. Nossa natureza não é propriamente material. Nossa natureza é espiritual. Nós não somos corpos, somos espíritos. Assim nós temos aspirações espirituais que precisamos desenvolver através de nossa vida na Terra. Ora, estas aspirações desaparecem de nossa mente quando nós nos sentimos perfeitamente saudáveis, bem-dispostos, amparados pela fortuna, cercado por pessoas que nos agradam e que nos estimulam. E nós nos aproximamos então das quedas mais violentas no plano moral e espiritual. Somos arrastados à boca de precipícios tenebrosos. Entretanto se uma doença nos ataca, se uma situação desastrosa nos envolve, nós começamos a voltar o pensamento para Deus, a pedir auxílio do mundo espiritual, a procurar reformular as nossas condições interiores. E essas tentativas mostram que a dor, o sofrimento, a angústia, o desespero, tudo aquilo que vive atribulando o homem na Terra, não é apenas mau. Tem também um sentido bom. Tem esse sentido de que falou Léon Denis, o sentido de uma lei de equilíbrio e de educação. A finalidade, portanto, daquilo que nos parece uma inutilidade ou uma maldade é a nossa própria transformação nos caminhos do bem. Não podemos, pois, acusar a Deus nem acusar as religiões de nos apresentar fábulas a respeito da bondade de Deus. Porque essa bondade ressalta da própria natureza, que é a sua obra.

Mande suas perguntas ao programa No Limiar do Amanhã. Rádio Mulher, Rua Granja Julieta, 205, São Paulo. Pergunte o que quiser, ouça as respostas e conteste-as, se for o caso. Estamos no ar para dialogar.

Diálogo no limiar do amanhã. Problemas humanos em debate.

 

Pergunta 5: Por que ainda reencarnam na Terra tantos malfeitores?

Pergunta 5: O ouvinte Lauro Caldeira Lema da Avenida Ipiranga, pergunta. A Terra já tem uma certa evolução, não é um mundo inferior. Por que Deus permite a encarnação entre nós de espíritos bandoleiros, assaltantes, desalmados e cruéis?

JHP: É claro que de acordo com a doutrina espírita, a Terra é um mundo ainda em evolução. Como dizia o grande químico e físico inglês sir Oliver Lodge[3], o homem não é uma criatura acabada, é uma criatura em desenvolvimento. Ela ainda não teve o seu acabamento. Ora, esta expressão de sir Oliver Lodge concorda perfeitamente com aquilo que as filosofias existenciais do nosso tempo afirmam a respeito do homem. O homem é um projeto. Quer dizer, é uma espécie de projétil lançado sobre a Terra, que vai do berço até o túmulo. E, assim sendo, o homem de acordo com a opinião de um filósofo existencialista alemão, Heidegger[4], o homem se completa na morte. Sendo assim, nós poderíamos dizer que o homem ao chegar à morte, ele atingiu o fim de sua trajetória e se completou. Para Heidegger, que foi até considerado por Sartre[5] como um filosofo místico, esse completamente do homem se dá naturalmente após a morte no plano espiritual. Para o Espiritismo, na verdade o homem não se completa na morte. O que se completa na morte, é apenas uma existência do homem na Terra. Percorrendo esta existência do princípio ao fim, o homem vai desenvolvendo as suas potencialidades internas. Vai aprendendo através da vida, na escola da vida, aquilo que necessita para se tornar um espírito mais livre, mais liberto das paixões inferiores, que tanto seu o corpo como o seu espírito trazem ainda, como heranças dos planos inferiores da criação de onde ele veio. Entretanto, de existência para existência é que o homem vai se completando. Completando no seu desenvolvimento espiritual, como criatura espiritual.

Assim é natural que tenhamos na Terra, que é um mundo ainda inferior em evolução, não só no nosso sistema solar, mas em todo o universo. É natural que existam ainda muitas criaturas maldosas, muitos espíritos em estado bem próximo da vida selvagem. E de entendimento curto, incapazes de se adaptar à civilização que se desenvolve apenas no tocante a uma faixa mais elevada da população terrena. Há, portanto, uma defasagem. Uma distância inevitável entre as faixas inferiores da população terrena e as faixas mais elevadas. É claro que essa defasagem irá desaparecendo na proporção em que a evolução se processar, como ela realmente está se processando. Ora, Deus não poderia deixar de permitir a encarnação na Terra daqueles espíritos que mais necessitam de evolução e que estão ligados a nós. A presença desses espíritos ao nosso redor, dessas criaturas malfazejas, malfeitoras, infelizes, essa presença não é uma determinação de Deus. É uma consequência das nossas próprias vidas passadas, quando nós tivemos o prazer, a satisfação em participar das atitudes inferiores dessas criaturas. Posteriormente nós evoluímos, mas essas criaturas não conseguiram evoluir. Elas ficaram ainda atrasadas no seu processo evolutivo e muitas vezes fomos nós os responsáveis pela sua situação inferior. Porque no nosso egoísmo, nós uma vez alcançando uma posição mais elevada, não as ajudamos, mas pelo contrário, as prejudicamos com atitudes infelizes no passado.

Assim, essas criaturas retornam ao nosso convívio na Terra. Mesmo em meio da civilização já em desenvolvimento mais adiantado, elas aparecem ainda com a sua brutalidade primitiva. Aquela brutalidade que nós mesmos ajudamos elas a conservarem, em virtude das injustiças que praticamos contra elas. Não sofremos nada por acaso na vida terrena. Tudo o que acontece conosco tem uma causa. É o efeito de uma causa. Diz a ciência, como nós sabemos, que não há efeito sem causa, em parte alguma. Onde aparece um efeito, nós podemos estar certos de que há por trás uma causa, um motivo para que este efeito apareça. No Espiritismo, há uma lei semelhante que diz assim: não há efeito inteligente sem causa inteligente. Por trás de qualquer manifestação que demonstre a existência de uma inteligência, existe forçosamente uma causa inteligente.

Assim, não é Deus quem nos coloca nessa situação. Deus como inteligência suprema do universo, controladora de todo o universo pelo seu pensamento, ele nos impulsiona sempre em direção ao bem. Mas ele não pode nos tolher o livre-arbítrio. Porque se Deus nos tirar a liberdade de agir, de escolher, de optar, ele nos tirará também a responsabilidade. Tudo o que fizermos então será de responsabilidade dele, Deus, e não nossa. Ora, Deus pretende o desenvolvimento das criaturas espirituais conscientes, racionais, responsáveis e livres. Deus não quer fazer bonecos nem autômatos. Nessas condições, ele não vai impedir absolutamente que se cumpram as leis que ele mesmo estabeleceu. Leis inteligentes que determinam a necessidade do convívio de criaturas que na realidade estabeleceram relações negativas no passado e hoje precisam resgatar esse passado na Terra, avançando para dias melhores e para condições melhores de existência. Assim estejamos certos, a atividade benéfica do pensamento de Deus e consequentemente das entidades espirituais que respondem pela nossa situação na vida terrena. Esta atividade não tem nenhuma nuance maldosa, nenhuma intenção inferior. Essa atividade se desenvolve no sentido do bem. E se nós sintonizarmos o nosso pensamento e o nosso sentimento com esse sentido. Se nós nos ligarmos, por assim dizer, radiofonicamente a estação do bem, nós então estaremos ligados de fato aquela força e aquele poder que nos ajudará a nos melhorarmos sempre e cada vez mais.

 

Pergunta 6: Relacionando o sincretismo afro-brasileiro e o Espiritismo.

Pergunta 6: O ouvinte Jarbas Fernandes Pena, da Avenida Santo Antônio, faz as seguintes perguntas. Primeiro, o senhor disse nas suas aulas dadas na PUC, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, que o sincretismo religioso afro-brasileiro preparou o Brasil para receber e entender o Espiritismo. Eu estava presente e não aceitei isso. Agora gostaria que o senhor explicasse de novo. Será possível?

JHP: Sim, não há dúvida, podemos explicar novamente. Eu pensei que quando fiz a explicação lá na universidade, tivesse realmente atingido o meu objetivo, mas estou vendo pela sua pergunta que houve quem não entendesse o que eu dizia. O sincretismo religioso afro-brasileiro, como nós sabemos, divulgou-se no Brasil logo, podemos dizer assim, logo após o descobrimento. Já foi no século XVI, quando chegaram as primeiras levas de escravos negros ao Brasil, que vieram para cá os elementos do sincretismo, as religiões africanas pertencentes a várias nações ou tribos de que procediam os escravos. Ora, acontece que essas religiões já não vieram puras da África para cá. Por exemplo, nós sabemos que houve a invasão dos árabes na África. Os árabes dominaram grande parte da África e semearam lá o Islamismo, a religião de Maomé. Esta religião exerceu influência poderosa sobre as várias religiões primitivas africanas, misturando-se, portanto, elementos islâmicos à essas religiões. Mas houve também o desenvolvimento da catequese católica através das missões dos padres que percorriam a África fazendo suas pregações, e procurando converter os negros à religião cristã. A conversão nunca foi atingida como se pretendia, mas aconteceu o seguinte, houve mistura de elementos católicos com as religiões africanas. Então quando os negros vieram para o Brasil, traziam a sua religião primitiva já misturada com duas religiões superiores que eram a religião islâmica e a religião católica.

Aqui no Brasil, desde o século XVI até o século XIX, desenvolveu-se uma miscigenação, por assim dizer, uma mistura cada vez maior destas formas africanas. Com não somente a religião católica, que nas fazendas os senhores pretendiam impor aos escravos e os padres insistiam na sua catequese dos negros. Não somente com essa religião católica, mas também com as religiões indígenas existentes no Brasil. Os índios, como todos os povos selvagens, tinham as suas religiões primitivas. Hoje por exemplo, nós encontramos no campo do sincretismo religioso o candomblé como uma herança africana de dança, ritual espiritual. Mas encontramos também a Poracê, que é uma herança indígena em franco desenvolvimento ainda em nosso país. Ora, estes elementos das religiões primitivas trouxeram, entretanto, um benefício para a formação espiritual do Brasil, no sentido de romperem a muralha dogmática da religião dominante. Esta muralha dogmática impedia que se acreditasse em certos fenômenos naturais que hoje são estudados no mundo inteiro. Impediam inclusive que se acreditasse na reencarnação. Mas tanto as religiões africanas primitivas quanto as religiões indígenas, aceitavam, embora obscuramente, os princípios da reencarnação e da comunicação dos espíritos.

Aliás nós hoje sabemos, que a origem de todas as religiões, de todas, sem exceção de nenhuma, a origem de todas são os fatos mediúnicos. Por exemplo, num livro maravilhoso do professor Ernesto Bozzano[6] da Universidade de Turim, na Itália, ele expõe muito bem este problema, mostrando que é dos fatos mediúnicos ocorridos nas selvas, que nascem as religiões primitivas. E dali por diante as religiões em desenvolvimento no campo da civilização são também alimentadas pelos fatos mediúnicos. Quando falamos em revelação, falamos em profetas. Quando falamos em profetas, falamos em médiuns. Profeta é médium. O profeta é aquele que tem a percepção de acontecimentos futuros, mas também é aquele que recebe e transmite comunicações de espíritos. Isto nós podemos notar em todos os livros proféticos do mundo. Então quer dizer, a mediunidade está presente no desenvolvimento das religiões. Nas religiões existem além da revelação propriamente dita, existem as manifestações espirituais que todas elas admitem. Essas manifestações são de ordem mediúnica. Ocorrem através da mediunidade.

Assim, o desenvolvimento das religiões é tipicamente um desenvolvimento mediúnico, em toda a parte, em todas as religiões. Mesmo aquelas que mais combatem a mediunidade, que mais lutam contra o Espiritismo. Elas estão lutando contra sua própria natureza. Porque na verdade, o fundamento de todas elas é a mediunidade. Se não houvesse mediunidade, não existiria o êxtase dos santos, não existiria a possibilidade das aparições que são numerosas e fundamentais em todas as religiões. Não existiria a possibilidade das comunicações dos santos e dos anjos e nem mesmo dos demônios. Ora, os demônios, como sabemos, são encarados no Espiritismo como espíritos inferiores, maléficos, semelhantes aos malfeitores existentes na terra. E nunca jamais como sendo elementos que servem a uma figura sinistra como o diabo, por exemplo, colocado em oposição a Deus. Seria muito curioso que um elemento criado por Deus como o diabo, pudesse se opor ao próprio pai, ao próprio criador. Ao senhor que dirige o universo inteiro e criar embaraços a essa administração universal de Deus. Isto é um absurdo. Lógico que o Espiritismo não aceita.

Mas assim, com esta invasão por assim dizer das religiões primitivas aqui no Brasil, das religiões africanas, nós tivemos o desenvolvimento do sincretismo religioso afro-brasileiro, que já é caracterizado como um processo que ocorreu em nossa terra, em nosso país. O sincretismo verificado na África trouxe apenas a sua contribuição aqui para o desenvolvimento de um sincretismo mais amplo e mais profundo, que foi o que nos deu a situação das religiões de umbanda, de quimbanda, de aruanda, candomblé e assim por diante. Ora, o advento desse sincretismo fez com que no Brasil inteiro a população fosse aos poucos se adaptando à ideia da comunicação de espíritos. E aceitando também o problema das vidas sucessivas. Parece-nos que o desenvolvimento do sincretismo contribuiu poderosamente durante mais de três séculos. Desde os princípios do século XVI até os fins do século XIX, contribuiu poderosamente para preparar o clima favorável do Espiritismo, que hoje se verifica no Brasil. Só em fins do Século XIX foi que apareceu no Brasil o Espiritismo, que vinha da França. Era uma doutrina nova criada por Alan Kardec na França, e só chegou aqui em fins do século XIX, mas encontrou o terreno preparado para o seu desenvolvimento. É nesse sentido que eu disse, que eu expliquei, que eu tentei explicar, que o sincretismo religioso preparou o Brasil para receber o Espiritismo.

 

Mande suas perguntas ao programa No Limiar do Amanhã. Rádio Mulher, Rua Granja Julieta 205, São Paulo. Pergunte o que quiser, ouça as respostas e conteste-as, se for o caso. Estamos no ar para dialogar.

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O Evangelho de Jesus em Espírito e Verdade. Abrindo o evangelho ao acaso encontramos o seguinte. Tessalonicenses 1:1-3.

“Paulo, Silvano e Timóteo à igreja dos Tessalonicenses, em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo, graça e paz vos sejam dadas. Sempre damos graças a Deus por todas vós, fazendo menção de vós em nossas orações, lembrando-nos sem cessar diante do nosso Deus e Pai da vossa obra da fé, do trabalho do amor e da firmeza da esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo.”

Vemos por este pequeno trecho da carta de Paulo aos Tessalonicenses, como se desenvolvia a propagação do cristianismo nos tempos apostólicos. Paulo como sabemos foi o grande divulgador do cristianismo entre os povos chamados então de gentios. Quer dizer os povos que não pertenciam propriamente nem à civilização judaica, nem a civilização greco-romana. Os povos que eram considerados, e que realmente o eram, idólatras voltados para religiões puramente mitológicas e isso mesmo entre os civilizados da civilização greco-romana. Vemos com que interesse, com que amor, Paulo e seus companheiros escrevem à igreja dos Tessalonicenses. Saudando-os e encorajando-os na luta da grande batalha, para modificar a concepção espiritual do mundo. Realmente, nós temos conhecimento hoje, da maneira como eram encarados os problemas religiosos entre os diversos povos do mundo naquela época. A não ser a ilha, por assim dizer espiritual de Israel, o resto do mundo se dedicava a adoração de ídolos. Todos os demais países possuíam religiões idólatras. E os ídolos correspondiam a mitos. Os mitos conhecidos hoje na história quando nós estudamos os panteões mitológicos tanto da Grécia, como de Roma. Ou da Babilônia, ou do Egito e assim por diante.

Os homens, portanto, confundiam-se no campo espiritual ao encarar o problema religioso e tributavam homenagens diversas, faziam sacrifícios as vezes pavorosos e tremendos aos deuses mitológicos, que eram figuras naturalmente simbólicas, mas que se manifestavam através dos oráculos e das pitonisas no mundo inteiro. Se se manifestavam é evidente que não se tratava apenas de símbolos, mas de espíritos que se comunicavam. Por exemplo, o famoso oráculo de Delfos, na Grécia, era dedicado ao deus Apolo. E era o deus Apolo quem falava nos seus mistérios. Ora, o deus Apolo revelou-se um espírito de alta lucidez. Era, portanto, um espírito superior que procurava orientar o povo grego, o que estava de acordo com o elevado grau de civilização desse povo.

Em outros países nós encontramos, por exemplo como na Fenícia. Nós encontramos a existência de deuses terríveis como Moloc. Onde as imagens de Moloc geralmente feitas de aço, exigiam o sacrifício de crianças para que Moloc pudesse conceder benefícios às populações. Sabemos que os episódios dos rituais religiosos do tempo eram cruéis e terríveis. Contra tudo isto tinham de lutar os apóstolos do cristianismo, que levavam a mensagem renovadora, que negavam a existência dos deuses mitológicos, expondo-se, portanto, a ira dos fanáticos das várias religiões do tempo. E que lutavam para implantar na Terra a concepção de vida cristã, regida pelos princípios do evangelho. Mas Paulo neste trecho da carta saúda os Tessalonicenses louvando-lhes a fé, o amor, o sacrifício, a dedicação, a abnegação com que trabalham para a divulgação do cristianismo.

Hoje nós temos ainda de prosseguir na batalha do cristianismo através da propagação do Espiritismo. Não deixamos de encontrar pela frente, restrições e campanhas negativas que procuram deformar a doutrina espírita, da mesma forma como as igrejas mitológicas daquele tempo, desfiguravam o cristianismo. Sabemos por exemplo que em Roma, considerava-se o cristianismo como religião de escravos, indigna, portanto, dos nobres romanos. Não obstante o cristianismo triunfou em Roma e acabou se impondo como a religião do império. Assim, é preciso quando lermos esses pequenos trechos do evangelho em cartas e principalmente as cartas de Paulo que são grandemente instrutivas e ilustrativas a respeito. Precisamos compreender que temos diante de nós um exemplo grandioso de trabalho em situação muito mais difícil do que a nossa, naquele tempo em que o cristianismo nascia no mundo. E devemos por isso mesmo empenhar-nos com afinco na nossa tarefa de propagação e desenvolvimento das ideias espíritas, como consequência natural dos princípios cristãos em nosso mundo.

É a hora e a vez do nosso recado.

Para fazer pesquisas espíritas é necessário o conhecimento da doutrina. Pode alguém fazer pesquisas e experiências em qualquer ciência sem a conhecer? Os pesquisadores devem ser preparados e treinados. Os médiuns devem estar conscientes de seu papel no desenvolvimento dos trabalhos. Não se pode improvisar pesquisas. Tudo depende do tempo, recursos materiais, humanos e psíquicos. Mas sobretudo de rigoroso preparo teórico. É uma temeridade tentar fazer pesquisas sem as condições necessárias. Não há resultados proveitosos sem o preparo cuidadoso de todos os requisitos de uma verdadeira pesquisa científica.

No Limiar do amanhã. A morte é a porta da vida.

 

[1] Thomas R. Malthus (1766 – 1834), clérigo, economista e matemático britânico.

[2] Léon Denis (1846 – 1927), pensador e autor espírita francês.

[3] Oliver Lodge (1851 – 1940), físico e escritor inglês.

[4] Martin Heidegger (1889 – 1976), filósofo e professor alemão.

[5] Jean-Paul Sartre (1905 – 1980), filósofo, escritor e crítico francês.

[6] Ernesto Bozzano (1862 – 1943), professor da Universidade de Turim e pesquisador espírita italiano.

 

 


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