No Limiar do Amanhã, um desafio no espaço.
Batuíra foi o desafio de outros tempos, o desafio de fins do século passado. Batuíra proclamou a verdade em São Paulo, quando a verdade era caso de polícia. Construiu sua fortaleza no antigo bairro do Lavapés. Com isso, fundou o bairro, urbanizou a zona do Morro do Piolho e fez, daquela área abandonada e selvagem, um foco de irradiação do Cristianismo redivivo para todo o Brasil. Todos ouvem falar em Batuíra, mas poucos sabem o que esse nome significa. Antonio Gonçalves da Silva, o Batuíra, nasceu a 19 de março de 1830, na freguesia de Águas Santas, em Portugal. Das Águas Santas, surgiu essa alma pura e boa que viria brilhar no Brasil, como apóstolo da nova revelação.
No tempo de Nóbrega e Anchieta, o padre Leonardo Nunes foi chamado de "Abarebebê", porque andava sem parar de um lado para o outro atendendo as necessidades dos índios. No tempo da nova revelação, Antonio Gonçalves da Silva foi chamado de Batuíra, porque andava correndo de um lado para o outro a fim de atender as necessidades da pobreza. "Abarebebê" e "Batuíra" fazem contraponto na história de São Paulo. Foram os socorristas da miséria humana e os semeadores do Evangelho, em terras do planalto.
"Abarebebê" quer dizer padre que voa. E "Batuíra" é o nome de uma ave pernalta dos brejos de São Paulo, que corria por toda parte. Dois nomes simbólicos para dois apóstolos cristãos da nossa História. Dois nomes dados pelo povo. Duas consagrações populares semelhantes, no século XVI e no século XIX.
Antecipamos nossa homenagem a Batuíra no programa de véspera do seu aniversário natalício. A rua Espírita, travessa da Rua Lavapés; o edifício do Centro Espírita Verdade e Luz, naquela rua e o abrigo Batuíra de Poá, são marcas de Batuíra no chão do planalto. As andanças de Batuíra deixaram sinais de amor e caridade, no chão de São Paulo.
Gravem este nome: Batuíra. Do Além, ele nos enviou o livro Mais Luz, psicografado por Chico Xavier e lançado pela Editora do Grupo Espírita Emmanuel. Batuíra, pioneiro do Espiritismo em São Paulo. Gravem este nome. Batuíra, um desafio na História. Em sua edição de 23 de janeiro de 1909, o jornal "O Estado de São Paulo" noticiava a morte de Batuíra e acentuava o seguinte: "O senhor Gonçalves Batuíra era uma individualidade muito popular em São Paulo. A sua mania espírita e as abstrusas teorias que propagava traduziam-se, na prática, por obras de caridade e filantropia. Era, no fundo, uma excelente criatura." Como se vê, Espiritismo era mania. Batuíra, um homem que propagava teorias abstrusas. Mas não se podia negar que essa velha árvore dava bons frutos. E Jesus ensinou-nos a reconhecer a árvore pelos frutos.
No Limiar do Amanhã, um programa desafio.
Produção do Grupo Espírita Emmanuel, transmissão 151, terceiro ano. Direção e participação do professor Herculano Pires. Locutores Roberto Nei e Jurema Iara, técnica de gravação e som, Alberto Pastri e José Milito.
Perguntas e respostas
Pergunta 1: Viagem do espírito fora do corpo durante o sono
Locutor - Professor, a ouvinte Rosa Inês Gonçalves, Aeroporto, pergunta: pode uma pessoa que está deitada em sua cama sem estar dormindo, e chegar um espírito, em sua cabeceira, e transportar seu espírito para um certo lugar? Um globo maravilhoso onde tudo é lindo e superior. E a pessoa que está sendo transportada sabe que seu corpo ficou aqui embaixo. E a moça, que está ao lado, diz que veio apenas buscar para que visse sua morada e tomar umas aulas com um professor. Isso pode acontecer? Pois foi comigo que, há uns dois meses, aconteceu e sei que não foi sonho nem alucinação, mas estou indecisa e queria que o senhor me dissesse algo.
J. Herculano Pires - Quando a senhora pergunta se isso pode acontecer, a resposta já está na sua própria pergunta, pois se aconteceu com a senhora e a senhora tem convicção de que realmente isso aconteceu é evidente que pode. Mas do ponto de vista espírita eu devo dizer a senhora que na realidade este é um fenômeno comum. É o fenômeno de desprendimento pelo qual o espírito da pessoa, chamado por um outro espírito, em geral um espírito amigo ou mesmo seu espírito protetor. O espírito se afasta do corpo durante o sono e se dirige a uma região do espaço onde vai fazer realmente uma visita, tomar conhecimento de algum lugar novo, de uma das muitas moradas da casa do pai, de que falou Jesus no evangelho. Ora, se a senhora tivesse ido para um lugar mau, um lugar penoso, um lugar asfixiante como acontece as vezes para pessoas que são arrebatadas assim, para lugares tenebrosos, então a senhora poderia ficar assustada. Mas tendo uma viagem tão bonita como a senhora teve e verificando a existência de uma região tão feliz, a senhora deve estar contente com isso. Não há nada que temer neste sentido. Só que a senhora deve tratar de estudar mediunidade e principalmente aprofundar-se no conhecimento do espiritismo e freqüentar um bom centro espírita, a fim de que a senhora possa realmente controlar o seu processo mediúnico.
Download Pergunta 2: Viagem do espírito fora do corpo durante o sono, continuação
Locutor - Também professor, o espírito que a moça disse que ia dar-me as aulas chamava-se Dr. Cássio Portugal Gomes. Então professor, lembrei-me que era o meu médico e de minha família quando era vivo. E mesmo depois de desencarnado ele nos tem auxiliado. Este médico quando vovô era um médium e ninguém sabia que ele era um espírita, soubemos depois de sua morte, quando meu guia espiritual em uma sessão revelou. Então meu pai conversando com um dos seus enfermeiros. O enfermeiro disse a papai que o doutor era um bom médium e só ele também sabia pois o doutor era muito calado. Professor, esse médico queria-me muito bem e lá quando o avistei ensinou-me muita coisa bonita. Então lhe pedi que queria ficar ao seu lado e ele disse-me, só se um dia fosse permitido, pois eu tinha muita coisa para fazer aqui.
J. Herculano Pires - Está muito certo, tudo isto está perfeitamente dentro dos princípios doutrinários. Realmente esse médico deve ser um espírito familiar, um espírito ligado a sua família. Uma vez passado para o plano espiritual ele restabelece os laços espirituais com os membros da família que naturalmente são mais chegados a ele. E nesse caso é a senhora o elemento mais chegado a ele, que ele procura instruir espiritualmente. Mas é evidente que a senhora não pode contentar-se apenas com o que recebe no mundo espiritual, porque grande parte do que lá a senhora ouviu, desapareceu. A senhora não tem consciência real daquilo que ouviu. Muitos dos ensinos ficaram apenas no seu inconsciente, como elementos ativos que vão orientar o seu consciente na proporção em que a senhora realizar estudos espíritas aqui na terra. É claro que de acordo com o Espiritismo esta conjugação é que realmente nos permite aproveitar bem os momentos de sono, quando nosso espírito se desprende. No caso de ter a felicidade que a senhora tem, de se desprender para realizar pesquisas e estudos no mundo espiritual, as pessoas estão diante de uma possibilidade imensa de progresso espiritual, na sua presente encarnação. É por isto que esse médico lhe disse que a senhora tem muito o que fazer ainda na Terra. O muito que a senhora tem a fazer aqui é aprimorar-se no conhecimento doutrinário do Espiritismo e no aprimoramento da sua mediunidade.
Download Pergunta 3: Viagem do espírito fora do corpo durante o sono, conclusão
Locutor - Finalizando professor, a Rosa Inês Gonçalves diz: Quando voltei a mim senti um alívio muito grande e sempre o vejo em pensamento e procuro fazer sempre o que ele ensinou-me. O que será isso, professor?
J. Herculano Pires - Ora, o que é isso a senhora já viu. Isso é apenas uma continuação dos seus estudos, agora, no plano espiritual. A senhora, então, que já teve, segundo eu vejo pelas suas últimas perguntas, já teve contato mais profundo com o Espiritismo, a ponto de praticar em sessões mediúnicas. A senhora tem que estar recebendo agora uma contribuição espiritual desse espírito amigo, que quer ajudá-la se aprofundar nesse assunto. Dê graças a Deus por essa oportunidade, que é realmente uma oportunidade muito grande para o seu desenvolvimento, para o seu progresso.
Download Pergunta 4: Irmãos de Jesus
Locutor - Professor, o ouvinte João de Souza Oliveira, pergunta: José e Maria tiveram algum filho carnal, que se possa dizer irmão de Jesus?
J. Herculano Pires - A pergunta que o senhor me faz veio acompanhada, como eu vejo aqui, por uma carta em que o senhor explica mais minuciosamente a sua posição. E eu acho muito curiosa a sua posição, porque o senhor já decidiu por antecipação aquilo que perguntou, de maneira muito decisiva. O senhor termina a sua carta dizendo que nada pode provar absolutamente que Jesus tivesse irmãos carnais. O senhor rejeita as interpretações dos próprios exegetas protestantes, que procuraram demonstrar dentro dos textos evangélicos que Jesus teve irmãos carnais, que ele não foi filho único de José e Maria. Entretanto, o senhor procura refutar esses princípios. Todas as citações feitas pelos exegetas que estudaram o assunto, o senhor as refuta e termina dizendo assim: "quem tentar hoje tal afirmativa, o fará com apressada e maliciosa suposição". Ora, assim o senhor já está condenando aqueles que tentarem contradizer a sua opinião, o seu parecer. Mas o mais curioso é o seguinte: o senhor afirma que é espírita. Ora, se o senhor é espírita, o senhor tem de aceitar forçosamente, dentro da condição do Espiritismo e das explicações suficientemente claras dadas por Allan Kardec, que Jesus e Maria tinham realmente outros filhos. Entre as várias citações evangélicas, em que se baseiam aqueles que defendem essa tese, contra a posição da Igreja Católica, existem os trechos bastante conhecidos de Marcos e Mateus. O senhor condena esses textos e diz que ali não há afirmação nenhuma de que Jesus tivesse outros irmãos. Ora, vejamos, por exemplo, no Capítulo 6 do Evangelho de Marcos. Não, vejamos aqui precisamente o Versículo 3 deste Capítulo 6 do Evangelho de Marcos, que o senhor considera inexpressivo. Diz esse Versículo 6, melhor, esse Versículo 3 do Capítulo 6: “não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E suas irmãs não estão aqui entre nós?" Ora, parece que não há nada mais claro, nada mais preciso do que este texto. O senhor diz que, neste texto, não se diz absolutamente que Jesus era irmão carnal destas criaturas, aqui citadas. Como não? Pois se aqui diz, "não estão aqui seus irmãos Fulano, Sicrano, Beltrano...?" E não acrescenta o texto: "não vivem entre nós, suas irmãs?" Está claro que, pelo próprio texto evangélico, tanto de Marcos como de Mateus, como de João, como de Lucas, toda vez que nós procuramos as referências da família de Jesus, nós encontramos sempre a citação dos seus irmãos. Então diz o senhor, não seriam irmãos apenas de crença? Ora, é preciso lembrar que Kardec estuda isso muito bem, n'O Evangelho Segundo o Espiritismo. O senhor, como espírita precisa recorrer a OEvangelho Segundo o Espiritismo e tomar conhecimento deste assunto. Este assunto, o senhor o encontra precisamente no Capítulo XIV d'O Evangelho Segundo o Espiritismo. Quando Kardec trata do problema do parentesco corporal e parentesco espiritual. E, no caso de Jesus, Kardec, citando aquele trecho em que Jesus pergunta "quem é minha mãe e quem são meus irmãos", quando seus irmãos e sua mãe vão procurar retirá-lo da pregação evangélica, com medo das consequências que essa pregação poderá lhe trazer. E o senhor sabe que estes trechos estão em Marcos, Capítulo 3, Versículos 20-21 e 31-35, e Mateus, Capítulo 12, versículos 46-50. Ora, comentando estes textos, o que diz Kardec? Pelo que respeita aos seus irmãos, sabe-se que nunca tiveram simpatia por ele. Quer dizer, não tiveram simpatia por Jesus, do ponto de vista da sua pregação, do seu ensino, da sua crença. Como, então, o senhor quer que o texto de Mateus e de Marcos se refiram a irmãos em crença? É jogar muito longe e com uma hipótese absurda! Mas, Kardec continua. "Espíritos pouco adiantados, não haviam compreendido a sua missão. Era bizarra, para eles, a conduta de Jesus, e seus ensinamentos não os haviam tocado, pois nenhum deles se fez seu discípulo. Parece, mesmo, que eles participavam, até certo ponto, das prevenções dos seus inimigos." Ora, como o senhor vê, o senhor, como espírita, e diante da clareza destes textos, me parece que não pode ter dúvidas e não pode rejeitar assim, como o senhor rejeita, na carta que me enviou, de maneira definitiva e absoluta, que Jesus tivesse irmãos carnais. Ele teve, sim, senhor. Mesmo porque, não é apenas Kardec que diz isto. Não são apenas os exegetas protestantes que afirmam isto. Há coisas muito mais significativas, do meu ponto de vista. Há coisas que procedem de pesquisas extraevangélicas, que não decorrem apenas dos textos do Evangelho. São as pesquisas históricas sobre o Cristianismo, sobre a vida de Jesus, sobre os Evangelhos, feitas por uma série de professores universitários do mais alto gabarito, da mais alta qualidade intelectual e moral. Homens que, desde Renan até Charles Guignebert, em nossos dias, vêm pesquisando isto profunda e intensivamente. E todos eles, sem uma única exceção, chegaram à conclusão de que Jesus era apenas o primeiro filho de Maria e José, que tiveram muitos outros filhos.
Mande suas perguntas ao programa No Limiar do Amanhã, Rádio Mulher, Rua Granja Julieta, 205, São Paul. Escreva à máquina ou em letra bem legível. Faça perguntas, não faça relatórios. As perguntas mais interessantes do mês serão premiadas com livros. Diálogo No Limiar do Amanhã, perguntas e respostas.
Download Pergunta 5: Reencarnação passada de Pelé
Locutor - Professor, o ouvinte Carlos Pivati, Lapa, Capital, pergunta: Quem foi Pelé na existência passada? Teria ele sido um tipo de Tiradentes? Por que a maioria do povo vive na obscuridade e outros são tão comentados?
J. Herculano Pires - É curiosa a sua pergunta. O senhor quer fazer, por assim dizer, uma espécie de um noticiário futebolístico do além, né? Saber a procedência espiritual dos grandes jogadores. Mas por que essa mistura com Tiradentes? Isso é que eu não entendi. Pelé não tem nada de Tiradentes. O senhor disse que ele devia ter sido um tipo como Tiradentes. Não entendo. A não ser que se refira a popularidade. O senhor acha que Tiradentes foi muito popular. Na verdade ele foi muito popular, depois que o mataram. Antes disso, ele foi um homem que liderava uma revolução, mas num âmbito muito estreito, muito pequeno da nossa imensa região brasileira. Era lá em Minas, como nós sabemos, lá na zona de Ouro Preto, e não houve essa popularidade, tipo de Pelé, com Tiradentes.
Quanto a saber quem foi Pelé na outra encarnação, isto é querer saber demais. Sabe disso? Se nós soubéssemos as encarnações anteriores das pessoas, nós teríamos uma tremenda confusão no mundo. Por isso, não sabemos. Nós estamos aqui para ter uma vida aqui, na Terra, livre das vidas anteriores no tocante às nossas lembranças. Mas esta vida é presa às vidas anteriores, no tocante às consequências das ações que lá cometemos. Entretanto como essas ações nos põe em relação com muitas pessoas, que nós reencontramos aqui em posições diferentes, se nós lembrássemos dessas ações, continuaríamos aqui as rixas antigas ou as antigas amizades, muitas vezes, conluiadas com processos escusos. Então, não lembramos de nada disso. Nós temos apenas que nos defrontar com as consequências de nossos erros e de nossos acertos e passar por cima de tudo isso, para realizar uma vida independente das anteriores. É por assim dizer um "jogo de cabra cega" que nós realizamos na atual encarnação. Nós temos de quebrar o pote do passado. E se nós quebrarmos, ganharemos o prêmio. Não pense portanto na encarnação possível de Pelé no passado ou de outro qualquer jogador de futebol. Cada um deles tem o seu passado, como todos nós, e cada um deles está nessa vida não apenas para jogar futebol. Está aqui também e principalmente para progredir do ponto de vista espiritual.
Download Pergunta 6: O espírito de Arigó poderia operar?
Locutor - Professor, o ouvinte Renato Moretti, da Rua Antonio Foster, pergunta: O Arigó que era o médium intermediário do plano espiritual e realizava operações, ele pode fazer o mesmo trabalho, estando desencarnado com a ajuda de outro médium que opera também?
J. Herculano Pires - É preciso lembrar que Arigó operava, não por ele, mas pelo auxílio do Dr. Fritz. Os fenômenos que se passavam com Arigó eram, portanto, produzidos por um Espírito, que era o Dr. Fritz, ou por outros elementos da equipe de Espíritos que assistiam Arigó. Arigó não tinha competência para realizar operações. Arigó não tinha conhecimentos para isso. Arigó era um médium, um instrumento, simplesmente. Portanto, não me parece justo pensar-se que Arigó esteja, hoje, manobrando a mão de outros médiuns, porque, na verdade, a mão dele era manobrada por Espíritos muito mais esclarecidos e muito mais elevados que ele.
Download Pergunta 7: Sonho sobre comer uma galinha viva
Locutor - Professor, o ouvinte Luis, pergunta: "Um irmão meu sonhou que estava comendo uma galinha viva e acordou com mal estar do efeito do sonho. Parece que até hoje ele ainda sofre as influências daquele sonho. Agora ele quer saber se isso foi obra de algum desses Espíritos que reina em trabalhos de quimbanda.
J. Herculano Pires – Ora, é preciso não se atribuir tudo, tudo, tudo aos Espíritos. Os espíritos são, como diz Kardec, "uma das forças da natureza". Vamos fazer um pequeno exemplo. Nós sabemos que existe o mundo invisível dos micróbios e dos vírus, né? O mundo das bactérias. Essas bactérias produzem infecções em nosso organismo e podem causar terríveis doenças em nós. Mas, independentemente da ação dessas bactérias, nós temos, no nosso próprio corpo, condições para passar por certas doenças e certas dificuldades que surgem do mau funcionamento do nosso próprio organismo. Então, nem sempre são as bactérias, são os vírus, os causadores das doenças que sofremos. O mesmo acontece do ponto de vista psíquico. Nós temos o nosso psiquismo, nós somos espíritos. Nós somos da mesma natureza dos espíritos que nos cercam e que, sendo bons, nos auxiliam ou, sendo maus, nos prejudicam. Nós também somos Espíritos, nós não somos corpo material. Uma vez, saindo do corpo material, voltamos para o plano espiritual e passaremos a fazer parte desse mundo invisível dos Espíritos, que atua sobre o mundo dos encarnados. O caso do seu irmão pode decorrer de uma situação orgânica desfavorável. Ele pode ter sofrido qualquer coisa que deu a ele uma sensação desagradável. Misturando isso com lembranças de cenas que tenha visto em filmes, em televisão, ou cenas que tenham decorrido de histórias que lhe contaram sobre macumba, isto tudo tenha se juntado na sua memória, no seu inconsciente, e produzido um sonho desagradável. Não é preciso atribuirmos, portanto, a Espíritos, que às vezes estão completamente inocentes num caso desta natureza. Diga ao seu irmão que não tenha tanta preocupação com isto. Procure ver se ele não sofre ânsias de vez em quando, perturbações estomacais e se não se sente mal, a boca amarga. Situações desagradáveis que produzem, às vezes, sensações de náusea. E ele que procure ver isso, procure consultar um médico para isso. Não é?
Download Pergunta 8: Progresso espiritual dos canibais
Locutor - Professor, o ouvinte Francisco Del Nero, Vila Albertina, pergunta: Primeiro, os canibais são Espíritos vivendo a primeira encarnação no gênero humano?
J. Herculano Pires - Nós não podemos dizer que os canibais são Espíritos de primeira encarnação. Porque nós sabemos que a primeira encarnação das criaturas no reino humano, ela se processa ainda em nível bastante inferior. Muitas vezes, os canibais são canibais não por uma inferioridade inata do seu Espírito, mas pelas circunstâncias em que nasceram, pela região, pelas condições da tradição tribal em que eles se encontram. Então eles seguem um determinado costume. Entre os índios, do nosso mundo hoje, existem Espíritos bastante adiantados, tanto assim que facilmente se integram na civilização, quando arrancados da selva e trazidos ainda pequenos para viver no meio civilizado. Ora, existe entretanto, na África, certas tribos bastante atrasadas, inferiores como a dos Pigmeus Africanos, bastante conhecidas. E outras tribos na Austrália, na Polinésia, que realmente revelam uma situação bastante inferior. É possível que as primeiras encarnações humanas se deem em tribos dessa natureza, em tribos em que ainda a animalidade predomina de maneira quase absoluta sobre a humanidade. Será isso que o senhor queria saber? É o que eu posso lhe responder dentro dos princípios doutrinários.
Download Pergunta 9: Os pesadelos e os espíritos vingativos
Locutor – E a segunda pergunta: Quando temos pesadelos estamos sendo vítimas de espíritos vingativos? Essa pergunta eu faço porque tenho notado que as pessoas quando tem esses tipos de sonhos, sofrem muito.
J. Herculano Pires - Às vezes, pode ser, às vezes, não. Os pesadelos podem decorrer, é o que os caipiras paulistas chamam de "pisadeira". Porque nós sofremos uma verdadeira pisadeira, segundo eles dizem, durante esses sonos, esses sonhos brutais. Às vezes pode ser a atuação de um Espírito vingativo, de um Espírito inimigo sobre o nosso Espírito. Mas às vezes também pode ser causado, o pesadelo, por circunstâncias puramente orgânicas. Um indivíduo que comeu, por exemplo, uma pesada feijoada e foi dormir e teve um pesadelo, é mais fácil ele compreender que o seu pesadelo decorreu de uma má digestão, do que da influência de um mau Espírito. Não é verdade? Assim, precisamos não atribuir tudo aos Espíritos. É preciso lembrar que nós somos criaturas espirituais que temos a nossa independência e, que no trato do nosso organismo material, nós temos a nossa responsabilidade. Muitas vezes, um abuso que cometemos, produz um mal que nós não temos porque atribuir a outro espírito, senão ao nosso próprio.
Download Pergunta 10: Ação do fogo sobre o perispírito
Locutor - Professor, o ouvinte Odilon de Souza Camargo, rua Barão do Rio Branco, São Paulo, pergunta: Primeira, o perispírito sendo assim material, no caso do homem ser incinerado vivo, o perispírito não é perecedor?
J. Herculano Pires - Não, o perispírito não é material. Kardec esclarece isto muito bem n'O Livro dos Espíritos. Ele diz que o perispírito é semimaterial, é um instrumento de ligação entre a matéria e o espírito. Justamente por isso, o perispírito se constitui de elementos do mundo material e elementos do mundo espiritual. É aquilo que nós chamamos, em filosofia, um "processo dialético". Encontram-se dois elementos contrários e produzem, na sua ação e reação um sobre o outro, um terceiro elemento. Ora, o terceiro elemento produzido pelo encontro da matéria e o espírito é o perispírito, que é formado do fluido universal. Então, este fluido universal contém elementos materiais. Mas ele não é propriamente material, contém mistura de elementos materiais na sua constituição espiritual. O que acontece, portanto, na incineração, é apenas o seguinte: se nós incineramos o corpo de um morto, antes que o Espírito tenha se afastado realmente do corpo, o Espírito vai sofrer as conseqüências da incineração. Quer dizer, ele vai sofrer, no seu perispírito, as sensações agudas que sofreria, se estivesse encarnado ainda, porque ele tem ligações com o corpo material. Mas o fogo não destrói o perispírito, porque o fogo material não pode destruir um elemento espiritual. É apenas nesse sentido que sempre, nos meios espíritas, de acordo com os ensinos dos Espíritos, se diz que um cadáver não deve ser incinerado. Principalmente em nosso meio que não se usa incineração, não deve ser incinerado, a não ser depois de setenta e duas horas após a sua morte. É necessário dar um tempo mais largo de que o comum para que haja completo afastamento do Espírito, que ele se desligue completamente do corpo, a fim de que o mesmo seja incinerado sem prejudicá-lo. Quer dizer, sem perturbá-lo, sem lhe causar angústias. Mas não, sem destruí-lo, porque o fogo não destrói o perispírito. Download
Pergunta 11: Ampliação d'O Evangelho Segundo o Espiritismo?
Locutor - Segunda pergunta. Quando eu era moço, emprestaram-me O Evangelho Segundo o Espiritismo, quase um folheto, pequeno mesmo. Agora, na velhice, ganhei de presente o livro com o mesmo título, mas com o volume em dobro. Quem ampliou?
J. Herculano Pires - É claro que ninguém ampliou. O Evangelho Segundo o Espiritismo é uma obra de Kardec, foi escrito nos fins do século passado. E esta obra de Kardec existe no seu original francês, de que é feita a tradução para o português. Todas as traduções, são várias as traduções existentes no Brasil. O senhor pode ver que não é apenas uma tradução. Inclusive há uma tradução minha, que eu fiz da segunda edição francesa. Esta segunda edição francesa foi lançada no tempo de Kardec, corrigida por Kardec e considerada por Kardec como a edição modelar, que devia servir para todas as traduções no mundo. Por isso, eu fiz uma tradução d'O Evangelho Segundo o Espiritismo deste original de Kardec. Assim como Guillon Ribeiro fez. Assim como Bezerra de Menezes fez, e Antonio Lima, e tantos outros fizeram. Doutor Julio Abreu Filho, aqui em São Paulo, fez também uma tradução do Evangelho. Há muitas traduções d'O Evangelho Segundo o Espiritismo e todas as traduções conferem entre si, porque o original é um só, havendo apenas uma certa discordância na maneira, porque, às vezes, se traduz uma frase, se traduz outra. Na maneira, porque o tradutor entende que a tradução fica mais clara e mais certa, feita do modo que ele deseja fazer. Mas ninguém se atreveu ou se atreveria a fazer acréscimos numa obra como essa, uma obra tradicional, uma obra clássica. O que deve ter havido é o seguinte: Ou deram ao senhor algum resumo d'O Evangelho Segundo o Espiritismo, algum apanhado de mensagens desse Evangelho, que houve publicações dessa espécie, no fim do século passado e princípio desse século. Pode ser que tenham lhe dado isso. Ou o senhor está confundindo algum livro pequeno que lhe deram, na ocasião, com O Evangelho Segundo o Espiritismo. A nossa memória não é absoluta, ela falha, ela às vezes se confunde. Mas é muito fácil do senhor verificar que não houve acréscimos. Basta o senhor passar, por exemplo, na Federação Espírita do Estado de São Paulo e pedir para ver o original francês d'O Evangelho Segundo o Espiritismo que existe na biblioteca da Federação. E o senhor verá que esse Evangelho é bem anterior. Este livro completo, igual a edição completa de hoje, é bem anterior ao seu nascimento.
Download Pergunta 12: Indecisão e os desafios da vida
Locutor - Terceira pergunta do senhor Odilon de Souza, Professor. Como vencer a mim mesmo, vencer a indecisão? Pois, se este mês sou espírita, no outro mês sou testemunha de Jeová. A mente parece sã, mas a vida inteira na indecisão. O que fazer? J. Herculano Pires - Lutar contra a indecisão. Naturalmente uma prova porque o senhor passa, nesta vida. O senhor é um espírito que deve ter tomado muitas atitudes contraditórias em vidas anteriores. Então o senhor trouxe nesta vida, essa prova de se sentir indeciso diante de situações básicas fundamentais para sua orientação espiritual, como esse caso. Como o senhor pode um mês, ser espírita, e outro mês, ser testemunha de Jeová, quando estas duas doutrinas diferem diametralmente, fundamentalmente uma da outra? Então é preciso que o senhor verifique bem qual a razão desta sua vacilação e que o senhor lute contra ela. O senhor precisa firmar o pé numa das canoas, não pode ficar com o pé nas duas. Porque de repente, na correnteza do rio, uma canoa se afasta muito da outra e o senhor cai na água. Então procure pedir a Deus, pedir a Jesus, orar ao seu espírito protetor. Para que o senhor receba o auxílio necessário, a fim de definir a sua posição, numa ou noutra dessas correntes religiosas. Download
Pergunta 13: Kardec foi enganado?
Locutor - Professor, o ouvinte Odilon de Souza Camargo, rua Barão do Rio Branco, São Paulo, pergunta: se existe Espírito mistificador, será que todo o mundo espírita não passa de mistificação? Kardec teria sido ludibriado?
J. Herculano Pires - O fato de existirem Espíritos mistificadores é, por si só, uma prova de que existem Espíritos não mistificadores. Quando nós falamos "existem homens mentirosos", não queremos dizer que todos os homens são mentirosos. Não é verdade? Mas queremos dizer que existem homens verdadeiros. Porque, senão, nós não diríamos que existem homens mentirosos, se todos fossem verdadeiros. Assim, é preciso não fazer confusões a respeito do problema espírita. Os Espíritos são as criaturas humanas, apenas desprovidas do seu corpo material. Ora, nós avaliamos as criaturas pelo quê? Pela sua aparência física ou pelo que elas dizem? Pelo que elas revelam de seus conhecimentos? Pelo que elas revelam de seus sentimentos, de sua moral? Pelo que que nós avaliamos as criaturas? É evidente que também avaliamos os Espíritos assim. Kardec dizia, por exemplo, não podemos pedir ao Espírito que nos exiba uma caderneta de identidade. Não é? Porque os espíritos não pertencem ao nosso mundo. Não estão fichados em delegacias e secretarias públicas de polícia. Eles não possuem carteira de identidade. Mas nós podemos identificá-los através do que eles dizem, do que eles nos revelam, estudando e analisando com atenção aquilo que eles falam. E, por outro lado, podemos também conhecê-los através do que eles fazem, do que eles produzem. Através, também, da mediunidade, de que eles se servem. Há, portanto, princípios fundamentais no Espiritismo para nós conhecermos os Espíritos. Mas eu posso ir um pouco mais longe e dizer ao senhor o seguinte. O Espiritismo, como diz Kardec, não inventou nada de novo, não inventou os Espíritos e nem inventou as comunicações. Apenas o que ele fez foi provar cientificamente a existência dos espíritos e a validade das comunicações.
Por quê? Se o senhor ler, por exemplo, as Epístolas dos apóstolos, no Evangelho. E se o senhor ler o Livro de Atos. E se o senhor ler, principalmente, a I Epístola de Paulo aos Coríntios, o senhor verá que os apóstolos de Jesus faziam sessões espíritas, em que os Espíritos se manifestavam. A tal ponto, que o apóstolo Paulo recomenda aos profetas, ou seja, aos médiuns, que se sentavam à mesa para dar profecia. Ou seja, para transmitir a comunicação mediúnica. Recomendava a eles como deviam se portar à mesa, nessas reuniões, no uso que eles chamavam "os dons espirituais". Esses dons espirituais é que constituem a mediunidade. E se o senhor ler, por exemplo, a Epístola Universal de Pedro, o senhor verá que ele adverte de maneira incisiva, naquela Epístola: “é preciso verificar se os espíritos vêm de Deus”. Por quê? Porque, já naquele tempo, nas reuniões cristãs primitivas, manifestavam-se espíritos mistificadores, que diziam mentiras. Então João ensinava, é preciso ver, verificar se os Espíritos vêm de Deus. Porque o Espírito que vem de Deus é o Espírito da Verdade, não é o espírito da mentira. E o Espírito da Verdade se comprova, diante de nós, por aquilo que ele diz e por aquilo que ele faz. Ora, Kardec pesquisou os Espíritos durante mais de doze anos consecutivos. Podemos dizer que ele pesquisou os Espíritos durante quinze anos consecutivos. Porque foi desde 1848 [a data mencionada aqui pelo Professor Herculano, 1884, foi por um acidente], que ele iniciou seu trabalho de pesquisa. Essas pesquisas foram rigorosamente controladas por ele, que era um homem de ciências, diretor de estudos da Universidade de França. Um discípulo eminente de Pestalozzi, um homem acostumado à pesquisa, um homem que o professor Charles Richet, prêmio Nobel de Fisiologia, declarou que era realmente um homem dotado de inegável vocação para pesquisas científicas. E foi assim, na pesquisa rigorosa das ciências, com o cuidado, a atenção e a sabedoria que possuía, foi assim que Kardec chegou à conclusão de que os Espíritos que se comunicavam com ele, para transmitirem o ensino espírita, eram realmente Espíritos Superiores.
Download Atenção amigo ouvinte. Após a explicação do Evangelho, há um recado para você. Pode ser, até mesmo, um desafio, uma provocação. Não deixe de ouvi-lo. Se a sua resposta for boa, poderá também receber um prêmio. Nossa briga é sempre cordial.
O Evangelho do Cristo, em espírito e verdade.
Abrimos o Evangelho ao acaso e saiu-nos o trecho seguinte: Paulo aos Gálatas 1:15-17: "Mas quando aprouve a Deus que me separou desde o ventre de minha mãe e me chamou pela sua graça, revelar seu filho em mim para que eu o pregasse entre os gentios.
Imediatamente não consultei carne e sangue, nem fui a Jerusalém para os que eram apóstolos antes de mim, mas parti para Arábia e outra vez voltei a Damasco.”
Neste trecho da Carta de Paulo aos Gálatas, é bastante importante por nos revelar a maneira decisiva com que o apóstolo mudou a sua direção de vida. A sua orientação espiritual, desde o momento em que teve a visão do Cristo, na estrada de Damasco. Ele revela, neste trecho, que sentiu-se naturalmente, naquela hora, já como predestinado na sua vida, para esse encontro decisivo. Ele sabia que mais hoje, mais amanhã, diante da sua perspectiva espiritual, raiaria um novo mundo. Ele não fora destinado, desde o ventre de sua mãe, como ele diz ali, a viver apenas no Judaísmo. Ele tinha, pelo contrário, de romper com as estruturas arcaicas do judaísmo, para abrir, ante o mundo em que vivia, as novas dimensões do Cristianismo. Nós sabemos que o Cristianismo é, na verdade, uma reforma do Judaísmo. O Evangelho é, por assim dizer, a reforma da Bíblia, da velha Bíblia judaica. Costumamos confundir, em virtude da posição errônea seguida por todas as igrejas cristãs, Evangelho e Bíblia. São dois livros inteiramente distintos. Nós podemos ver isto na própria designação que as próprias igrejas dão a ambos. Um é o Velho Testamento, o Velho Testamento que regia a vida espiritual dos judeus; outro é o Novo Testamento, o Novo Testamento que deve reger a vida dos cristãos. E nós vemos oposições violentas entre esses dois livros. O Deus do Velho Testamento é o Deus irado, o Deus dos exércitos, o Deus raivoso, o Deus que escolhe um povo como seu privilegiado e que manda este povo matar, nada menos que sete povos. Exterminá-los a ferro e fogo para tomar, para conquistar a terra de Canaã eali habitar. O Deus do Evangelho, pelo contrário, é aquele que Jesus designou como Pai, pai de todos os povos, de todas as raças, de todos os seres. Esse Pai supremo não tem privilégios para ninguém. A sua lei não é a lei do dente por dente, olho por olho, mas uma lei muito diferente, a lei do amor. E Jesus ensina que devemos amar até mesmo aos nossos inimigos. Veja que contradição fundamental entre o Evangelho e o Velho Testamento.
Ora, Paulo compreendeu isto muito bem quando, sendo um doutor da lei do templo de Jerusalém, apegado aos velhos textos judaicos, seguidor ferrenho de todos os princípios do Judaísmo, a ponto de perseguir os cristãos sem piedade, onde quer que eles se encontrassem, Paulo sentiu, entretanto, quando se defrontou com a figura espiritual do Cristo, na estrada de Damasco. Ele sentiu que não podia continuar naquele caminho do passado. Ele tinha de entrar numa nova era, a era cristã que estava nascendo, e seguir um caminho novo que o conduziria a Deus e, não apenas, aos privilégios da igreja judaica. É neste sentido que Paulo então afirma a sua decisão cristã de partir para o mundo, dirigir-se a todos os povos. Os gentios, que eram considerados pelos judeus ortodoxos como os "goin". Ou seja, as criaturas que não tinham capacidade de compreender a lei da pureza e que, por isso, eram impuras. Entretanto, Paulo leva até estas criaturas a lei nova do Evangelho, despertando-as para a compreensão espiritual da vida. E da pregação de Paulo, prosseguindo no desenvolvimento dos ensinos de Jesus no mundo inteiro, nós vemos nascer o Cristianismo. Foi ele o Apóstolo dos Gentios, o apóstolo das gentes, aquele que iniciou a expansão do Evangelho pelo mundo. Foi ele realmente o pioneiro da propagação do Cristianismo. E é por isso que ele, então, nos diz na sua simplicidade, na sua pureza, através desta Carta aos Gálatas, que lhe coube o trabalho de realmente despertar as consciências e os corações dos homens para a compreensão da Boa Bova. Ou seja, do Evangelho, nos ensinamentos renovadores que o Cristo trazia para a Terra.
Sou mulher e, portanto, sou gente. Tenho os mesmos direitos que o homem, pois sou mãe, esposa, irmã e filha do homem. Você já aprendeu a respeitar os direitos da mulher? Ou você é um "quadrado" que considera a mulher como sua propriedade? Sua "Escrava Isaura" amarrada pelos pés; um cachorrinho de luxo que não pode sair à rua sem ser puxado pela coleira; uma negra de senzala que não pode falar com ninguém, sem ter você vigiando ao lado. Que espécie de homem é você, marido "bicho papão" ou marido companheiro?
No Limiar do Amanhã, a mulher ao lado do homem.