No Limiar do Amanhã, um desafio no espaço.
Estamos no ar para dialogar. Voltamos todas as semanas ao debate com os nossos ouvintes. Graças a Deus, já vamos completar quatro anos de sustentação da verdade através do rádio. Não queremos converter ninguém, mas é nosso dever expor e sustentar a verdade, conferi-la com a possível verdade dos outros, aceitar a verdade maior que alguém puder nos apresentar. Nenhuma doutrina pode abrir-se dessa maneira diante da ciência, da filosofia, da religião, sem afirmar-se em pontos dogmáticos, em preposições de fé que rejeitam a razão. A nossa doutrina, que é a doutrina do Cristo em espírito e verdade, enfrenta com segurança tranquila a era da razão, das transformações, da fé e dos avanços da ciência.
Sacerdotes, filósofos, cientistas, livres pensadores, criaturas convencidas de convivência com Deus ou convencidas de que nada existe além da matéria, entraram no nosso diálogo, mas nada provaram e nada desmentiram da nossa verdade. Na maioria, ignoravam as razões e as provas em que nos firmamos para sustentar a flama da verdade no templo da razão.
É que passou o tempo da fé cega e do ateísmo cego, da crença ingênua e da descrença orgulhosa, das teologias contraditórias e das filosofias do absurdo. Passou o tempo das religiões de família, apoiadas no hábito e na tradição, impostas pela coação social. O espírito humano atingiu a maioridade, libertou-se do autoritarismo tradicional, emancipou-se para encarar o seu destino e buscar a verdade por si mesmo.
A verdade que sustentamos é acessível a todos, prova-se por si mesma através dos fatos e comprova-se à luz da razão. Não se ajusta a um esquema intelectual, mas à realidade do mundo e da vida. Não se apoia em hipóteses, mas na experiência vivida. Continua por isso o nosso desafio no espaço.
No Limiar do Amanhã, um programa desafio. Produção do Grupo Espírita Emmanuel, transmissão número 152, terceiro ano. Locutores: Roberto Nei e Jurema Iara; sonoplastia: Antonio Brandão; técnica de som: José Milito. Direção e participação do professor Herculano Pires, gravação nos estúdios da Rádio Mulher, São Paulo.
Diálogo No Limiar do Amanhã, um encontro com a verdade.
Pergunta 1: Kardec foi enganado?
Locutor - Professor, o ouvinte Odilon de Souza Camargo, Rua Barão do Rio Branco, São Paulo, pergunta. Se existe espírito mistificador, será que todo o mundo espírita não passa de mistificação? Kardec teria sido ludibriado?
J. Herculano Pires - O fato de existirem espíritos mistificadores é, por si só, uma prova de que existem espíritos não mistificadores. Quando nós falamos existem homens mentirosos, não queremos dizer que todos os homens são mentirosos. Não é verdade? Mas queremos dizer que existem homens verdadeiros. Porque senão nós não diríamos que existem homens mentirosos, se todos fossem verdadeiros. Assim é preciso não fazer confusões a respeito do problema espírita. Os Espíritos são as criaturas humanas, apenas desprovidas do seu corpo material. Ora, nós avaliamos as criaturas pelo quê? Pela sua aparência física ou pelo que elas dizem? Pelo que elas revelam dos seus conhecimentos? Pelo que elas revelam de seus sentimentos, de sua moral? Pelo que que nós avaliamos as criaturas? É evidente que também avaliamos os Espíritos assim. Kardec dizia por exemplo: Não podemos pedir ao Espírito que nos exiba uma caderneta de identidade, porque os espíritos não pertencem ao nosso mundo, não estão fichados em delegacias e secretarias públicas de polícia. Eles não possuem carteira de identidade. Mas nós podemos identificá-los através do que eles dizem, do que eles nos revelam, estudando e analisando com atenção aquilo que eles falam. E, por outro lado, podemos também conhecê-los através do que eles fazem, do que eles produzem, através, também, da mediunidade de que eles se servem. Há portanto princípios fundamentais no Espiritismo, para nós conhecermos os espíritos. Mas eu posso ir um pouco mais longe e dizer ao senhor o seguinte: O Espiritismo, como diz Kardec, não inventou nada de novo, não inventou os Espíritos e nem inventou as comunicações. Apenas o que ele fez foi provar cientificamente a existência dos Espíritos e a validade das comunicações. Por quê? Se o senhor ler, por exemplo, as epístolas dos apóstolos no Evangelho e se o senhor ler o livro de Atos e se o senhor ler, principalmente, a I Epístola de Paulo aos Coríntios, o senhor verá que os apóstolos de Jesus faziam sessões espíritas em que os Espíritos se manifestavam. A tal ponto que o apóstolo Paulo recomenda aos profetas, ou seja, aos médiuns que se sentavam à mesa para dar profecia, ou seja, para transmitir a comunicação mediúnica, recomendava a eles como deviam se portar à mesa nessas reuniões, no uso que eles chamavam os dons espirituais. Esses dons espirituais é que constituem a mediunidade. E se o senhor ler, por exemplo, a Epístola Universal de Pedro, o senhor verá que ele adverte de maneira incisiva naquela epístola: “é preciso verificar se os Espíritos vêm de Deus.” Por quê? Porque já naquele tempo, nas reuniões cristãs primitivas, manifestavam-se Espíritos mistificadores, que diziam mentiras. Então João ensinava. É preciso ver, verificar se os Espíritos vêm de Deus. Porque o Espírito que vem de Deus é o Espírito da Verdade, não é o Espírito da mentira. E o Espírito da Verdade se comprova, diante de nós, por aquilo que ele diz e por aquilo que ele faz.
Ora, Kardec pesquisou os Espíritos durante mais de doze anos consecutivos. Podemos dizer que ele pesquisou os Espíritos durante quinze anos consecutivos. Porque foi desde 1884, que ele iniciou seu trabalho de pesquisa. Essas pesquisas foram rigorosamente controladas por ele, que era um homem de ciências, diretor de estudos da Universidade de França, um discípulo eminente de Pestalozzi. Um homem acostumado à pesquisa, um homem que o professor Charles Richet, Prêmio Nobel de Fisiologia, declarou que era realmente um homem dotado de inegável vocação para pesquisa científica. E foi assim, na pesquisa rigorosa das ciências, com o cuidado, a atenção e a sabedoria que possuía, foi assim que Kardec chegou à conclusão de que os Espíritos que se que comunicavam com ele, para transmitirem o ensino espírita, eram realmente Espíritos Superiores.
Não pense o senhor que Kardec era um homem ingênuo, que aceitaria do Espírito afirmação de que ele era superior. Não. Kardec examinava o que esse Espírito dizia, o que ele sabia, quais eram os seus conhecimentos e quais eram as suas intenções. Verificava os sentimentos deste Espírito e inclusive as vibrações deste Espírito, se eram vibrações boas ou vibrações inferiores e pesadas. De maneira que o senhor não tenha dúvida meu amigo. Kardec não foi iludido, como o Cristo não foi, como o apóstolo Pedro não foi, como apóstolo Paulo não foi. Os Espíritos que revelaram a Doutrina Espírita como desenvolvimento natural e histórico do cristianismo em nosso mundo, eram da falange do Espírito da Verdade que Jesus prometeu. O senhor pode ver isso no capítulo 16 e no capítulo 18o do Evangelho de João. Jesus prometeu enviar ao mundo, quando o mundo tivesse amadurecido suficientemente para compreender aquilo que ele ensinara no seu tempo, mas que não podia ainda ser compreendido em virtude da incapacidade dos homens, da falta de conhecimentos daquele tempo.
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Pergunta 2: Comunicação do pai do Professor J. Herculano Pires
Locutor - O ouvinte Odilon de Souza Camargo, Professor, pergunta ainda: Aquela comunicação que o senhor teve no café da Rua Marcone, por meio mais real que pareça, será que não foi esparrela?
J. Herculano Pires - É curioso. O senhor é uma dessas criaturas que têm muitas dúvidas. Eu posso te dizer o seguinte. As dúvidas são boas, elas não são más. Em geral, as religiões condenam as dúvidas porque elas querem que a gente creia de qualquer maneira. O Espiritismo não condena, nem pode condenar. A dúvida é construtiva, mas é preciso controlar a dúvida. Houve um famoso filósofo francês que o senhor naturalmente conhece pelo menos de nome, que é René Descartes. O homem que escreveu O Discurso do Método. O método que ele propunha era precisamente o método baseado naquilo que ele chamou "a dúvida metódica". É preciso duvidar com método e, não, abusivamente. O senhor não pode duvidar das coisas assim, da maneira que o senhor faz, querendo confundir tudo na dúvida. Aí o senhor perde o seu roteiro, o senhor perde a sua bússola. Se o senhor estiver em alto mar, o senhor não atinge a terra nunca. Mas se o senhor usar a dúvida com método, quer dizer, "duvido disso por quê? por isto, por aquilo". O o senhor estuda a sua dúvida.
Então o senhor acha, por exemplo, que eu, com tantos anos de estudo e experiência do Espiritismo, ia receber uma comunicação de meu pai, dado através de um médium que não conheceu meu pai, que nem sabia o nome de meu pai, que casualmente encontrando-se comigo na porta de um café, sentiu-se perturbado e me falou: "quem está aqui é um espírito muito seu amigo e me parece que seu parente". E recebeu a comunicação e me transmitiu e era o meu pai. O senhor acha que, então, eu não ia reconhecer na comunicação desse Espírito, se ele era o meu pai ou não? É a mesma coisa que o senhor, falando no telefone com um amigo distante. O senhor não está vendo o amigo, mas pelo que ele diz, pela maneira por que ele diz, inclusive pelo tom da voz, inclusive pelas ideias que ele expressa, pelos seus sentimentos, pela sua posição psicológica, por tudo isso, o senhor conhece. O senhor sabe que é o seu amigo que está falando. Veja que há muitos elementos para que nós comprovemos a identidade do Espírito ou não. E nesse caso, da comunicação de meu pai, não houve nenhuma possibilidade de dúvida.
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Pergunta 3: Não há batizados no Espiritismo
Locutor - Professor, a ouvinte Maria José Vicenzo, da Praça da Árvore, Jabaquara, pergunta: É verdade que no Espiritismo não se faz batizado? Por quê? Jesus não mandou que os apóstolos batizassem?
J. Herculano Pires - No espiritismo não se faz batizado simplesmente pelo seguinte: O batismo é uma prática religiosa que provém da magia, das práticas mágicas da Antiguidade. Por isso, o elemento fundamental do batismo é a água, porque a água sempre foi um elemento da magia, sempre foi um elemento mágico. Nós podemos ver a importância da água na História do mundo. Inclusive, por aquela referência da Bíblia, no Gênese, quando diz assim: “e o espírito de Deus boiava sobre as águas”. Quer dizer, o próprio espírito de Deus se apoiava nas águas para poder estar presente na Gênese. Ora, a água, então, é um elemento básico das forças mágicas e se usava lavar a criatura, como João Batista fazia no Rio Jordão. Fazia o indivíduo entrar na água e lavava o indivíduo despejando-lhe água na cabeça. Era um gesto simbólico. Daquele momento em diante a pessoa estava lavada do seu passado, lavou-se do seu passado. E ia começar uma vida nova, iniciando-se numa religião, iniciando-se num novo caminho de orientação espiritual.
Ora, no Espiritismo, nós já superamos essa fase da magia da água. Jesus, mesmo, disse que ele se submetia àquele batismo porque era conveniente. Era preciso que ele se submetesse, porque se ele não fosse batizado por João Batista, os discípulos de João, que eram muitos, não acreditariam nele. É preciso saber que João Batista era o precursor, ele veio preparar o caminho para Jesus. Então, o caminho preparado por João se perderia apenas por que Jesus se recusara a receber um pouco d’água na cabeça. Porque Jesus recebeu e, como relatam os Evangelhos, houve fenômenos mediúnicos no ato do batismo de João. Mas o próprio João disse que atrás dele viria aquele que não batizava com água, mas, sim, no fogo e no espírito. Com isto, nós temos então a transição do campo do mito, da mitologia, para o campo da razão, do raciocínio. O batismo significa uma iniciação. No Espiritismo, a pessoa se batiza, é batizada, no momento em que se inicia no conhecimento e na prática da Doutrina. A iniciação não necessita de nenhum rito, de nenhum rito externo, de nenhuma formalidade, basta que a pessoa se inicie nisto. Então o senhor perguntará: Mas e as crianças que nascem? As crianças não eram batizadas na Antiguidade? Batizava-se a criatura depois que ela tinha capacidade de saber o que representava o batismo. Veja com que idade foi batizado Jesus, por João Batista. Ora, assim não temos necessidade nenhuma de batizar crianças. As crianças não estão em condições de ser batizadas em coisa alguma, de ser iniciadas em nada. Elas precisam se desenvolver e desenvolver a razão, o conhecimento, a compreensão das coisas, para depois serem iniciadas em alguma coisa, e, particularmente, numa religião. Assim para o Espiritismo, estes atos formais de iniciação não têm sentido, não têm validade nenhuma. Por isto é que não usamos o batismo.
Entretanto, existe o batismo natural, quando a pessoa se inicia no Espiritismo. Quando ela começa tomar conhecimento do assunto e quando ela desenvolve a sua capacidade mediúnica, para sentir os Espíritos. Então, ele recebe o batismo do Espírito. Foi o que aconteceu, por exemplo, lembre-se daquela passagem do apóstolo Pedro, no porto de Jope. Quando ele ali estava, preparando-se para pregações. Mas ele estava no andar de cima da casa em que se hospedara e, lá em cima, ele esperava a hora do almoço e sentia fome. Neste momento, chega alguém e lhe diz: "O centurião Cornélio, um centurião romano, está embaixo e quer que o senhor vá até a casa dele, porque lá estão ocorrendo fatos estranhos, as pessoas estão tomadas pelos Espíritos". E Pedro diz: "Eu não vou lá. Eu não posso ir. Eu sou um judeu, um puro. Como vou entrar na casa de um impuro, que é um centurião romano? É um impuro, um homem impuro, uma casa impura, uma família impura, eu não posso ir lá". Nessa hora, desceu do céu, diante dele, uma espécie de um pano cheio de, em forma de cesta, sustentado pelas pontas e cheio de animais de toda espécie. E uma voz lhe disse: "Pedro mata e come". E Pedro se assustou. Ele estava realmente com fome. Mas como é que ele ia matar aqueles animais e comer? Havia ali animais que o judaísmo não permitia que fossem comidos. E além disso para matar um animal, tinha de se passar pelo ritual judaico da matança. Há, por exemplo, o açougueiro ritual, o matador ritual no judaísmo. Ora, como é que ele ia fazer isso? Ele disse: "Eu não posso. Como posso matar e comer? São animais impuros". Então a voz repetiu: "Pedro mata e come. No que Deus fez, nada há de impuro, tudo é puro”.
Neste momento, deu, por assim dizer, um estalo na cabeça do apóstolo Pedro. E ele se lembrou de que Jesus dizia que todos os homens eram filhos de Deus, que não havia distinção entre eles, que todos eram puros. Então Pedro desceu, atendeu o centurião Cornélio, foi até a casa dele e depois de lá dirigiu-se a Jerusalém para declarar na igreja inicial que estava se desenvolvendo, em Jerusalém, a chamada Casa do Caminho, onde os apóstolos se reuniam para iniciar o Cristianismo, e declarou lá para os outros apóstolos: "Eu fui à casa do centurião Cornélio e vi, com os meus olhos, que as pessoas estavam tomadas pelo Espírito, elas estavam recebendo o batismo do Espírito". Veja aí a diferença que existe, entre o batismo do Espírito e o batismo da água. A manifestação mediúnica é, na realidade, o batismo do Espírito, a que o espírita se submete quando está em condições para isso, quando a sua mediunidade aflora. Não há, portanto, necessidade de batismo. O próprio apóstolo Paulo declara, nas suas epístolas, que batizou apenas uma única vez e depois nunca mais batizou, porque ele não havia sido enviado para batizar, mas sim, para evangelizar.
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Pergunta 4: Roustaing, a quarta revelação?
Locutor - Professor, o ouvinte José Borges Vidal, do Morumbi, pergunta: A Federação Espírita Brasileira faz propaganda do rostainguismo. A Federação de São Paulo é contra. Como o senhor explica isso? Rostaing não recebeu a quarta revelação? J. Herculano Pires - Não. Roustaing é mistificação. É por isso que a Federação Espírita do Estado de São Paulo, a Federação Espírita do Paraná, a Federação Espírita do Rio Grande do Sul, a Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, a Federação Espírita da Guanabara, lá mesmo, por assim dizer, em frente à Federação Espírita Brasileira, todas elas e muitas outras no Brasil discordam da Federação Espírita Brasileira. O rostainguismo é uma mistificação, não há quarta revelação. Kardec classificou as revelações cristãs em três tempos. Primeiro, a revelação de Moisés, a revelação mosaica ou judaica. Esta é a Primeira Revelação do ciclo das revelações cristãs. A Segunda é a revelação de Jesus no Evangelho. A Terceira, a revelação do Espírito da Verdade, que Jesus prometeu e que se cumpriu com a vinda do Espírito da Verdade à Terra e a sua manifestação, através de numerosos médiuns no mundo inteiro, na época de Kardec, sendo Kardec designado para realizar a Codificação do Espiritismo. Assim como os evangelistas fizeram a codificação do Cristianismo e assim como Esdras, o profeta, se incumbiu de realizar no tempo do Judaísmo, a codificação da Bíblia.
Ora, sendo assim e como Kardec explica muito bem, uma vez que se desenvolveu a mediunidade e se conheceu o processo mediúnico, que é o processo pelo qual se realizam as revelações na Terra, tendo com o Espiritismo se tornado comum a comunicação espírita, se tornado comum, a relação entre os Espíritos e os homens, não há mais necessidade, absolutamente, de nenhuma outra revelação que venha por aí. A própria Revelação Espírita se prolonga na Terra através das manifestações mediúnicas, até mesmo fora do Espiritismo. Não queremos dizer com isso que o Espiritismo tenha de dominar o mundo religioso na Terra. Não. Queremos apenas mostrar que o reconhecimento da mediunidade e da possibilidade da comunicação com os Espíritos aboliu por completo a necessidade das manifestações pessoais e locais. Das manifestações proféticas do passado. Essas revelações não podem mais se dar, porque não são necessárias. No mundo espiritual, só é admitido aquilo que é realmente necessário. Assim, as manifestações dos Espíritos é que continuarão, darão prosseguimento ao processo da revelação.
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Pergunta 5: Roupas especiais para os médiuns
Locutor - Por que os médiuns precisam vestir uma roupa especial branca e usar sapatos brancos de sola de borracha durante as sessões? E porque a mesa deve ter toalha branca?
J. Herculano Pires - Nada disso é necessário no Espiritismo. O senhor está fazendo confusão. Isto se usa na Umbanda, se usa geralmente nas formas de sincretismo religioso afro-brasileiro, mas não no Espiritismo. No Espiritismo, nem sequer a toalha branca é necessária na mesa. A toalha pode ser de qualquer cor, e não há necessidade absolutamente nenhuma de que os médiuns vistam uma roupa especial ou usem sapatos especiais. Se o senhor for a qualquer centro espírita ou mesmo na Federação Espírita, em reuniões, o senhor verá pessoalmente que isto não se pratica no Espiritismo. Isto é prática das formas de sincretismo religioso afro-brasileiro.
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Pergunta 6: Casamentos e destino
Locutor - Professor, o ouvinte José Borges Vidal, do Morumbi, pergunta ainda: Como o Espiritismo explica esse caso. Um moço e uma moça namoraram durante oito anos, ficaram noivos dois anos, casaram-se e, um ano depois, estavam separados. Os casamentos já não estão previstos no destino?
J. Herculano Pires - O destino não é rígido, o destino é um plano. Planeja-se determinada coisa, procura-se executar aquele planejamento. Ora, as pessoas vem à Terra, naturalmente, com certas destinações já preparadas, já marcadas, que elas devem seguir. Mas acontece que todos nós temos o livre-arbítrio. Nós podemos seguir aquelas coisas com firmeza, com decisão, e podemos também desviar-nos delas. A não ser certas coisas essenciais como, por exemplo, o momento em que termina a vida, o momento do nascimento, em que a criatura vai nascer, o momento de um acidente grave por que ele vai passar ou de uma doença grave que ele vai sofrer. A não ser estes pontos distanciados assim, no mapa do destino, que são geralmente bem marcados e quase irremovíveis, as demais partes do plano do destino estão sujeitos às determinações da própria pessoa. Por isso que todos nós possuímos livre-arbítrio. Livre arbítrio é a liberdade de escolher, de optar, de agir. Ora, se nós não tivermos essa liberdade, nós não podemos ser responsabilizados pelos nossos atos. Então a responsabilidade decorre da liberdade. E por isso mesmo Deus assegura todos nós, a liberdade de escolher, dando-nos, para isso, o uso do livre-arbítrio.
Esse casal de jovens que o amigo nos está citando. Este casal veio naturalmente para se encontrar aqui, para casar-se e viver uma vida em conjunto. Entretanto, surgiram atritos entre eles. Estes atritos deviam ser vencidos, de acordo com as decisões que eles mesmos tomaram, na vida espiritual, antes da sua encarnação. Eles deviam superar esses atritos e deviam realizar a vida necessária para eliminarem as diferenças entre eles e encontrarem a conciliação, no fim da existência. Mas eles se recusaram a isto ou um deles se recusou e, então, houve a separação do casal. Podemos dizer que o destino de ambos foi frustrado e eles devem sentir isso na própria existência atual. Não se sentirão satisfeitos na separação realizada e, mais tarde, quando a idade avançar, talvez até eles se procurem e se reúnam de novo, como com tantos casais tem assim acontecido. Porque cada um traz na sua consciência a certeza íntima, profunda, muitas vezes no seu inconsciente, mas que vai brotando depois, vai se transferindo para a consciência, esta certeza daquele compromisso assumido na vida espiritual e que devia ser cumprido aqui embaixo. Download
Pergunta 7: Espiritismo: uma ciência ou religião de negros escravos?
Locutor - Professor, o jovem estudante Henrique Valter Pereira, da Rua Sete de Abril, pergunta: Primeiro, crescido em família católica aprendi que Espiritismo era religião de negros escravos e se confundia com a macumba. Agora tenho colegas espíritas que me dizem o contrário, que Espiritismo é ciência. O que o senhor pode me dizer sobre isso?
J. Herculano Pires - Se o senhor se desse ao trabalho de ler o livro Iniciação Espírita* de Allan Kardec, o senhor teria uma resposta muito melhor do que a que eu lhe vou dar. Entretanto, a minha resposta já se enriqueceu com essa indicação do livro que o senhor deve ler. Porque lendo ali, o senhor compreenderia que o Espiritismo nada tem a ver com a macumba. A macumba é simplesmente o resultado de uma religião primitiva africana, nascida nas selvas da África, como a Puracê é também o resultado de uma religião primitiva nascida aqui nas selvas do Brasil, entre os nossos índios. O homem é, por assim dizer, um animal religioso. Desde os seus tempos primitivos, ele sente a necessidade de adorar alguma coisa, de voltar o seu sentimento para algo acima da realidade palpável em que ele vive. Ele busca Deus, assim como o girassol busca o Sol quando se volta para o astro que está no céu. O homem está constantemente buscando a Deus e, justamente por isso, surgem as várias formas de religião. Não há um só povo na Terra que seja ateu, nenhum. Todos os povos têm as suas religiões. E os povos primitivos têm as suas religiões grosseiras, primitivas ainda baseadas em práticas da magia primitiva. Ora, assim sendo, nós então temos de compreender que essas práticas de religiões primitivas que se infiltraram aqui no Brasil e se desenvolveram, vindas da África com o tráfico negreiro e surgindo das nossas próprias selvas com a integração do índio. A integração forçada do índio na civilização do branco. Essas práticas, aqui aparecidas, nos trouxeram essas formas de religião que nada têm a ver com o Espiritismo. O senhor pode dizer, "mas há lá manifestações de espíritos". Sim. Manifestações de espíritos, segundo o Espiritismo, são fenômenos naturais. Porque os Espíritos, de acordo com o Espiritismo, são uma das forças da Natureza. E os espíritos sempre existindo, eles tem agido e se manifestado em todos os tempos através da mediunidade, que é a faculdade humana que permite a relação do homem com os Espíritos. Simplesmente por isso, é que se diz, então, e se ensinou durante muito tempo, e se pregou em campanhas tremendas contra o Espiritismo, que o Espiritismo era arte do diabo, que o Espiritismo era macumba, e assim por diante. Mas a verdade é outra. O Espiritismo é, como diz Kardec, a Ciência do Espírito, assim como as ciências comuns, constituem, no seu conjunto, a ciência da matéria.
* Este livro é atualmente publicado com o título "Introdução ao Espiritismo", pela Ed. Paidéia.
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Pergunta 8: Como pode o Espiritismo ser Ciência e Religião?
Locutor - A segunda pergunta do ouvinte, professor: Se o espiritismo é ciência como pode ser religião, fazer reuniões de preces, dar catecismo às crianças e fazer batizados?
J. Herculano Pires - O senhor, naturalmente, como estudante deve conhecer ou pelo menos saber que existe uma coisa chamada Teoria do Conhecimento. O conhecimento humano precisa ser interpretado na sua totalidade e, não apenas, em num dos seus aspectos. Então, a Teoria do Conhecimento é uma interpretação global do conhecimento humano. E nessa teoria nós encontramos as várias áreas reunidas. Por exemplo, a área da Ciência, a área da Filosofia, a área da Religião. São, por assim dizer, as províncias principais do país do conhecimento. No país do conhecimento, nós encontramos estas províncias que são fundamentais, elas têm de reunir-se, para constituir o conjunto do país. Se nós não reunirmos Ciência, Filosofia e Religião, nós não teremos o conhecimento global, completo de que todo homem necessita. Um cientista ateu, por exemplo, é um homem que está vivendo apenas numa província do conhecimento, a província da Ciência. Mas ele não prescinde da província da Filosofia. Por quê? Porque a província da Ciência é a província da análise, da investigação, da pesquisa. O pensamento científico investiga, interroga a Natureza, como se costuma dizer, para descobrir as leis que regem a matéria, que regem o mundo visível e sensível. Mas se nós ficarmos apenas na Ciência, nós temos conhecimentos fragmentários, o conhecimento da Física, da Química, da Botânica, e assim por diante. Por isso mesmo surgiu aquilo que se chama a "Filosofia das Ciências". Por quê? Porque a Filosofia não é o pensamento analítico, é o pensamento sintético. Filosofia é síntese, é visão global das coisas. Então, a Filosofia das Ciências reúne os resultados de toda a investigação, de todas as ciências, e nos apresenta uma visão do mundo baseada nos dados científicos. Mas toda visão do mundo muda a nossa posição diante do mundo e, justamente por isso, surge a necessidade da Religião. A Religião é, por assim dizer, a forma de moral que determina o comportamento do homem na vida e que o orienta, dentro da nova concepção do mundo que ele adquiriu. Por isso, toda Filosofia termina numa Moral e, de uma Moral, para uma Religião. O senhor estranha que o Espiritismo seja Religião e, ao mesmo tempo, seja Ciência. Mas é preciso saber que, da Ciência Espírita, surge a Filosofia Espírita, por impositivo das leis que regem o campo do conhecimento. E da Filosofia Espírita, surge a Moral Espírita que nos leva, naturalmente, à Religião Espírita, que se apresenta, por sua vez, como desenvolvimento natural do Cristianismo na Terra. Eu queria lembrar ao senhor que um processo bastante semelhante existe na Filosofia do Positivismo. O senhor sabe que o Positivismo se baseou nos dados científicos para criar uma interpretação positiva do mundo, não mais baseada nas informações religiosas ou no pensamento filosófico dos antigos, mas sim, uma visão do mundo tirada da experiência científica. Entretanto, esse Positivismo ao se desenvolver, baseado na investigação científica, avançou também para uma interpretação nova da vida do homem na Terra. E, dessa interpretação, resultou a Moral Positiva, que nos deu a Religião da Humanidade. Augusto Comte, o cientista, o filósofo, terminou o seu trabalho no campo do Positivismo criando a Religião da Humanidade, porque sentiu a necessidade de fazer brotar da Ciência e da Filosofia, a consequência religiosa necessária. Por iss,o ensina Allan Kardec, o Espiritismo é a ciência que investiga a natureza do Espírito e as suas relações com o homem. Mas desta ciência surge, naturalmente, por imposição lógica, a Filosofia Espírita, que nos dá a interpretação dos dados da pesquisa. E desta Filosofia nascem, naturalmente, as consequências religiosas do Espiritismo. Mas o Espiritismo não é uma religião formalista, não é uma religião dogmática. É um aspecto religioso daquilo que nós chamamos o Conhecimento Espírita.
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Pergunta 9: Luciano dos Anjos e os Congressos de Jornalistas Espíritas
Locutor - Professor, o ouvinte Manuel Taveiro, da Rua da Glória, que se diz seu amigo, pergunta: Por que o senhor Luciano dos Anjos, presidente da Federação Espírita Brasileira, condena os jornalistas espíritas e os seus congressos?
J. Herculano Pires - O senhor Luciano dos Anjos não é presidente da Federação Espírita Brasileira, é apenas um jornalista que pertence à diretoria da Federação Espírita Brasileira. O senhor Luciano dos Anjos é um homem sistemático e sofre de uma fascinação. A fascinação é um processo de obsessão que atinge certas criaturas, que tanto podem ser ignorantes como ilustradas, e que tira a estas criaturas a capacidade de julgar, de raciocinar com clareza, com precisão. É o que nós vemos exatamente, no caso do senhor Luciano dos Anjos. Lendo O Livro dos Médiuns, no capítulo sobre Obsessão, o senhor encontrará descrição de como age a fascinação no espírito humano. O senhor Luciano dos Anjos se deixou arrastar por um processo de fascinação que faz com que ele se considere o único jornalista espírita no Brasil e, então, se volta contra os demais jornalistas espíritas. Este simples fato, dele se considerar o único jornalista espírita no Brasil, já mostra que o homem está realmente numa posição psíquica patológica. E é o processo da fascinação por que ele está passando.
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Pergunta 10: Livro contra o padre Quevedo
Locutor - Qual o livro que o senhor escreveu contra o padre Quevedo? Tenho procurado nas livrarias e não o encontro. J. Herculano Pires - Nunca escrevi nenhum livro contra o padre Quevedo, nem me daria a esse trabalho. O padre Quevedo é simplesmente um padre, um sacerdote que, infelizmente, se entrega ao trabalho de combater o Espiritismo, através da parapsicologia. Um trabalho em vão, um trabalho inútil, porque a Parapsicologia confirma o Espiritismo em tudo e por tudo. Os avanços da parapsicologia hoje demonstram que as pesquisas parapsicológicas comprovaram todos os princípios fundamentais do Espiritismo, com exceção apenas do princípio da existência de Deus, que não pode ser comprovado pela investigação científica. Ora, sendo assim o trabalho do padre Quevedo não merece um livro para destruí-lo, ele se destrói por si mesmo. Eu não escrevi nenhum livro contra o padre Quevedo.
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Pergunta 11: Por que os argentinos não seguem Kardec?
Locutor - Outra pergunta do ouvinte Manuel Taveiro. Por que os argentinos não seguem Kardec, mas um tal Trincado, cujos livros são lá muito divulgados? Pensei que os espíritas argentinos fossem kardecistas. O que o senhor me explica sobre isso?
J. Herculano Pires - Explico que realmente são kardecistas. Existe a Confederação Espírita Argentina. Existe a Federação Espírita Argentina e existem centenas de instituições espíritas na Argentina, todas elas orientadas pelo pensamento kardecista. O senhor Trincado é apenas um acontecimento eventual. O senhor Trincado é um homem que inventou de fundar uma religião por conta própria, como muitos existem no Brasil, também. E por sinal que o senhor Trincado não existe apenas como um profeta na Argentina, e me parece até que ele não é da Argentina. Existe em outros países da América do Sul, mas isso não impede que em todos os países da América do Sul existam também os espíritas e as organizações espíritas kardecistas. O que eu posso afirmar ao senhor é que o Espiritismo na Argentina, o Espiritismo legítimo, que é o Espiritismo de Allan Kardec, o Espiritismo orientado pelo pensamento de Kardec, este Espiritismo tem uma longa tradição. Uma figura eminente desse Espiritismo na Argentina foi o médico Cosme Mariño. Um grande médico argentino que, à semelhança de Bezerra de Menezes aqui entre nós, foi chamado pelos argentinos e é chamado, até hoje, o Kardec argentino. Assim como no Brasil nós chamamos Bezerra de Menezes, "o Kardec brasileiro", os argentinos chamam Cosme Mariño de "o Kardec argentino".
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O Evangelho do Cristo em Espírito e Verdade.
Abrindo o Evangelho ao acaso encontramos o seguinte: Paulo aos Gálatas 1: 1-14:
“Declaro-vos, irmão,s que o evangelho que foi pregado por mim não é segundo o homem, pois eu nem o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas sim, mediante a revelação de Jesus Cristo. Ouvistes falar do meu modo de viver no judaísmo em outro tempo. De como persegui excessivamente a igreja de Deus e a assolava e adiantava-me no judaísmo, mais que muitos da mesma idade na minha nação, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais.”
Neste trecho da Carta de Paulo aos Gálatas, nós vemos mais uma vez reafirmada a sua posição de apóstolo direto do Cristo, apesar de não ter sido, em vida, um apóstolo semelhante aos outros. Ele não acompanhou o Cristo e ele perseguiu o Cristo, depois da crucificação. Perseguiu as igrejas cristãs, combateu-as. Entretanto ele recebeu o Evangelho diretamente do Cristo na estrada de Damasco, como sabemos, quando teve aquela visão extraordinária que modificou por completo a sua vida. Importante aqui é a sua afirmação de que o Evangelho pregado por ele não é segundo o homem. Não é segundo o homem, por quê? Porque os apóstolos que haviam ouvido o ensino de Jesus tinham, cada um deles, e todos eles em conjunto, um Evangelho que era segundo as suas interpretações humanas daquilo que Jesus havia ensinado. Então transmitiam eles os seus ensinos de acordo com sua própria capacidade humana. Mas o Evangelho que Paulo recebeu não foi segundo o homem, não foi segundo as interpretações humanas, foi direto, o Evangelho vivo, emanado, por assim dizer, do próprio espírito do Cristo. E este Evangelho vivo foi o que deu força a Paulo para se colocar na posição excepcional em que ele realmente se colocou na divulgação do Cristianismo. Muita gente, muitos estudiosos, ainda hoje, costumam dizer que existe um Cristianismo do Cristo e um Cristianismo de Paulo. Por quê? Porque entendem que Paulo apresenta, em várias das suas posições, nas Epístolas que escreveu e nas pregações registradas no livro de Atos, nas atitudes por ele assumidas, Paulo apresenta certas contradições com o pensamento comum do Cristo, admitido pelos demais apóstolos. Entendem, então, que Paulo, pelo seu alto saber, pela sua elevada cultura, modificou o Cristianismo do Cristo. Mas esse trecho da Carta aos Gálatas nos mostra que Paulo era bastante consciente destas divergências. Aliás, o livro de Atos nos mostra Paulo em constante debate, em constante discussão com os outros apóstolos, porque os outros não haviam compreendido, em Espírito, a Verdade do Evangelho de Jesus.
Nós sabemos, por exemplo, que o próprio apóstolo Pedro, considerado pela igreja como "a pedra sobre a qual o Cristo teria construído a sua igreja", e na verdade o Cristo não construiu igreja nenhuma, ele não tinha essa intenção. Ele apenas ensinou o homem o caminho do Reino de Deus. Era isso que ele queria fazer. O próprio Pedro, muitas vezes, nas suas atitudes, mostrou incompreensão. Referimo-nos, não faz muito, ao problema de Pedro em Jope, e vimos que Pedro não havia compreendido o que Cristo ensinara sobre a fraternidade humana. Encontramos também as tentativas de Pedro, de fazer com que toda pessoa que entrasse para o Judaísmo, que entrasse para o Cristianismo, passasse primeiro pelo Judaísmo. De acordo com ele e com outros apóstolos que Paulo chamou de "judaizantes", qualquer pessoa no mundo inteiro, que tivesse que se tornar cristã, precisava primeiro se tornar judia. Ora, isto era absolutamente contrário ao ensino do Cristo. E Paulo lutou contra isso, combateu esta tendência e atacou veementemente o que ele chamava de apóstolos judaizantes. Então, entendemos nessa referência de Gálatas, ou seja, nessa passagem da Carta de Paulo aos Gálatas, a igreja cristã que nascia na Galácia, nós então compreendemos bem por que havia estas divergências. É que o apóstolo Paulo recebera o seu Evangelho, ou seja, o Evangelho do Cristo, diretamente da fonte. Foi espiritualmente transmitido a ele, o ensino evangélico, sem a interferência de interpretações humanas.
Atenção para o nosso recado, mande-nos a sua resposta ou pensamento a respeito, você pode ganhar um livro de prêmio. Quem busca a verdade não pode partir de ideias preconcebidas. Para encontrar a verdade, precisamos ter a mente livre. A loucura, a perturbação mental e o fanatismo se constituem de ideias fixas que não deixam a mente ver a realidade das coisas. Só um exame sensato, racional e apurado dos fatos pode nos dar a verdade. Os precipitados julgam tudo por cima e caem no erro. Os preconceituosos medem tudo com a reguinha marcada dos seus preconceitos. Tenha a mente livre para enfrentar a realidade e encontrar a verdade.
No Limiar do Amanhã, uma hora com a verdade.