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heculano microfone

J.Herculano Pires foi comunicado que Roberto Montoro, proprietário da Rádio Mulher, pretendia colocar na programação da emissora um programa espírita semanal, com a duração de uma hora. E mais: desejava fosse o programa estruturado e apresentado por ele.  O apóstolo de Kardec aceitou o convite, pois lhe fora assegurado que teria a mais ampla liberdade, “podendo tratar do espiritismo em todos os seus aspectos, sem restrição, e responder a qualquer pergunta” dos ouvintes.

No Limiar do Amanhã ia ao ar aos sábados à noite e obteve sucesso imediato em São Paulo. A Rádio Mulher passou a reprisá-lo aos domingos, pela manhã. A Rádio Morada do Sol, de Araraquara e a Rádio Difusora Platinense, de Santo Antônio da Platina, no Paraná, retransmitiram-no, também, com expressiva audiência. O vigoroso programa prestou inestimável serviço à doutrina espírita durante três anos e meio. Herculano Pires, obviamente, jamais aceitou da Rádio Mulher qualquer espécie de remuneração.

Nesta seção do site, você vai poder ouvir os áudios originais dos programas, e também ler o texto  integral da transcrição.

 AGRADECIMENTOS

A Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires agradece a todos os que colaboraram com a criação do acervo desta seção, doando gravações dos programas, em especial a Aldrovando Góes Ribeiro, Maria de Lourdes Anhaia Ferraz e Miguel Grisólia.

 

 

No Limiar do Amanhã: um desafio no espaço.

 

Abril é o mês da resposta espírita ao desafio do mundo. Mas essa resposta por sua vez se transforma no grande desafio do espiritismo para toda a cultura terrena. No dia 18 de abril de 1857 saiu em Paris a primeira edição de “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec. Pedra fundamental de um novo mundo e de uma nova cultura. A partir de abril de 1857 uma nova dimensão se abriu no pensamento humano.

 

É este o desafio que sustentamos nesse programa, não um desafio para competições vaidosas ou violentas, mas o sereno desafio do espírito ante o ceticismo, o materialismo e o pragmatismo do século; não um desafio para a luta e a morte, mas para o entendimento e a vida. Céticos, materialistas, dogmáticos, homens do mundo e homens de gabinete, irmãos de humanidade, atiramos a luva do espírito aos vossos pés. Erguei-a.

 

Erguei-a irmãos de humanidade. Erguei a luva do espírito aceitando o nosso desafio, e entrai na lista de espada em punho. Enfrentai com vosso destemor e a vossa agilidade de espadachim as lâminas de luz das páginas de “O Livro dos Espíritos”. Até agora vos limitastes a sorrir e dar de ombros, a escapar pelas tangentes da superioridade cultural ou pelos escaninhos da teologia em ruínas. Mas agora a vida e o mundo vos encostam na parede e o nosso desafio vos convida à última batalha. A era do espírito está nascendo. Não há mais tempo a perder. Vossos pedestais se derretem como cera ao sol dum novo dia.

 

Não amigos! Não queremos a batalha cruenta. Não podemos cruzar as nossas espadas com as vossas. Queremos o vosso duelo silencioso e profundo com as verdades novas que transparecem da revelação espírita. Vede: a vossa própria ciência perdeu as sólidas bases de matéria e energia hoje transformada nos conceitos renovadores de antimatéria e extra físico. A vossa teologia agoniza, estrangulada pelas garras do absurdo, anunciando ao mundo a morte de Deus e o advento do cristianismo ateu. Não percebeis, amigos, que a hora chegou e é agora? Não percebeis que o espírito está exigindo da vossa mente uma nova tomada de posição? A morte foi tragada na vitória do espírito como anunciou o apóstolo Paulo: Tudo é vida no universo. Vida que se renova sem cessar. No Limiar do Amanhã, um programa desafio. Produção do Grupo Espírita Emanuel. Transmissão número 111. Terceiro ano. Direção e participação do professor Herculano Pires. Este programa é transmitido todas as semanas neste dia e neste horário pela Rádio Mulher de São Paulo 730 KHZ, pela Rádio Morada do Sol de Araraquara 640 KHZ e pela Rádio Difusora Platinense de Santo Antônio da Platina, Paraná, 780 KHZ. Todos os domingos este programa é reprisado pela Rádio Mulher de São Paulo das seis às sete da manhã com sugestões especiais para o seu domingo espiritual. Cid Franco volta ao microfone.

 

Quando Cid Franco morreu, os seus familiares, amigos e admiradores o acompanharam até a sua última morada segundo a velha expressão. Mas a verdade é que ali, na morada subterrânea, só ficaria o corpo do famoso radialista, jornalista, escritor e poeta. E o corpo não é o homem, é apenas o robô do homem, um instrumento de que ele se serve para viver temporariamente na Terra. A última morada não existe, pois como Jesus ensinou: há muitas moradas na casa do pai e todas elas estão franqueadas a todos os seus filhos. Não demorou muito tempo e Cid Franco voltou. Ei-lo agora no microfone do além, radialista da imortalidade, enviando para nós todos as suas novas mensagens. Ouçamos este poema que Cid Franco nos envia através da mediunidade de Chico Xavier lembrando-nos as páginas admiráveis de “À Procura de Cristo”, um dos seus livros mais comoventes e mais belos.

 

Que será de nós?

 

Que será de nós se não sobrevivermos em Cristo tanto quanto Cristo busca sobreviver em nós? Não passaremos de símios acorrentados à teia dos cromossomos, nascendo, morrendo e renascendo, a fim de aprender a edificar a vida pelo amor, acabando por ceder às tentações do ódio para destruí-la qual vem acontecendo na sucessão dos evos. Que será de nós sem a sobrevivência em Cristo?

 

Quem livrará os povos superdesenvolvidos dos polvos da ambição e dos cogumelos do extermínio? Time Square, Picadilly, Champs Elisées, festivais de Cannes, passarelas de Roma, carnavais do Rio, quem vos garantirá na retorta da existência a transformação gradativa, convertendo-vos o brilho exterior em felicidade real?

 

Sociedades de nações, academias de ciências, institutos de pesquisas e organizações culturais, quem vos assegurará a subida em demanda ao sol do sentimento para que os vossos raciocínios brilhem de sublimação à plena luz?

 

Companheiros que vos ocultais sobre a névoa grossa da anfetamina, ou que transitais nas alucinações do ácido lisérgico, quem vos soerguerá com paciência restituindo-vos o equilíbrio nas trilhas naturais?

 

Que será de nós se não sobrevivermos em Cristo?

 

Sem ele, ai de vós entregues às mandíbulas das máquinas semelhantes a moloques insaciáveis no sangue das vítimas. E ai de nós no plano espiritual da Terra que não podemos rogar piedade aos computadores nem pedir rogar vida nova aos foguetes espaciais.

 

Que será de nós se não sobrevivermos em Cristo?

 

Homens, comunidades e nações conhecem a resposta. Sem sobrevivermos em Cristo, na margem em direção à solidariedade isenta das pedras de sarcasmo e livre dos punhos e golpes da violência, não passaremos de animais, amando e odiando, edificando e arrasando nas viagens de ida e volta, berço túmulo e túmulo berço, embora ressurgindo no ápice das conquistas zoológicas transistorizadas em nossas lembranças ancestrais, arrebentarem através de guerras e mais guerras, conforme a filosofia do imanente e segundo os registros do imemorial. Mande suas perguntas por carta ao programa No Limiar do Amanhã: Rádio Mulher Rua Granja Julieta, 205, São Paulo. Durante a semana use os telefones 269-4377 ou 269-6130 para fazer suas perguntas dentro do horário comercial. E na primeira quarta-feira de maio, dia dois, venha ao nosso auditório, Rua Granja Julieta, 205, São Paulo, fazer suas perguntas ao microfone e ouvir as respostas na hora. Venha dialogar conosco no diálogo radiofônico do programa No Limiar do Amanhã. As gravações de auditório começam às 20h30 sempre na primeira quarta-feira do mês. A entrada é franca. Perguntas e respostas. Oferecemos neste programa a última coleção da “Revista Espírita” de Allan Kardec, doze volumes encadernados em percalina verde e com gravação a ouro que a editora Edicel nos envia para encerramento do mês do livro espírita. A primeira resposta certa à nossa pergunta de hoje que chegar às mãos da comissão selecionadora será premiada com essa coleção. As demais respostas que acertarem ou se aproximarem da pergunta darão direito a um livro espírita. Envie suas respostas por escrito à Rádio Mulher e ouçam o próximo programa. Passamos às perguntas e respostas de hoje. Pergunta nº 1: Príncipe deste mundo

 

Locutor - Estou frequentando a Federação Espírita, mas confesso que fiquei sem entender o que o professor explicou sobre o capítulo 16, versículo 07 a 11 de João, onde disse que o príncipe deste mundo, que já está julgado, é Jesus. Como tenho uma Bíblia, verifiquei depois que, no mesmo evangelho de João, Jesus explica que não tem coisa alguma com o príncipe deste mundo (capítulo 14, versículo 30). Quem é o príncipe deste mundo? O espiritismo não admite uma entidade malfazeja, ou penas eternas, como podemos entender certos trechos do evangelho como, por exemplo: João, capítulo 08, versículo 41 ao 47; Matheus, capítulo 13, versículo 36 a 52; Marcos, capítulo 09 versículo 41 a 49; Lucas capítulo 04 versículo 01 o 13. Gostaria também de saber essa diferença dos capítulos de João e Matheus a saber: João, capítulo 01, versículo 19 a 26, falado por João Batista Matheus; Matheus capítulo 17, versículo 01 ao 13, falado por Jesus. Gostaria de saber quais os livros que devo ler para melhor esclarecimento no espiritismo e onde posso encontrá-los.

 

Quem nos escreveu é o ouvinte Dionísio Martins Varjão, da Rua Romeu Ferro, Vila Gomes, Butantã, São Paulo.

 

J. Herculano Pires - Prezado ouvinte, na verdade houve um engano de sua parte. Eu nunca disse, nem poderia ter dito de maneira alguma, que o príncipe deste mundo que já estava julgado é Jesus. Pelo contrário, qualquer pessoa habituada à leitura do evangelho sabe muito bem que Jesus se referiu ao príncipe deste mundo dizendo que este príncipe estava julgado com a sua vinda, a vinda de Jesus à Terra. A manifestação de Jesus, portanto, neste mundo era, por assim dizer, uma vitória sobre o príncipe deste mundo.

 

Qual seria então o príncipe deste mundo? É evidente que seria o espírito dominador da Terra, aquele que superava as condições da evolução necessária para este mundo, procurando dominar os povos através da sua inteligência, mas sem o desenvolvimento moral e espiritual necessário.

 

Nós sabemos que quando Jesus veio ao mundo dominava, na Terra a impiedade, dominava o orgulho, a vaidade, a arrogância, todas as antivirtudes de acordo com as virtudes que viriam ser ensinadas por Jesus. Todas essas antivirtudes da antiguidade é que dominavam o mundo. Consequentemente, o domínio do mundo era dirigido por um espírito que não tinha as condições espirituais necessárias para orientar a humanidade.

 

Não seria possível, portanto, nos enganarmos a respeito disso, de maneira alguma. O senhor ouviu mal o nosso programa. É a única conclusão a que podemos chegar nesse sentido.

 

Quanto aos textos que o senhor se refere aqui, claro que nós compreendemos bem a sua intenção. O senhor diz que o espiritismo não admite as penas eternas nem uma entidade malfazeja que dominasse o mundo. Não é verdade.

 

O espiritismo não admite as penas eternas, isso sim. Quanto às entidades malfazejas o espiritismo as admite. O que não admite é uma entidade malfazeja eterna e adversária de Deus colocada praticamente em pé de igualdade com ele, porque disputando com ele o domínio do mundo: isso é que espiritismo não admite.

 

Quando Jesus veio ao mundo, como nós vimos, o príncipe deste mundo foi alijado do seu poder, porque o poder passou a ser aquele dirigido por Jesus. Ora, Jesus não é considerado no espiritismo como sendo o próprio Deus, mas como um enviado de Deus à Terra.

 

Imagine se então, se na própria Terra, nesse mundo pequenino do espaço, o espiritismo não admite, nem pode admitir, a existência de duas potestades em pé de igualdade – uma procurando dominar o mundo pelo mal, e a outra procurando dominar o mundo pelo bem –, quanto mais no tocante ao universo, ao cosmo, a toda a imensidade do infinito.

 

O espiritismo não admite é a existência deste anti-deus. O deus do mal contrário ao deus do bem. Isso é que o espiritismo não admite.

 

Não obstante, o espiritismo reconhece a existência das entidades malfazejas que são os espíritos inferiores. Espíritos na sua maior parte ignorantes, sofredores, ou mesmo aqueles que têm desenvolvido grandemente a inteligência, mas que não desenvolveram suficientemente as suas condições morais e espirituais. Então esses espíritos fazem o mal, praticam o mal, perturbam as criaturas humanas, semeiam a maldade entre os homens.

 

Estes espíritos realmente existem, e são eles aqueles a que se referem os trechos do evangelho que o senhor citou. A referência aos espíritos maus, aos demônios – e demônios quer dizer simplesmente espíritos –, aos demônios e a todas aquelas entidades que faziam o mal na antiguidade é uma referência válida, porque essas mesmas entidades continuam existindo na Terra. São entidades inferiores. Espíritos ainda em fase inferior de evolução, que não atingiram a qualidade moral necessária para se afastarem das fascinações do mal. Estes espíritos, entretanto, são esclarecidos, dominados pelo bem, afastados do caminho do mal para seguirem finalmente a reta necessária que deverão seguir para atingir o objetivo da sua vida que é a sua elevação a Deus.

 

Dessa maneira, me parece desnecessário estar esmiuçando todos esses trechos citados pelo senhor. Todos eles se referem a entidades maléficas que eram afastadas por Jesus, que Jesus afastava dos corpos das pessoas consideradas como endemoninhadas, aquelas pessoas que hoje no espiritismo chamamos de possessas, de criaturas obsedadas e assim por diante.

 

Entretanto, o senhor faz aqui no final um pedido que eu não posso lhe dar neste momento. O senhor me pede uma comparação entre um texto em que aparece um pronunciamento de João Batista e um trecho de Matheus no capítulo 17. A comparação eu só poderei fazer no próximo programa, e com muito prazer a farei. Quanto ao seu pedido de esclarecimento sobre os livros que deve ler para poder se orientar no conhecimento do espiritismo, eu tomo a liberdade de lhe oferecer neste programa um volume que me parece fundamental, o primeiro volume que o senhor deve ler com bastante atenção, chama-se “Iniciação Espírita”. É um volume de Allan Kardec. De acordo com o que fazemos habitualmente neste programa, nós oferecemos ao senhor este volume como um presente de irmão dado pelo programa No Limiar do Amanhã e pela editora Edicel. O senhor pode retirar a partir de segunda-feira próxima no escritório central da Rádio Mulher, na Rua Barão de Itapetininga, 46, 11º andar, conjunto 1.111. Retirar este volume que o senhor ganhou com a sua pergunta. Download

 

Pergunta nº 2: Intervenção na vida através do centro

 

Locutor - professor, o ouvinte Hélio Adriano Machado, da Avenida Batista de Oliveira, fundos, pergunta: pode uma pessoa, através de um centro espírita, fazer com que alguém seja infeliz no casamento? Procurei em vários centros e disseram que foi uma moça que namorei há sete anos que procura prejudicar o meu casamento. Estou desorientado e peço-lhe ajuda.

 

J. Herculano Pires - Não. Não é possível. O senhor deve ter se dirigido a centros que não são realmente espíritas. Verifique bem. Talvez o senhor tenha frequentado instituições que não estão ligadas diretamente ao espiritismo, que não seguem a doutrina espírita, porque em centro espírita algum se procede a coisas semelhantes. Em centro espírita algum se pretende intervir na vida de quem quer que seja, e, principalmente, nas ligações de pessoas através do casamento.

 

Também não acredito que o senhor esteja sob a ação de influências da sua ex-namorada. Tire estas coisas da cabeça. A nossa vida tem os seus próprios rumos. As pessoas não têm o poder de influir assim, decisivamente, sobre as vidas alheias. Há uma lei suprema dirigindo o universo. Há um Deus que é uma providência, há um poder, portanto, que controla as nossas existências. Não é possível que fiquemos sempre na dependência das influenciações de outras pessoas.

 

O senhor deve tratar de esclarecer-se a respeito dos problemas espíritas. E deve, também, dirigir o seu pensamento a Deus, orando para que ele lhe conceda as graças que o senhor necessita para a boa orientação da sua vida, independentemente de qualquer suposição de que estejam pessoas mal intencionadas agindo contra o senhor. Não há isso na vida humana. O que há é a nossa própria necessidade de firmeza, de fé, de compreensão espiritual, de seguirmos, enfim, a nossa orientação, certos de que, dentro da estrutura de leis que governam o universo, todos nós temos garantidas as nossas condições, os nossos direitos e o nosso destino.

 

Tenha confiança, portanto, nas leis que regem o universo que são as próprias leis de Deus.

 

Download Pergunta nº 3: Estrela Dalva, nave espacial

 

Perguntas e respostas. Locutor - Professor, o ouvinte João Carlos da Silva pergunta: quem foi o parteiro de Maria de Nazaré, a mãe do Nazareno? Não seria aquela estrela que os reis magos viram, uma nave espacial tripulada por seres que tiveram participação no parto de Maria?

 

J. Herculano Pires - A sua pergunta é realmente curiosa, e, naturalmente, muita gente achará que o senhor está até entrando por um caminho muito perigoso. Na verdade nós sabemos que o parto de Maria, de acordo com certas interpretações miraculosas, não devia necessitar de parteiro. Mas, forçosamente, ele o teve também como todos os partos, de todas as mães do mundo inteiro, porque a maternidade é sagrada.

 

A maternidade não é algo que pudesse repudiar, ou que um espírito superior pudesse repudiar. Por quê? Porque é através da maternidade que os espíritos vêm à Terra, os espíritos se encarnam e as gerações se sucedem no mundo. Portanto, através da maternidade é que se processa a evolução na espécie humana na Terra. Ela corresponde a uma divina lei de Deus e, consequentemente, assim como no tempo de Maria de Nazaré, por toda Palestina, havia aquelas pessoas interessadas na execução dos partos e que realmente tinham prática para isso. Não obstante, não fossem como hoje, as parteiras diplomadas ou os médicos diplomados que nós conhecemos, assim também haveria para Maria de Nazaré, na sua humilde estrebaria em que ela se refugiou durante a noite em que Jesus nasceria, ela também deveria ter sido assistida por alguém.

 

Entretanto, a sua suposição é mais do que miraculosa. O senhor supõe que a estrela que os reis magos viram devia ser uma nave espacial tripulada por outros seres que tiveram participação no advento de Jesus. Na verdade, essa é uma suposição bastante fantástica e em nada, absolutamente nada, a autoriza, a não ser a imaginação. Porque a verdade é exatamente essa: a estrela que os três magos viram, e que seguiram, nada mais era de que um sinal astronômico no céu formado por uma constelação. A astronomia naquele tempo dominava a terra. Os grandes sábios eram astrônomos. Os reis magos, que eram também reis sábios, eram, por isso mesmo, astrólogos. Há uma diferença entre astrônomos e astrólogos. Os astrólogos eram os conhecedores da antiga astrologia, da ciência astrológica que se perdeu no tempo. Não essa astrologia que serve hoje para a confecção de horóscopos, mas uma astrologia que realmente correspondia aos conhecimentos mais elevados daquela época entre os homens.

 

Eles viram no céu a conjunção astronômica que correspondia ao anúncio do advento de um espírito superior na Terra e viram que aquela conjunção indicava como ponto de nascimento a Judéia. Por isso vieram até lá.

 

Não se trata, portanto, de nave espacial. Nada disso ocorreu. O parto de Maria com o nascimento de Jesus foi um parto normal, comum. Não obstante, os fenômenos paranormais que aconteceram, os fenômenos que decorriam naturalmente da grandeza desse nascimento na Terra.

 

Mas Jesus, apesar de sua superioridade espiritual, ele quis, naturalmente, nascer como um homem, e como um homem comum. Por isso ele veio numa família humilde de operários. Nasceu como filho de um carpinteiro. Nasceu mesmo num estábulo como nós vimos. Escolheu todas as condições mais humildes para nascer. E não iria certamente escolher astronautas para virem presidir o seu parto. O senhor pode estar certo de que a sua suposição é apenas imaginativa.

 

Download Pergunta nº 4: Medianeiros ignorantes

 

Locutor - Professor, o ouvinte Hidalécio Santise pergunta: no espiritismo fala-se em desenvolvimento mediúnico sem explicação cabal do que acontece no perispírito do médium para que tal se produza. Quero dizer que cientificamente não se sabe quais as transformações que ocorrem para isso. Na teosofia, o livro intitulado “Os Chacras”, tece uma série enorme ilustradas de argumentos a respeito do problema sobre o despertamento das faculdades extra-sensoriais, dizendo serem elas desabrochadas naturalmente de acordo com a evolução do indivíduo prevenindo, todavia, os que se acham suficientemente moralizados para tal que não tentem forçar tais possibilidades sob pena de serem desastradamente prejudicados e até mesmo mortalmente feridos, pois que o processo que aciona o desenvolvimento do centro de força, denominado chacra, existentes no corpo astral ou perispirítico é feito através de um tipo de energia imponderável, denominada kundalini ou fogo serpentino, o qual se mal conduzido acarretará transtornos inomináveis ao indivíduo, indicando também como inseguras e perigosas certas escolas que estimulam essas faculdades em indivíduos que se não souberem estar mesmo em condições para tal. Sendo isso verdade, como é que existem tantos e tantos medianeiros totalmente ignorantes, outros sem moral e exploradores vendo e ouvindo coisas metafísicas? Que desenvolvimento têm as tribos indígenas africanas para a prática da mediunidade? Enfim, concorda com o desenvolvimento mediúnico orientado pelo espiritismo com o que especifica com clareza meridiana o livro supra citado da teosofia, professor?

 

J. Herculano Pires - O problema da mediunidade no espiritismo não está colocado nos termos que o senhor citou aqui.

 

O senhor diz que no espiritismo não há explicação nenhuma sobre as modificações que se produzem no perispírito do médium. A verdade é outra. Quando o senhor lê “O Livro dos Médiuns”, o senhor vê a explicação precisa deste problema. Por sinal este problema foi objeto da última pergunta que fizemos aos nossos ouvintes, a pergunta feita no programa passado, e as respostas foram dadas hoje, uma delas obtendo mesmo o prêmio máximo que oferecemos, que foi uma coleção da “Revista Espírita” de Allan Kardec. O que mostra que no meio espírita muita gente já conhece este problema.

 

A comunicação do espírito se dá de acordo com as explicações da doutrina espírita através das ligações fluídicas entre o corpo espiritual do espírito comunicante e o corpo espiritual do médium. Há, por assim dizer, uma sintonia vibratória entre esses dois corpos, uma ligação fluídica que permite, então, a manifestação do espírito através do médium.

 

Quanto ao problema do que ensina o livro teosófico sobre os chacras e o corpo astral é um outro problema. A teosofia, como nós sabemos, é uma doutrina diferente da doutrina espírita. A doutrina espírita procura basear-se na pesquisa científica, objetiva, quer dizer, a pesquisa que tem uma orientação de acordo com o espírito científico do nosso tempo. A teosofia, pelo contrário, ela se baseia nos métodos dos ocultistas antigos e particularmente das grandes religiões da Índia, do passado da Índia. Ela representa uma revivescência da espiritualidade indiana clássica.

 

O espiritismo representa uma renovação cultural. Ele pretende mostrar que os processos espirituais estão regidos por leis da mesma forma que os processos materiais na Terra; que leis universais dirigem tudo no universo; e que, portanto, precisamos compreender essas leis, descobri-las para realmente podermos nos apoderar, por assim dizer, do conhecimento relativo aos problemas do espírito. Sem dominarmos essas leis, não podemos ter esse conhecimento.

 

O espiritismo não classifica o homem como dotado de vários corpos segundo faz a teosofia. O espiritismo nos diz que o homem é um espírito e que possui dois instrumentos de manifestação que são: o perispírito, que não corresponde precisamente ao corpo astral como o senhor pretende, o perispírito e o corpo material.

 

O perispírito, sendo semi-material segundo explicam os espíritos, ele é o elemento de ligação entre o espírito e o corpo material. O corpo material é, portanto, o instrumento mais grosseiro de manifestação do espírito.

 

Entretanto, as manifestações espirituais na Terra e o desenvolvimento das faculdades hoje chamadas paranormais nos homens, esses dois fatos representam um continuum histórico. Há uma continuidade que vem desde os tempos das eras mais primitivas, desde as tribos selvagens, desde os homens das cavernas até os nossos dias. Uma continuidade de manifestações paranormais.

 

Os fenômenos chamados espíritas estão em toda parte, em todas as épocas, desde que o homem é homem na Terra. E vem daí então a sua pergunta, a razão de ser da sua pergunta que é bastante válida: “Como pode ter havido homens que, habitando regiões selvagens, pertencentes às tribos selvagens, usassem os poderes do espírito sem os perigos indicados no livro “Os Chacras” e referentes ao problema da kundalini?”

 

A verdade, meu caro ouvinte, é que o espiritismo representa uma fase nova de compreensão destes problemas. Ele deixou de lado todas aquelas informações que procediam apenas de pesquisas no campo da vidência, no possível mergulho do homem no mundo espiritual para de lá trazer informações sobre realidades que escapam ao homem terreno.

 

O espiritismo deixou tudo isso de lado para investigar tudo de novo a partir das manifestações mediúnicas e mostrou que esses perigos só existem realmente quando o homem, consciente da sua evolução espiritual, se atreve a utilizar os poderes paranormais para objetivos puramente pessoais, para interesses materiais. Fora disto, as criaturas mais simples da Terra, os selvagens, também são capazes de usar a mediunidade sem perigo nenhum.

 

E, justamente por isto, o espiritismo preparou, então, a doutrina necessária para que os homens de inteligência mais desenvolvida, que corriam o risco de se extraviarem no uso da mediunidade, pudessem compreendê-la e pudessem servir-se dela sem perigos.

 

No espiritismo, os problemas de comunicação do espírito são estudados de maneira positiva e não colocados no plano da imaginação ou das tentativas de explicações puramente teóricas. Tudo no espiritismo decorre de experiências, de investigações. O senhor pode estar certo de que lendo “O Livro dos Médiuns” com atenção compreenderá bem este problema.

 

Download Pergunta nº 5: Mediunidade

 

Locutor - Professor, a ouvinte Júlia de Matos Falcão responde à pergunta feita no programa passado, que dá direito à coleção da “Revista Espírita” de Allan Kardec, doze volumes encadernados em percalina verde e com gravação a ouro:

 

Na mediunidade, diz a ouvinte, na mediunidade de efeitos intelectuais o espírito que quer comunicar-se, liga seu perispírito ao do médium. Assim influencia o médium que lhe reproduz os pensamentos pela palavra, ou pela escrita. O organismo do médium é diretamente influenciado pelo perispírito do espírito manifestante. A mediunidade de efeitos intelectuais produz manifestações inteligentes, a saber: a palavra, a escrita, a intuição etc. Na mediunidade de efeitos físicos, o perispírito do médium projeta para o exterior uma emissão fluídica nervosa. Os espíritos se apropriam dessa emissão, a combinam com seus fluidos magnéticos e adquirem, desse modo, a força com a qual produzem os fenômenos.

 

J. Herculano Pires - A resposta da senhora, dona Júlia de Matos Falcão, está certa e por isso mesmo lhe conferimos aqui o prêmio prometido: a coleção da “Revista Espírita” de Allan Kardec em doze volumes. Essa coleção que foi posta à nossa disposição pela editora Edicel como uma contribuição para o mês do livro espírita que é este mês de abril. Assim, dona Júlia, recebe essa coleção em virtude de ser a sua resposta a primeira que chegou às mãos da comissão selecionadora dando uma resposta certa à pergunta formulada. Quanto às demais respostas, todas elas fazem jus, como já dissemos ao anunciar o prêmio, fazem jus a um prêmio que lhe será dado também. Aos seus autores será conferido este livro. Nós, entretanto, vamos ter de deixar essas respostas para o próximo programa em virtude de hoje já estarmos com o nosso tempo praticamente esgotado. Queremos felicitar a nossa ouvinte dona Júlia de Matos Falcão pela sua bonita resposta dada à nossa pergunta. Felicitá-la também pelo fato de compreender bem este problema a fim de dar a sua contribuição para o esclarecimento de um assunto tão importante no campo do espiritismo como é o das comunicações mediúnicas ou da maneira pela qual os espíritos se manifestam através da mediunidade. Parabéns dona Júlia de Matos Falcão!

 

Download Atenção, amigos ouvintes! Este programa será reprisado domingo de manhã das seis às sete horas com sugestões especiais para o seu domingo espiritual. Domingo, das seis às sete horas da manhã pela Rádio Mulher de São Paulo. A reprise só é feita pela Rádio Mulher.

 

Atenção, amigos ouvintes, vamos agora fazer a nossa pergunta. Atenção!

 

O que é o fenômeno de voz direta, como Kardec o denominou, e qual a sua classificação na fenomenologia espírita?

 

A primeira resposta certa que chegar à comissão selecionadora dará direito a uma coleção da “Revista Espírita” de Allan Kardec, doze volumes encadernados em percalina verde e com gravação a ouro. Além da França, o Brasil é o único país do mundo que possui essa coleção indispensável para o conhecimento da doutrina espírita. As demais respostas que acertarem ou que mais se aproximarem da resposta da pergunta terão direito a um livro espírita.

 

J. Herculano Pires - Eu queria lembrar aos ouvintes o seguinte: essa pergunta pode ser dividida em três partes. Perguntamos primeiro o seguinte: O que é o fenômeno de voz direta? Notem bem: O que é o fenômeno de voz direta? Depois: Como Kardec denominou este fenômeno? Kardec deu a este fenômeno uma denominação especial: queremos saber foi essa denominação. E depois: Qual a sua classificação na fenomenologia espírita? Qual a sua classificação, portanto, como fenômeno dentro da escala de fenômenos espíritas?

 

Essas três coisas têm que ser respondidas, porque fazem parte da pergunta, mas cada uma delas tem que ser bem esclarecidas. Essa coleção da “Revista Espírita” que vamos dar para essa pergunta bem respondida é a última que vamos dar neste programa, porque com ela encerra-se o mês espírita, o mês do livro espírita, que é o mês de abril. Então terminam as comemorações que nós estamos fazendo aqui com essa distribuição mais farta de livros às comemorações do mês do livro espírita. E dos próximos programas em diante continuaremos a fazer perguntas e dar prêmios de livros para as respostas. Mas a coleção da “Revista Espírita” termina com este programa, com essa resposta no próximo programa. Então que fique também bem claro o seguinte: dona Júlia, que ganhou a coleção hoje, respondeu a pergunta do programa passado, e o que ganhar a coleção próxima é o que responderá a pergunta que formulamos hoje.

 

O evangelho do Cristo em espírito e verdade; não segundo a letra que mata, mas segundo o espírito que vivifica. Abrindo o evangelho ao acaso encontramos em Atos no capítulo 04 do versículo 26 ao 31 a seguinte passagem: Levantaram-se os reis da terra e as autoridades ajuntaram-se a uma contra o senhor e contra o teu ungido, pois verdadeiramente se ajuntaram nessa cidade contra o seu santo servo Jesus ao qual ungistes não apenas Herodes, mas também Pôncio Pilatos com os gentios e com o povo de Israel para fazerem tudo o que tua mão e o teu conselho predeterminaram que se fizesse. Agora, Senhor, olha para tuas ameaças e concede aos teus servos que com toda liberdade falem a tua palavra enquanto tu te estendes a mão para curar e para que se façam milagres e prodígios em nome pelo nome do teu santo servo Jesus. Tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e falavam com liberdade a palavra de Deus.

 

Nesse tópico do livro de Atos, atos dos apóstolos, nós encontramos realmente um episódio espiritual bastante significativo e válido não apenas para o tempo a que se refere, mas também para o nosso tempo. E isso por quê? Vemos que em Jerusalém, que podemos considerar naquele tempo a capital espiritual do mundo – sim, porque de um lado tínhamos a capital política que era Roma, do outro lado, a capital cultural que era Atenas –, mas a capital espiritual era Jerusalém, porque somente em Jerusalém como em todo o mundo antigo, Jerusalém como o centro da toda Palestina, somente ali se cultuava o Deus único. Somente ali, naquela cidade, naquele povo, naquele país se havia alcançado as alturas do pensamento supremo de Deus, ou seja, da concepção monista de Deus. Deus considerado como único, como Senhor supremo, e ao mesmo tempo o criador de todas as coisas e o pai de todas as criaturas. Somente ali se tinha essa alta concepção de Deus e ali era, portanto, a capital espiritual do mundo. Tanto assim que foi a Palestina escolhida para a vinda de Jesus, para que uma nova luz iluminasse os caminhos do homem na evolução terrena e uma nova civilização pudesse surgir na terra.

 

Mas o que vemos neste episódio do livro de atos? Vemos todas as forças terrenas se levantarem contra Jesus, todas as forças terrenas representadas pelos sacerdotes do templo de Jerusalém, pelos poderosos de Roma, pelos poderosos judeus, pelo próprio povo judeu, e pelos gentios. Vemos então a congregação total, todos se reúnem e as autoridades se juntam a uma, segundo o texto evangélico. Quer dizer, todos se fundem num bloco único para atacar Jesus, para repeli-lo, para procurar destruir todos os seus ensinos, todas as suas lições, para apagar as luzes que ele trazia e acendia nos corações e nas consciências dos homens. Esta luta contra o poder divino que nascia na terra, que alvorecia entre os homens para impor a soberania do espírito à soberania da matéria que até então prevalecera, essa luta caracteriza todos os tempos da evolução humana. Nós sentimos por toda parte no mundo a batalha incessante dos poderes terrenos contra os poderes espirituais. Por toda parte onde se acende a luz de uma revelação, esclarecendo os caminhos humanos, surgem imediatamente as forças contrárias, negativas, sombrias, procurando fazer com que predomine as trevas e a luz se apague. Aconteceu isso no tempo de Jesus, mas vimos que os apóstolos se reuniram e oraram, e todos orando, convictos do poder supremo de Deus e confiantes Nele, todos produziram o milagre, porque a terra tremeu e todos sentiram que a presença do senhor era uma realidade espiritual. Ele estendia os seus braços para curar, ele trazia consolação, a cura dos males humanos não apenas os físicos, materiais, mas também os males espirituais, restituía a vista aos cegos, fazia os aleijados andarem, e ao mesmo tempo erguia os aleijados do espírito, os cegos do espírito para que também andassem e também vissem. Ele ressuscitava os mortos, não apenas os mortos corporais como no caso de Lázaro, mas também os mortos espirituais, aqueles que haviam morrido para as coisas do espírito e se afundavam no engano material. Ele os ressuscitava, erguia a lápide das concepções materialistas do tempo e fazia com que os espíritos ressurgissem do túmulo e se elevassem à claridade da vida espiritual.

 

O tempo passou, Jesus ensinou que todas aquelas coisas por ele feitas, por ele pregadas, por ele ensinadas, todas aquelas coisas haviam de se espalhar pelo mundo. O seu evangelho seria pregado em toda parte, e os homens receberiam por toda parte o seu convite de amor para que despertassem, para que acordassem do sono das reencarnações sucessivas, do círculo vicioso em que se perderam sem compreenderem a realidade real da encarnação, que é o despertar do espírito. E o seu evangelho foi assim pregado. Ele mesmo chegou a dizer que um dia chegaria em que o seu evangelho seria pregado por cima dos telhados. Não estamos, por acaso, nessa fase? Hoje o seu evangelho é irradiado pelas emissoras radiofônicas, pelas estações de TV, por toda parte o seu evangelho é transmitido para que as pessoas possam ouvi-lo onde quer que estejam, para que se tornem acessíveis os seus ensinamentos a todas as criaturas.

 

Mas neste momento, quando a ressurreição do evangelho deveria ser feita, de acordo com o seu próprio anúncio, com a sua própria profecia, neste momento nós vemos a continuação da mesma batalha do seu tempo. Assim como as autoridades, os povos, as gentes, todas as criaturas que podiam dispor de um pouco de conhecimento e poder, se levantaram no tempo de Jesus contra ele, assim como Roma o crucificou, mas o crucificou porque o seu próprio povo o entregou nas mãos das autoridades romanas como um criminoso, assim também aconteceu com a ressurreição do seu próprio evangelho. E hoje ainda vemos por toda parte a luta contra as verdades da nova revelação, da revelação que completa, segundo as próprias palavras de Cristo, a sua própria revelação. Porque ele disse que mandaria à Terra, que pediria a Deus que mandasse à Terra o Espírito da Verdade, não apenas para relembrar o que ele disse, mas também para dizer aquelas outras coisas que no seu tempo ele não poderia explicar, porque os homens não o compreenderiam, como realmente não o compreenderam. A reunião se faz novamente contra Jesus, mas Jesus vencerá de novo, e vencendo está. A sua mensagem se propaga por toda parte. Já não mais proclamada pelos homens, por aqueles que oraram pedindo seu auxílio em favor da pregação livre do evangelho. Agora a sua mensagem é também transmitida pelos espíritos, pelas vozes do além, pelos espíritos que se fazem ouvir no recesso dos lares, como disse Kardec; pelos espíritos que não precisam de tribunas especiais, que não precisam de templos, de púlpitos, de cátedras, de nada disso para ensinar a verdade; pelos espíritos que falam através dos médiuns no recesso das famílias, transmitindo-lhes ali, amorosamente, a verdade espiritual que redimirá a Terra.

 

A Terra treme de novo, ameaças atômicas pesam sobre a Terra, ameaças de guerras tremendas, devastadoras. Vimos no poema de Cid Franco, ele mesmo nos falar, do terror que ameaça o mundo e do perigo de sermos devorados pelas máquinas, novos moloques que nos esmagarão nos seus dentes, que nos triturarão se nós nos entregarmos a elas, às máquinas, ao domínio das máquinas. Mas vemos também ali o anúncio de que podemos encontrar a sobrevivência em Cristo da mesma maneira que o Cristo busca sobreviver em nós, em nossos corações e em nossas consciências. E esta sobrevivência do Cristo em nós, e a nossa sobrevivência em Cristo, a nossa fé no seu evangelho, nos seus ensinos, a certeza do triunfo do Cristo sobre a Terra, isto nos predispõe para realmente encontrarmos a grande alvorada da ressurreição. A ressurreição do evangelho de Jesus em sua plenitude. A ressurreição deste evangelho soando profundamente nos espíritos para redimi-los. Redimindo a humanidade e encaminhando o mundo a uma transformação profunda da qual ele sairá como mundo superior, subindo na escala dos mundos para brilhar entre os astros mais refulgentes do firmamento.

 

A finalidade do programa No Limiar do Amanhã não é fazer proselitismo. Não pretendemos converter ninguém. Desejamos apenas colocar em debate os problemas fundamentais da vida e da morte. Queremos a verdade, só a verdade, nada mais que a verdade. E se você provar que está com a verdade, ficaremos com você.

 

Toda semana este programa é transmitido neste dia e neste horário pela Rádio Mulher de São Paulo 730 KHZ, pela Rádio Morada do Sol de Araraquara 640 KHZ, e pela Rádio Difusora Platinense de Santo Antônio da Platina, estado do Paraná, 780 KHZ.

 

No Limiar do Amanhã, tragada foi a morte na vitória.

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