No Limiar do Amanhã, um desafio no espaço.
Março é o mês de grandes acontecimentos espíritas. Dia primeiro, comemora-se o aniversário do jornal "O Semeador", da Federação Espírita do Estado de São Paulo, que surgiu em 1944. Dia 31, o aniversário do jornal "Unificação", da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, que entrou em circulação em 1953. Dia 4, transcorre a data do passamento do almirante Taim Pamplona, que foi presidente da Federação Espírita Brasileira e voltou a pátria espiritual em 1955. Foi o grande almirante espírita do Brasil, deixando o seu nome gravado na história espiritual do nosso país e do mundo.
O dia 31 de março assinala a data máxima do passamento de Allan Kardec, em 1869. O Codificador da Doutrina Espírita realizou, em apenas quinze anos, a obra gigantesca de elaboração dos fundamentos filosóficos do Espiritismo, com base em pesquisas cientificas por ele realizadas e que deram motivo ao aparecimento das ciências psíquicas experimentais, que vão desde as pesquisas universitárias, na Alemanha e na Inglaterra, até a Parapsicologia dos nossos dias.
Temos ainda, em 31 de março, a efeméride pré-espírita da ocorrência dos fenômenos mediúnicos com as irmãs Fox, nos Estados Unidos, com a primeira observação científica dos fenômenos de tiptologia, em 1848. E, no plano nacional, temos nessa mesma data o lançamento oficial do selo postal comemorativo do passamento de Kardec. O selo foi lançado pelo então Departamento dos Correios e Telégrafos do Governo Federal, em 1969, marcando o primeiro centenário da desencarnação de Allan Kardec.
Em meados de março, no dia dezenove, temos a data do nascimento de Antonio Gonçalves da Silva, o Batuíra, pioneiro da Imprensa Espírita Paulista e patrono espiritual do Clube dos Jornalistas Espíritas de São Paulo.
No Limiar do Amanhã, um programa desafio. Produção do Grupo Espírita Emmanuel, transmissão 149, terceiro ano. Locutores Roberto Nei e Lílian Lói, sonoplastia Antonio Brandão, técnico de som José Milito. Direção e participação do professor Herculano Pires. Diálogo no Limiar do Amanhã, vamos as perguntas de hoje.
Pergunta 1: A suposta Reencarnação de Allan Kardec
Locutor - Professor, o ouvinte Antonio Lara, Rua Húngara, Vila Ipojuca, pergunta: no sábado dia vinte e seis de janeiro do ano em curso, o senhor respondeu um consulente que insinuou ser, o senhor, a reencarnação de Allan Kardec. O senhor desiludiu o consulente, provando não ser o Allan Kardec. Eu costumo matar a cobra e mostrar o pau. O cidadão que anda espalhando ser o Allan Kardec reencarnado, chama-se Osvaldo Polidoro. Quem é o Polidoro? O Polidoro é ou era um humilde trabalhador em mecânica. Ser trabalhador em qualquer trabalho não é desonra, mas se Kardec tivesse que voltar, não iria voltar como um simples metalúrgico ou torneiro mecânico. Eu poderia apontar uma porção de espíritas que poderiam ter sido a reencarnação de Kardec. Entre eles o saudoso Pedro de Camargo (Vinicius), Eurípedes Barsanulfo, Cairbar de Souza Schutel etc. Mas não estou afirmando nada, é para provar que não há retrocesso na evolução do espírito. Quem foi emérito, sábio, não iria voltar como um operário qualquer. Assumo toda a responsabilidade destes comentários.
J. Herculano Pires – É, o senhor está um tanto solene, não precisa assumir tanta responsabilidade, a responsabilidade não é assim tão grande. O senhor diz que costuma matar a cobra e mostrar o pau. Pois nós já temos mostrado a cobra aqui neste programa muitas vezes. Não é a primeira vez que se diz aqui que Osvaldo Polidoro é quem está se apresentando como sendo a reencarnação de Kardec. Nós já tivemos ocasião de comentar isso, muitas vezes. Mas há um engano da sua parte quando diz que pelo fato de ter se reencarnado nessa vida como um simples operário mecânico, Osvaldo Polidoro estaria apresentando um retrocesso do espírito de Allan Kardec. Não! A evolução espiritual não se mede pelas posições sociais do indivíduo na Terra. É preciso que isto fique bem claro para compreendermos melhor o assunto. O espírito evolui espiritualmente. A evolução espiritual não se relaciona com aquilo que nós chamamos os progressos da vida terrena do homem. Pode muitas vezes um espírito da mais elevada envergadura nascer na Terra, como aconteceu com Jesus Cristo, numa humilde oficina de carpinteiro na província da Galileia, uma província desprezada pelos judeus e pelos romanos e numa cidadezinha minúscula no tempo, que era Nazaré. Portanto, Jesus que como nós sabemos e de acordo com a Doutrina Espírita, é o espírito mais elevado que já passou pelo planeta, nasceu como um simples carpinteiro. Esse problema que eu queria esclarecer.
O senhor Osvaldo Polidoro poderia ser a reencarnação de Kardec mesmo nascendo mecânico, não tinha importância nenhuma. O que acontece é que nós não sabemos quem é a reencarnação deste ou daquele e que ninguém pode se proclamar aqui na Terra como sendo a reencarnação deste ou daquele. E, no caso de Kardec, era necessário que o espírito que se manifestou no senhor Osvaldo Polidoro, que é o senhor Osvaldo Polidoro, este espírito mostrasse as dimensões pelo menos de Allan Kardec. Dimensões de inteligência, de elevação espiritual, de capacidade de enfrentar os problemas do mundo e propor-lhes as soluções que Kardec propôs no seu tempo, pelo menos. Mas nem isto o senhor Polidoro fez, e não faz e não pode fazer, porque não tem dimensões para isto. O senhor Polidoro é um médium, um médium como o senhor disse muito bem, um médium psicógrafo. Um médium que tinha grande capacidade mediúnica e que devia realizar um trabalho bonito no meio espírita de São Paulo e do Brasil. Mas o senhor Osvaldo Polidoro se deixou levar pela ideia a ele atribuída, introduzida na sua cabeça por espíritos mistificadores, de que ele era a reencarnação de Allan Kardec. É muito fácil a pessoa se deixar levar por isso e, assim, o que nós tivemos foi apresentação do Polidoro como nós sabemos, nessa situação em que ele se encontra. Infelizmente, cercado por certas criaturas que admitem que ele seja a reencarnação de Allan Kardec, embora nada possa provar isso na atuação, na posição, na inteligência, na perspicácia, na compreensão espiritual de Polidoro, nada pode indicar isso. De modo que o senhor mostra o pau, nós mostramos a cobra.
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Pergunta 2: A Parapsicologia admite a existência da alma?
Locutor - Professor, o ouvinte Carlos Roberto Guedes, da Rua Saturnino de Brito, no Belém, pergunta: a parapsicologia já admite a existência da alma?
J. Herculano Pires - Sim. A Parapsicologia já admite a existência da alma. Posso mesmo dizer mais um pouco do que isso. Nós sabemos que a parapsicologia foi fundada nos Estados Unidos por duas grandes figuras das ciências contemporâneas, que foi o professor Joseph Banks Rhine, da Universidade de Duke, e o professor Willian McDougall, famoso psicólogo inglês que na ocasião estava lecionando e pronunciando conferências em várias faculdades norteamericanas, em várias universidades norteamericanas. Pois bem, estes dois fundadores da parapsicologia, iniciaram as pesquisas psíquicas sem nenhuma preocupação de negar ou provar a existência da alma no homem. O que interessava a eles eram os fenômenos paranormais. Entretanto, o próprio professor Rhine chegou bem cedo à conclusão de que a existência dos fenômenos paranormais e, particularmente, da percepção extrassensorial, esta existência da percepção extrassensorial provava que no homem há alguma coisa a mais do que simples matéria. Daí, a teoria do professor Rhine, de que no homem existe um elemento extrafísico. Para não dizer espiritual naturalmente, ele usou a expressão 'extrafísico'. Esta descoberta do professor Rhine se confirmou através de numerosas experiências realizadas, não só por ele, na Universidade de Duke, como nas demais universidades americanas, por vários investigadores, e nas universidades europeias. Assim, nós então podemos apontar também na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, o famoso professor Whately Carington, que, não só proclamou a existência, no homem, da alma, de um conteúdo extrafísico ou espiritual, como, até mesmo, criou uma teoria parapsicológica da sobrevivência da alma após a morte do corpo. Essa teoria do professor Carington pode ser encontrada inclusive no livro do senhor Robert Amadou, que, como nós sabemos, é um parapsicólogo católico. E o senhor Robert Amadou descreve muito bem a teoria da existência e sobrevivência da alma no homem, teoria parapsicológica formulada na Universidade de Cambridge. Mas na Universidade de Londres, também o professor Soal, o mais eminente psicólogo inglês da atualidade, formulou uma teoria da sobrevivência da alma após a morte do corpo. E na Universidade... outra universidade inglesa bastante conhecida, o professor Harry Price, muito conhecido por seus trabalhos científicos no campo universitário, lançou também uma teoria da sobrevivência da alma após a morte do corpo. Isto, para nos referirmos apenas a essas figuras exponenciais do mundo parapsicológico. Dali por diante, as pesquisas neste sentido se acentuaram. E hoje nós podemos dizer, com absoluta franqueza e serenidade, que as teorias parapsicológicas da sobrevivência da alma, da existência da alma e sua sobrevivência após a morte do corpo, estão provadas também pela Física e pela Biologia. Por quê? Porque a descoberta da antimatéria pela física e as pesquisas realizadas pelos físicos soviéticos no campo das manifestações vitais no reino vegetal, no reino animal e no reino hominal, levaram os próprios russos, parapsicólogos materialistas, a descobrir o corpo espiritual do homem. Ou seja, aquilo que chamamos no Espiritismo o 'perispírito', ou ainda, aquilo que se chama vulgarmente "a alma humana". Então, a parapsicologia não só provou, como obteve, após alguns anos de trabalho, obteve a confirmação científica através das pesquisas físicas, sendo que estas pesquisas foram acompanhadas por eminentes biólogos soviéticos. E assim temos a confirmação biológica e física de que a alma realmente existe e sobrevive a morte do corpo.
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Pergunta 3: Espiritismo e Ordem Rosacruz
Locutor - Professor, o ouvinte Moacir Luis de Matos, da Rua Major Sertório 322, 2º andar, apartamento 21, na capital, pergunta: qual a relação existente entre Espiritismo e Ordem Rosacruz? Uma vez li obras espíritas e também dessa Ordem e encontro uma semelhança incrível entre ambos. Afinal é ou não é a mesma coisa?
J. Herculano Pires - Não, meu amigo, não é a mesma coisa e nem pode ser. A Ordem Rosacruz pertence a uma fase da evolução espiritual e, portanto, da evolução da própria cultura espiritual na Terra, que é anterior ao aparecimento do Espiritismo. A Ordem Rosacruz, como todas as demais ordens esotéricas e espiritualistas em geral, ela se baseia num processo de revelação e num processo dedutivo. É na parte de princípios fundamentais que regem as várias religiões do mundo e deduz, destes princípios fundamentais, consequências que constituem aquilo que para ela, a Ordem Rosacruz e outras ordens semelhantes, representam as leis que governam o mundo espiritual. O Espiritismo é inteiramente diferente disso. O Espiritismo não pertence a essa fase dedutiva. Preste bem atenção, que é um problema de lógica muito importante para distinguir as coisas. O problema dedutivo é partir-se de princípios fundamentais tomados como axiomas, como coisas certas, definidas, como dogmas, e descer depois a consequências. O processo espírita não é esse, é o processo indutivo. O processo das ciências é pesquisar os fenômenos, investigar a realidade concreta e, da pesquisa destes fenômenos, partir para uma conclusão de conjunto, que é tirada naturalmente, da pesquisa em larga escala e com incessantes repetições no campo da investigação. Assim, o senhor já vê logo na colocação do problema do ponto de vista filosófico e científico, a posição da Ordem Rosacruz e do Espiritismo são contraditórias, são fundamentalmente diferentes.
Por outro lado, a ordem Rosacruz se apega a todo sistema ritual, a todo ritualismo das antigas ordens espiritualistas. Apega-se ao seu processo dogmático, sua sistemática espiritual que pretende fazer com que o homem que nela se inscreve avance rapidamente no sentido espiritual superando as dificuldades da sua atual encarnação. No Espiritismo, não há nada disso, não há ritual de espécie alguma, não há apego a nenhuma forma de dogma. Há uma superação de tudo isso e uma posição puramente científica. O espírita, para se tornar espírita, não precisa se inscrever em nenhum centro espírita, nem numa federação, em nenhuma instituição. Ele não precisa deixar o seu nome em lugar nenhum, ele é espírita por uma questão de consciência, nada mais do que isto. O Espiritismo é um campo livre, de livre pensamento, e o espírita não se inscreve no Espiritismo e não adere ao Espiritismo para dar um passo mais largo do que as suas pernas, com a ilusão de que certos processos ritualísticos podem elevá-lo na escala espiritual. Não! O espírita tem que saber que ele só pode evoluir na luta diária, na luta dura da vida, passando pelas experiências, porque todos os homens passam, não se isolando e nem se enfeitando com quaisquer elementos que possam distingui-lo, como se ele fosse superior aos outros. Compreende? Então, no Espiritismo, "a evolução é dureza", como se costuma dizer. É um processo evolutivo que o homem realiza no meio social, enfrentando todos os seus problemas. Além disso, a Ordem Rosacruz é contrária à mediunidade, combate a mediunidade, condena a mediunidade. E no Espiritismo a mediunidade é fundamento, é o princípio fundamental da Doutrina. O senhor compreendeu agora que não se pode dizer que são a mesma coisa, porque são muito diferentes?
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Pergunta 4: Pessoas enterradas vivas
Locutor - Professor, a senhora Maria Lilia Oriz, da Rua Loefgreen, na Vila Mariana, pergunta: como se explica o caso das pessoas que são enterradas vivas? Os médicos se enganam ou são espíritos obsessores que fazem os médicos se enganarem, para que o obsedado seja sacrificado nesse suplício horrível? E como Deus permite isso?
J. Herculano Pires - O caso das pessoas que são enterradas vivas decorre de um fenômeno hoje bastante conhecido, é o fenômeno de catalepsia. O indivíduo que sofre de catalepsia, ele está sujeito a, de um momento para outro, cair num estado de apatia completa como se tivesse morrido. Cessam aparentemente todas as funções orgânicas e um médico pode naturalmente verificar, do ponto de vista clínico, que ocorreu a morte naquele organismo mas na verdade não ocorreu. A vida está ali em estado latente e esta vida pode voltar de um momento para outro, dali a um minuto, dali a um segundo, dali uma hora, dali um ano, dali há trinta anos. Houve por exemplo um caso curioso, na Espanha, em que no século passado uma senhora caiu, aos trinta anos, num estado de catalepsia, ficou na cama durante trinta anos. Quando ela voltou a si, estava com sessenta anos de idade e os médicos nada puderam fazer para fazê-la voltar. Então, a pessoa que sofre de um problema deste está sujeita a ser enterrada viva se ela não carregar consigo, como se costuma fazer hoje, um aviso, uma caderneta anotada por médicos, hospitais em que se indica que ela sofre de catalepsia. Porque essa indicação evita que se precipite o enterro da pessoa. Mas, se não houver isto, ela está sujeita a ser enterrada viva e voltar depois, acordar já dentro do túmulo, o que é realmente um suplício, uma morte horrível.
Agora, pergunta a senhora, como pode acontecer isso, se são os espíritos obsessores? Não! Não! Isto não é um problema de obsessão. Os problemas de obsessão são muito diferentes destes. Este pode ser, isto sim, um problema de carma. Carma, quer dizer "lei de ação e reação". As pessoas que cometeram no passado certas atrocidades. Por exemplo, houve muita gente que no passado enterrou criaturas vivas para morrerem enterradas. Houve aqueles que emparedaram pessoas. Sabe que essa era uma prática muito usada na Antiguidade e muito usada durante toda a Idade Média. Um indivíduo que era por exemplo um castelão que possuía o seu castelo e os seus poderes, ele podia pegar o inimigo e mandar enterrar vivo na parede do seu castelo. Então abriam a parede, enterravam o indivíduo ali e fechavam a parede de novo. O indivíduo morria asfixiado dentro da parede. Ora, o indivíduo que cometeu um crime deste no passado, abusando do seu livre arbítrio e da sua autoridade passageira na Terra, ele está sujeito a passar hoje por uma morte cataléptica e acordar dentro no túmulo e morrer lá asfixiado, da mesma maneira, porque ele matou o outro.
Então, pergunta a senhora: E Deus permite isso? Sim, é claro! Porque este problema não é de Deus, este problema é do homem. Nós precisamos compreender isto. Deus nos deu uma coisa que se chama consciência, nós todos temos a nossa consciência. O homem que praticou um crime desse, horrendo, no passado, ele vai se lembrar mais tarde no mundo espiritual daquilo que fez. E assim como aqui na Terra os erros que nós cometemos doem na nossa consciência, no plano espiritual, essa dor também existe e é muito maior, muito mais intensa do que aqui na Terra. Então, o espírito, atormentado por aquela dor de consciência, de ter cometido um crime tão bárbaro, ele mesmo se propõe, ele pede, ele ora a Deus e pede para vir passar na Terra por aquilo que ele fez o outro passar. Porque só assim ele se libertará daquela dor de consciência. Então, foi ele mesmo que escolheu, num momento de desespero, é verdade, mas num momento de consciência acusando o seu passado mau, ele mesmo que escolheu aquela morte, aquele suplício horrível, porque ele vem passar aqui. Precisamos compreender, então, que não devemos atribuir a Deus, no sentido geral, aquilo que pertence ao próprio homem, ao seu livre arbítrio, ao âmbito da sua liberdade individual.
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Pergunta 5: Mortes no incêndio do Edifício Joelma
Locutor - Professor, ainda da dona Maria Lilia Oriz, ela pergunta: sei de uma senhora que tinha quatro filhas. Duas delas eram funcionárias de um banco, no prédio Joelma. Duas outras, mais moças, foram fazer testes para entrar no banco no dia do incêndio. Todas quatro morreram queimadas. Por que os espíritos protetores não puderam pelo menos evitar que as duas mais moças fossem fazer testes, naquele dia?
J. Herculano Pires - A senhora naturalmente raciocina pensando que as coisas no mundo espiritual se passam precisamente como aqui na Terra. E que os espíritos dispõem de possibilidades para intervir em certos processos que parecem muito comuns para nós aqui. Por exemplo, duas moças vão fazer teste num banco. É fácil interrompê-las, não deixar que elas vão. Mas quando isso está ligado a um processo espiritual e elas têm de ir, quer dizer, elas estão obrigadas a ir. Porque elas, como espíritos endividados perante a sua própria consciência, assumiram na vida espiritual um compromisso de passar aqui na Terra por uma morte trágica, em virtude do que fizeram com outras pessoas em outras existências. Então ninguém pode intervir. Só Deus. Mas Deus não procura atrapalhar o resgate das dívidas das criaturas no passado, porque isso seria atrapalhar a própria evolução dessas criaturas. Deus quer a evolução de todos e não pode intervir nesses casos. Naturalmente, essa senhora passou por uma dor imensa, inenarrável, incomensurável para nós todos. Perder quatro filhas num incêndio, sendo duas nesta condição de apenas ter ido ali para fazer um teste.
Mas, meu Deus! Que sabemos nós do que está por traz disto, dos danos profundos que se perdem na história? Ainda agora o poeta Ciro Costa, um dos homens mais eminentes de São Paulo, na década de trinta, e que hoje está na vida espiritual, enviou através de Chico Xavier um lindo soneto sobre o trágico incêndio do prédio Joelma. E sabe o que diz lá, o Ciro Costa, que é um espírito de extrema lucidez, de grande elevação? Ciro Costa diz que as pessoas ali vitimadas eram endividadas no tempo ainda das Cruzadas, das guerras santas na Palestina, promovidas pelos europeus com o pretexto de libertar o sepulcro do Cristo das mãos dos árabes. Pois bem, pessoas que participaram dessas guerras, incendiando cidades, incendiando criaturas humanas, casas, aldeias, destroçando em nome do Cristo. Então pense bem. As Cruzadas se passaram entre o século onze e o século treze. De lá para cá, são sete séculos que se interpõem. Por que essas criaturas só agora foram resgatar, por assim dizer, este débito? Porque, segundo explica o Espírito, era necessário que elas mesmas estivessem em condição evolutiva de enfrentar esse problema e de passar pelo sacrifício que impuseram a outras criaturas no passado. Elas mesmas portanto assumiram esse compromisso e ninguém poderia impedir isso.
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Pergunta 6: O fogo afeta os espíritos?
Locutor - Professor, a terceira pergunta da dona Maria Lilia Oriz: ouvi dizer que o fogo afeta o espírito. Se assim é, os espíritos dos que morreram no incêndio ficam também queimados?
J. Herculano Pires - Não! O fogo é material, não é espiritual. O espírito não está acessível ao fogo. O que acontece, que naturalmente não lhe foi suficientemente explicado, é o seguinte. O fogo afeta o corpo espiritual dos espíritos que estão ainda bastante ligados ao cadáver. Espíritos que não se desprenderam suficientemente no momento da morte. Porque a morte é um processo mais lento do que geralmente se pensa. Vemos um homem tomar um tiro, cair morto e dizemos, "morreu". No entanto ele ainda não morreu. É necessário todo um processo pelo qual o espírito e o seu corpo espiritual, o perispírito, vão se desligando lentamente do corpo material.
Ainda hoje falei sobre a descoberta pelos russos nas investigações da física nuclear e da antimatéria. A descoberta que elas fizeram da existência do corpo bioplástico do homem, do corpo energético do homem. Pois bem, nas pesquisas que os russos estão fazendo sobre o fenômeno da morte, eles verificaram que, enquanto não se retiram do corpo humano todos os elementos do chamado "corpo energético" do homem, desse corpo que eles chamaram de corpo bioplástico, enquanto não se retiram todos os elementos, o corpo humano não se cadaveriza. Isso quer dizer portanto que a morte é lenta, é um processo lento. E quando as pessoas querem por exemplo que se aplique a cremação indiscriminadamente a todos os que morrem, os espíritos advertem que é preciso ter cuidado com a cremação. Dar pelo menos setenta e duas horas após a morte, para depois se cremar o cadáver, porque muitas criaturas não se desprendem tão rapidamente do corpo e se estiverem ainda ligadas ao corpo elas sentirão. Não serão afetadas, não serão queimadas espiritualmente, mas sentirão o efeito do fogo em si mesmas e isso as atormentará. Apenas isto, porque passado aquele momento, elas se restabelecem como espíritos e veem que não foram afetadas pelas chamas do fogo material.
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Pergunta 7: Doenças pode ser causadas por maus espíritos?
Locutor - Professor, o ouvinte José Bartolomeu da Silva, de Santo Amaro, pergunta: desde criança que sou super nervoso e agora estou praticamente cego da vista direita e tenho problema de intestino solto. Não sei o que é saúde. Será que trata-se de mau espírito localizado em meu corpo?
J. Herculano Pires - O espírito localizado em seu corpo é o seu próprio espírito. É preciso que se acabe com esta superstição que vem de muito tempo, particularmente da Idade Média onde teve grande voga. A ideia de que os espíritos se metem no corpo dos vivos e aí se localizam. É uma ideia absurda. Cada espírito é uma criatura humana, uma criatura humana é um espírito, é um espírito. Esta criatura, como espírito, está dirigindo um corpo, está na posse de um corpo material, porque é através desse corpo que esse espírito se manifesta no plano da matéria. Então ninguém pode tomar aquele corpo, aquele corpo está ditado pelo espírito. Acontece que os espíritos obsessores simplesmente se aproximam da pessoa que querem obsedar, envolvem elas nas suas vibrações, transmitem pensamentos a elas. Se ligam a elas por sentimentos, emoções e pensamentos, mas não se apossam do corpo da criatura.
Assim, os seus problemas de saúde são problemas referentes à sua própria situação espiritual, de espírito endividado no passado. Espírito que como todos nós, como a maioria da humanidade absoluta, senão a totalidade mesmo da humanidade, espíritos que abusaram do seu livre arbítrio, que foram arrogantes, orgulhosos, vaidosos, maus, que mataram, que feriram, que aleijaram, que pintaram o sete nas suas vidas anteriores. E que carregam hoje as conseqüências desses atos, porque na Natureza a lei de ação e reação é inviolável. Aquilo que fazemos, por aquilo passamos. Trate pois de tomar conhecimento do problema espírita, de frequentar um bom centro espírita, onde o senhor possa receber passes e ser assistido espiritualmente, para vencer os seus problemas e reequilibrar o seu organismo espiritual e, assim também, a sua saúde física.
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Pergunta 8: Mulher que desposou três irmãos e o que lhes acontecerá no plano espiritual
Locutor - Professor, a ouvinte Maria Efigênia, pergunta: casei-me três vezes na mesma família. Meu primeiro marido era o filho mais velho. Morreu cinco anos depois e, dois anos mais tarde, casei-me com o seu irmão segundo. Este também morreu três anos depois do casamento. O irmão caçula também gostava muito de mim e me propôs casamento. Casamo-nos há seis anos e vivemos muito bem. Só com ele eu tive filhos, uma menina e um menino. Eu e meu último marido somos da mesma idade, os dois anteriores eram bem mais velhos do que eu. Agora me atormento pensando, como será quando eu morrer e me encontrar com os outros? Queria que o senhor me explicasse isso, por favor.
J. Herculano Pires - É bastante curiosa a sua história dona Maria Efigênia. Bastante curiosa. E mostra uma relação muito estreita com essa família. A senhora realmente pertencia a essa família em que encontrou três maridos, os três irmãos da família. Isto é bastante interessante do ponto de vista das relações do passado. Vê-se que a senhora veio conduzida para esta casa e naturalmente, para este lar, a senhora foi conduzida porque tinha compromissos com as pessoas, os espíritos que ali viviam. Entretanto esta sua pergunta me faz lembrar a pergunta que foi feita a Jesus e está no Evangelho. Quando os fariseus, querendo perturbar Jesus, lhe propuseram a seguinte questão: De acordo com a lei judaica daquele tempo, quando falecia o marido de uma mulher, o irmão mais velho era obrigado a desposá-la. E se este falecia, o outro irmão também era obrigado a desposá-la e assim por diante. Então disseram: “uma mulher casou-se com sete irmãos e depois da morte voltaram todos para o plano espiritual. Como se arranjam lá?” E Jesus respondeu simplesmente assim: “os espíritos, como os anjos, não se dão em casamento, eles são todos irmãos em espírito”. Quer dizer, não há o problema que a senhora está pensando. O problema do casamento é terreno. O problema espiritual é apenas de compromissos espirituais, afetivos, no plano dos sentimentos, das ligações sentimentais. A senhora, ao voltar para o mundo espiritual, irá encontrar-se naturalmente com essas criaturas com que se casou na Terra. Mas todos se encontrarão já num plano diferente, como espíritos libertos da matéria e, portanto, livres de compromissos conjugais aqui estabelecidos. A situação lá é outra, é uma situação celeste e, não, terrestre.
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Pergunta 9: Criança nascida de pai viciado em embriaguez
Locutor - Professor, a ouvinte Maria Aparecida Cozentino, pergunta: quando a mulher consegue uma criança, ocasião em que o marido encontra-se em estado de embriaguez e sendo altamente viciado, a criança concebida nasce com problemas ou adquire os vícios do pai? J. Herculano Pires - O problema da transmissão, por assim dizer, hereditária de certos vícios, é um problema que naturalmente não compete a mim no campo das nossas questões espirituais. Pode haver influências neste sentido, mas eu não conheço profundamente o assunto para poder afirmar com certeza isto ou aquilo. O que posso te dizer é o seguinte: De acordo com os princípios espíritas, uma criança quando nasce num lar de pessoas viciadas ou sob a influência de um pai viciado, seja nesse ou naquele sentido, esta criança está nascendo ali porque tem ligações estreitas com os pais. Ela está se sujeitando a uma condição que lhe é necessária em virtude das ligações de vidas anteriores com os seus familiares atuais. Então se a criança sofrer qualquer influência não apenas social mas também do ponto de vista de influência congênita no seu nascimento, se ela sofrer isto, isto decorre do seu próprio carma. Quer dizer, do seu próprio destino, ela está se submetendo a uma condição que é necessária a ela para a sua evolução.
Download Pergunta 10: Pesadelos com o filho antes do nascimento e posterior sentimento de serem dois inimigos
Locutor - Professor, o ouvinte Mario X pergunta: quando meu filho, meu primeiro filho, estava para nascer, eu tinha pesadelos com ele. Quando nasceu e eu vi, tive vontade de esganá-lo. Hoje ele está moço e quase não nos falamos. Nunca brigamos, mas somos como dois inimigos. Até a voz dele me irrita e é meu filho, professor. Quero amá-lo como os outros e não posso. Por que acontece isso e o que eu devo fazer?
J. Herculano Pires - Este é um problema que o Espiritismo resolve de maneira bastante clara e se o senhor tivesse feito leituras espíritas a respeito, já teria encontrado a solução para isto. São casos de rivalidades e de inimizades do passado. Naturalmente, seu filho foi um seu inimigo, foi um seu adversário e, naturalmente, o senhor foi o inimigo dele. Não vamos dizer aí que o senhor estivesse numa posição privilegiada. Ambos tinham contas a ajustar, então ele veio nascer seu filho nesta vida. O senhor, ao saber do nascimento dele, porque antes do espírito nascer o espírito do pai e da mãe, quando têm compromissos sérios com esse espírito que vai nascer, o espírito do pai e da mãe são advertidos, são informados daquele nascimento. São mesmo colocados, anteriormente, em face do inimigo que vão receber no lar. Porque esse é o momento do reencontro e do reajuste. As pessoas vão reajustar-se. A inimizade do passado tem que ser vencida atualmente pelos laços de consanguinidade que se estabelecem na família, pela convivência e pela mútua dependência em que vão se encontrar na vida. É um compromisso que se assume de lado a lado. É preciso que essas desavenças desapareçam na atual encarnação.
É verdade que muitas vezes é difícil, as pessoas têm de lutar. Mas se o senhor tivesse conhecimento deste assunto, já poderia ter lutado muito e com vantagens para vencer a sua atitude em face do seu filho. E para procurar envolvê-lo em maior carinho, em maior cuidado. Pense apenas no seguinte: o que o senhor terá feito no passado para magoar esta criatura, de tal maneira que ela agora aqui, reencarnada, sem saber de nada, sem ter lembrança nenhuma do passado, entretanto, já traz no seu inconsciente esta prevenção contra o senhor, que manifesta desde cedo? O que teria se passado de tão grave entre o senhor e esta criatura, para que o senhor, mesmo antes dela nascer, já estivesse prevenido contra ela? Pense bem! São dramas profundos, são velhas tragédias que vêm se resolver agora num lar, num lar cristão, onde o amor deve prevalecer e onde o pai tem por dever absoluto e irrevogável, superar toda aversão com referência ao filho, para lhe dar todo amparo, todo carinho de que ele necessitar.
Procure, o senhor, ler alguns livros espíritas, leia principalmente o livro Iniciação Espírita*, de Allan Kardec. Aprofunde-se na leitura desse livro, leia com atenção, com cuidado, não avançando rapidamente, mas pensando sobre aquilo que lê, para que o senhor possa absorver os conceitos novos de uma nova doutrina que vem trazer a solução desses enigmas insolúveis do destino humano na Terra. O senhor, então, irá mudando naturalmente de atitude para com o seu filho e, se o seu filho tiver a ventura de também aceitar, de aproximar-se do Espiritismo e tomar conhecimento dessa doutrina e seus princípios, ele também irá tendo oportunidade de vencer a sua repugnância em referência ao senhor. E ele passará a compreender que deve ao senhor, nesta existência, a possibilidade de aproximação que o senhor, como espírito, lhe concedeu, ao concordar em recebê-lo no seu lar.
Quando falamos assim, muitas pessoas estranham e dizem. Mas quando eu recebo um filho no meu lar, eu não concordei. É preciso notar que nós não temos apenas a nossa vida de vigília, apenas a vida em que estamos acordados e conscientes da nossa existência atual. Temos também a vida de sono, a vida hipnótica, durante a qual nós mergulhamos no plano espiritual e onde temos também a nossa vivência, a vivência durante o estado de sono. Muitas vezes, esta vivência transparece na nossa lembrança através da consciência que conserva certos episódios que vivemos espiritualmente. Mas, na maioria das vezes, não aparece. Então, pensamos, não recebemos ninguém concordando com isso. É engano, recebemos concordando. E o senhor procure conhecer bem isto e procure frequentar um centro. * Este livro é atualmente publicado com o título "Introdução ao Espiritismo", pela Ed. Paidéia.
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Abrindo o Evangelho ao acaso, encontramos o trecho seguinte: Atos dos apóstolos, 5:12-16: “Faziam-se muitos milagres e prodígios entre o povo pelas mãos dos apóstolos. Todos estavam de comum acordo no pórtico de Salomão. Dos outros, porém, nenhum ousava juntar-se a eles. Mas o povo os engrandecia. Cada vez mais se agregavam crentes ao senhor. Homens e mulheres em grande número a ponto de levarem os enfermos até pelas ruas e os porem em leitos e enxergões, para que ao passar Pedro, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles. Também das cidades circunvizinhas de Jerusalém, afluía uma multidão, trazendo enfermos e atormentados de espíritos imundos os quais eram todos curados.
J. Herculano Pires - Vemos, nesse trecho do livro de Atos, tão significativo, tão importante, como o problema da terapia espiritual vem de longe. Vem mesmo dos tempos mais remotos da Humanidade. Houve sempre uma terapêutica do espírito na Terra. E esta terapêutica do espírito acentuou-se principalmente no cristianismo. Por quê? Porque o cristianismo é, por assim dizer, um momento de divisão entre duas fases da evolução religiosa do homem na Terra. Até o Cristianismo, nós encontramos as religiões empolgadas apenas pelo seu aspecto de revelação divina, por aquilo que é dado ao homem como que de graça, através de altas figuras da espiritualidade. Mas o Cristianismo modificou esta situação. Jesus encarnou-se na Terra, como um homem, um homem pobre, filho de operário, operário ele mesmo. Vivendo com dificuldade na sua pobreza, mas procurando transmitir aos homens um novo alento para compreensão do mistério da sua própria existência na Terra. E Jesus procurou racionalizar a religião. Aquela religião puramente emotiva que nascia, por assim dizer, do sentimento, sem passar por aquilo que Kardec chama "o crivo da razão". Aquela religião emotiva que chegava a todos os absurdos, a atribuir condições divinas a criaturas humanas, a animais e até acidentes geográficos, como por exemplo o Rio Jordão que era um rio sagrado, o Monte Sinai que era um monte sagrado. Aquela religião emotiva passou, a partir de Jesus, por um processo de racionalização. Assim, os apóstolos de Jesus eram homens que, embora provindos desse mundo, por assim dizer, subterrâneo, das simples emoções espirituais, apesar disso já estavam aprendendo a racionalizar os problemas religiosos. E eles aprenderam com Jesus que a terapêutica espiritual é exercida através de poderes mediúnicos que as criaturas humanas possuem. Poderes que naturalmente lhes são dados pelo espírito que constitui a sua essência.
Assim os apóstolos passaram a curar, porque Jesus os ensinou a curar. Primeiro, mostrou como se curava. Ele praticava a imposição das mãos, isto que hoje chamamos no Espiritismo de "passe". O passe espírita não é mais que a imposição das mãos. A imposição das mãos praticada por Jesus foi ensinada aos apóstolos e os apóstolos a realizaram e a desenvolveram no mais alto grau, a ponto de obterem as curas mais extraordinárias com a simples imposição das mãos. Neste episódio do livro de Atos, nós vemos que até mesmo a sombra do apóstolo Pedro, quando ele passava junto dos mendigos deitados ali à porta do templo, a sombra dele era considerada pelos mendigos como milagrosa. É evidente que a sombra não teria efeito nenhum, mas é evidente também que o poder mediúnico curador do apóstolo Pedro, médium curador que ele era, se transmitia aos doentes no momento em que ele passava por eles. E assim, nós temos neste episódio do livro de Atos, uma das mais belas confirmações evangélicas da realidade e da verdade do Espiritismo e das suas práticas como continuação do Cristianismo, em espírito e verdade na Terra.
Você já pensou no perigo das ideias feitas? Você acredita que as ideias de seus avós sobre o mundo e a vida, sobre Deus e a morte, podem prevalecer nos dias de hoje? A China antiga se julgava com a verdade absoluta. Fechou-se atrás de gigantescas muralhas de pedras e pensou que podia viver eternamente isolada dos povos ignorantes. Um dia, apareceram uns barcos estranhos, vindos do vasto mar, e derrubaram as muralhas da China a tiros de canhão. Os povos ignorantes sabiam mais que os chineses.