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heculano microfone

J.Herculano Pires foi comunicado que Roberto Montoro, proprietário da Rádio Mulher, pretendia colocar na programação da emissora um programa espírita semanal, com a duração de uma hora. E mais: desejava fosse o programa estruturado e apresentado por ele.  O apóstolo de Kardec aceitou o convite, pois lhe fora assegurado que teria a mais ampla liberdade, “podendo tratar do espiritismo em todos os seus aspectos, sem restrição, e responder a qualquer pergunta” dos ouvintes.

No Limiar do Amanhã ia ao ar aos sábados à noite e obteve sucesso imediato em São Paulo. A Rádio Mulher passou a reprisá-lo aos domingos, pela manhã. A Rádio Morada do Sol, de Araraquara e a Rádio Difusora Platinense, de Santo Antônio da Platina, no Paraná, retransmitiram-no, também, com expressiva audiência. O vigoroso programa prestou inestimável serviço à doutrina espírita durante três anos e meio. Herculano Pires, obviamente, jamais aceitou da Rádio Mulher qualquer espécie de remuneração.

Nesta seção do site, você vai poder ouvir os áudios originais dos programas, e também ler o texto  integral da transcrição.

 AGRADECIMENTOS

A Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires agradece a todos os que colaboraram com a criação do acervo desta seção, doando gravações dos programas, em especial a Aldrovando Góes Ribeiro, Maria de Lourdes Anhaia Ferraz e Miguel Grisólia.

 

 

No Limiar do Amanhã: um desafio no espaço.

 

“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre: essa é a lei”: eis a descrição que assinala o túmulo de Allan Kardec no cemitério de Père-Lachaise, em Paris. Um anúncio de vida na lápide mortuária; a última vitória de que falou o apóstolo Paulo, a vitória sobre a morte. E nessa inscrição anunciadora temos a síntese de toda filosofia do mestre: a doutrina das vidas sucessivas para a redenção de todas as criaturas sem exceção.

 

“A fé verdadeira é a que pode encarar a razão face-a-face em todas as etapas da evolução da humanidade”: essa é a bandeira da fé racional que Kardec plantou no solo do planeta como um astronauta da imortalidade na sua passagem pela Terra. Fé e razão: as duas asas de que o homem dispõe para elevar-se na amplidão dos céus rumo aos mundos superiores, conjugam-se na doutrina espírita. A fé sem razão conduz à superstição e ao fanatismo. A razão sem fé conduz à descrença e ao materialismo. Conjugando as duas, podemos alcançar as estrelas.

 

“Fora da caridade não há salvação”. Não é nesta ou naquela igreja, nesta ou naquela crença que encontraremos a salvação, mas na prática do amor ao próximo que desperta e consolida em nós o amor a Deus. Não podemos amar a Deus sem amar ao próximo. A verdade que Jesus anunciou está no amor. Inútil buscá-la nos dogmas teológicos, nos rituais e no culto exterior, nas práticas exigidas pelas várias igrejas. Só uma prática nos leva a Deus: a do amor.

 

A 31 de março de 1869, Allan Kardec morria em Paris, deixando-nos a revelação espírita que trouxera à Terra em cumprimento à promessa do Cristo. Em três tempos, como três jatos de luz celestes lançados sobre a escuridão terrena, o cristianismo se projetou na Terra. A primeira revelação foi a de Moisés codificada na bíblia judaica. A segunda revelação foi a de Jesus codificada nos evangelhos. A terceira revelação é o espiritismo codificada na obra imortal de Allan Kardec. Essa é a revelação do espírito da verdade que está forjando o futuro do mundo.

 

No Limiar do Amanhã: um desafio no espaço. Produção do grupo espírita Emanuel. Transmissão número 107. Segundo ano. Direção e participação do professor Herculano Pires.

 

Este programa é transmitido todas as semanas neste dia e neste horário pela Rádio Mulher de São Paulo 730 KHZ, pela Rádio Morada do Sol de Araraquara 640 KHZ, e pela Rádio Difusora Platinense de Santo Antônio da Platina, no Paraná, 780 KHZ. Todos os domingos este programa é reprisado pela Rádio Mulher de São Paulo das seis horas às sete horas da manhã, com sugestões especiais para o seu domingo espiritual.

 

Os espíritas consideram o Cristo superado?

 

Pergunta nº 1: Cristo superado?

 

Locutora - Maria Rosa Siqueira da Rua Domingos de Moraes, Vila Mariana, pergunta-nos por carta: é verdade que os espíritas desprezam o Cristo, que o consideram superado por Allan Kardec?

 

J. Herculano Pires - Não, não é verdade. Pelo contrário, os espíritas consideram o Cristo como o fundamento em toda sua doutrina. Consideram mesmo que o espiritismo nasceu com o Cristo, está no evangelho. Entretanto, no tempo em que o Cristo o pregou, em que o Cristo o ensinou, os homens não estavam em condições de compreendê-lo. Uma prova disto é a passagem de Cristo com Nicodemos. Quando Nicodemos, que era doutor da lei em Israel, não foi capaz de compreender o problema da reencarnação dos espíritos.

 

Assim, apesar do Cristo haver ensinado as mais profundas verdades que constituiriam mais tarde a chamada revelação do espírito da verdade, os homens daquela época não estavam em condições de entender o que o Cristo ensinava.

 

Dessa maneira, o espiritismo tem como fundamento a palavra do Cristo, o evangelho do Cristo e o exemplo do Cristo.

 

Download Pergunta nº 2: Última revelação

 

Locutor - Sendo o espiritismo a última revelação, não está acima do cristianismo?

 

J. Herculano Pires - Não, porque a revelação, na verdade, se verifica em três tempos, em três fases. A revelação é una, ela não se divide em várias revelações. Nós é que, para facilidade da nossa compreensão, do nosso entendimento, dividimos a revelação em três fases e procuramos interpretá-las como revelações diversas. Na verdade, porém, ela é fundamentalmente uma.

 

A primeira revelação é de Moisés, que nos trouxe o conhecimento da unicidade de Deus, que anulou o politeísmo na Terra e nos deu a compreensão de Deus como um ser supremo e absoluto. Essa revelação já preparava, como nós podemos ver na própria Bíblia, como podemos ver nas profecias da Bíblia, já preparava o advento do cristianismo.

 

A segunda revelação, que cumpriu assim a promessa da primeira, também se desenvolve de maneira positiva no sentido de preparar o advento da terceira, que é a terceira fase.

 

Então, é por isso mesmo que nós vemos no evangelho de Jesus, o anúncio do consolador, do paráclito, do espírito da verdade que virá mais tarde. E essa revelação veio no tempo preciso, porque Jesus disse que os homens do seu tempo poderiam compreendê-lo.

 

Assim, quando os homens estivessem em condições de realmente entender a verdade espírita, ele pediria ao pai, a Deus, o nosso pai, que enviasse à Terra o consolador. O consolador veio através das manifestações dos espíritos e não através de Kardec. Mas Kardec codificou essas manifestações, e na sua codificação apresentou-nos a doutrina espírita.

 

Download As perguntas para este programa devem ser enviadas por carta para a Rádio Mulher, Rua Granja Julieta, 205, São Paulo. Podem também ser feitas pelos telefones 269-4377 ou 269-6130. Durante a semana no horário comercial. Seja por carta ou telefone, as perguntas devem ser claras e curtas, sem rodeios.

 

Na próxima quarta-feira, dia quatro próximo, teremos a nossa gravação de auditório na Rua Granja Julieta, 205, última travessa da Avenida Santo Amaro, em São Paulo. Dia 04 de abril próximo, primeira quarta-feira do mês. Venha fazer suas perguntas ao microfone e ouvir as respostas na hora. Venha dialogar conosco face-a-face. A gravação se inicia as 20h30.

 

Perguntas e respostas.

 

Não deixamos nenhuma pergunta sem resposta, mas nem sempre podemos respondê-las com a urgência pedida pelo ouvinte em virtude do número elevado de perguntas que nos chegam diariamente. Se um amigo ouvinte quer respostas na hora, venha ao nosso programa de auditório. Teremos prazer em atendê-lo e debater o assunto ao microfone. Nosso objetivo não é impor uma crença, mas esclarecer dúvidas e desfazer enganos a respeito da doutrina espírita. Mandem suas perguntas por carta à Rádio Mulher ou façam-nas pelos telefones 269-4377 ou 269-6130.

 

Pergunta nº 3: Criação das religiões

 

Locutor - Professor, o ouvinte José Alves Ferreira, Rua Ávila Rosa, estrada de Vila Ema, pergunta: qual a religião que Deus criou primeiro?

 

J. Herculano Pires - Deus não criou nenhuma religião. A religião é criada pelos homens. Deus promove, através dos espíritos superiores, as revelações que são ensinos espirituais trazidos à Terra através dos seus enviados, de seus mensageiros.

 

Em numerosas partes do mundo, desde que o homem começou a sua existência na Terra, manifestaram-se esses enviados de Deus trazendo ensinamentos religiosos, mas nenhum deles fundou uma religião. Cada um deles anunciou verdades, verdades espirituais que os homens deviam adquirir, deviam compreender para poder seguir a sua vida.

 

Mas acontece que os homens, bastante apegados ao plano da matéria que é um plano formal, um plano em que a forma tem grande importância, porque a nossa percepção sensorial, a percepção dos nossos sentidos exige a existência da forma para compreender e dominar as coisas, os homens então foram criando sistemas religiosos.

 

Podemos dizer que as primeiras religiões que apareceram na Terra foram as religiões primitivas dos povos selvagens. Porque os primeiros homens eram selvagens, eram ainda quase animais. Não obstante, as pesquisas antropológicas demonstraram que em todos os tempos primitivos sempre, nas próprias cavernas dos homens ainda nos seus tempos iniciais, sempre apareceram símbolos religiosos, manifestações, portanto, da religião.

 

Essas religiões primitivas foram as primeiras que se propagaram na Terra. E depois, posteriormente, através das revelações superiores que vieram vindo, outras religiões foram nascendo. Mas nenhuma delas foi criada por Deus, porque Deus forneceu apenas a matéria-prima, e os homens é que fizeram dessa matéria prima, às vezes, várias religiões ao mesmo tempo.

 

Download Pergunta nº 4: Jeová ou Deus

 

Locutor - Por que certa religião adora mais Jeová do que Deus?

 

J. Herculano Pires - Jeová é o nome de Deus. É o nome de Deus que está na Bíblia. A palavra Jeová vem precisamente da Bíblia através do hebraico, da palavra Iavé. A palavra Iavé, que foi enunciada por Moisés, estabelece que o nome de Deus dali por diante seja pronunciado desta maneira: Iavé.

 

Nas traduções para o português, essa palavra toma a forma de Jeová. Na verdade, essa palavra quer dizer, de acordo com os estudos etimológicos, quer dizer: “aquele que existe por si mesmo e eternamente”. Portanto, é Deus.

 

Deus tem, portanto, para os judeus o nome de Jeová, como tem para outros povos, outras denominações.

 

Download Pergunta nº 5: Jeová só no antigo testamento?

 

Locutor - Por que este nome, Jeová, não se vê mais em parte alguma a não ser no Velho Testamento?

 

J. Herculano Pires - Exatamente porque este nome, sendo hebraico, pertence à Bíblia judaica, ao velho testamento. Mas, nas escrituras posteriores do cristianismo, ele não aparece porque essas escrituras foram feitas em grego e em outras línguas, mas não no hebraico. De maneira que o nome de Deus, então, aparece como Deus porque essa expressão é mais apropriada e mais conveniente aos tempos posteriores que vieram muito depois da formulação da Bíblia.

 

Download Pergunta nº 6: Alá ou Jeová

 

Locutor - Alá ou Jeová é o mesmo Deus?

 

J. Herculano Pires - Sim. Alá é simplesmente o nome que os povos árabes davam a Deus. É uma palavra árabe e, portanto, pertence ao mundo árabe. Mas o sentido é o mesmo: é Deus.

 

Download Pergunta nº 7: Alá e Jeová

 

Locutor - Li no “O Livro dos Médiuns”, pergunta 301, item 05, que Alá e Jeová é o mesmo Deus para todo o universo. Isso é verdade?

 

J. Herculano Pires - Sim. Como eu penso que acabei de explicar, procurei deixar bem claro que Alá é simplesmente o nome que os árabes davam a Deus, assim como Jeová era o nome que os judeus davam a Deus.

 

Download Pergunta nº 8: Agênere

 

Locutor - Pode um espírito estar entre uma população em forma de pessoa, matéria?

 

J. Herculano Pires - Sim. Os espíritos podem manifestar-se materialmente, tanto através da materialização propriamente dita, que é um fenômeno típico da mediunidade através do qual o médium fornece elementos materiais para que o espírito, na posse do seu perispírito, que é o corpo espiritual de que falava São Paulo, possa revestir-se das forças, das energias materiais a fim de se mostrar como uma pessoa viva, materializada.

 

Mas também pode se dar o fenômeno que no espiritismo o qual chamamos de agênere, através do qual o espírito modifica as vibrações do seu perispírito adensando-as para que ele pareça uma pessoa viva, e pode então conversar com as criaturas humanas, como se ele, realmente, fosse uma pessoa de carne e osso.

 

Download Pergunta nº 9: Conduzir Menino

 

Locutor - Pode um espírito procurar um menino perdido a uma distância de dez quilômetros e trazê-lo de volta a seus pais sem conhecer a família do garoto?

 

J. Herculano Pires - Sim, os espíritos podem fazer isso. Porque os espíritos, como os homens, estão em condições de, uma vez na Terra percorrendo as distâncias, encontrar criaturas e conduzi-las para um determinado lugar, seja através da intuição guiando-as para aquele lugar, ou seja mesmo através dos elementos físicos de que ele dispõe quando, naturalmente, estão dotados do serviço de um médium, um médium que é chamado no espiritismo de efeitos físicos.

 

No caso, por exemplo, de esse menino ser encontrado e não se conhecer quem são os pais, entretanto o espírito pode conhecer, porque o espírito tem uma visão mais ampla do que nós, e ele tem mais facilidade de movimentação, uma vez que é mais leve, mas rápido; ele tem uma rapidez extraordinária na sua movimentação, que nós, criaturas humanas carregadas de matérias, não temos.

 

Download Pergunta nº 10: Materialização

 

Locutor - No caso, este homem seria um espírito materializado?

 

J. Herculano Pires - O homem, que tenha encontrado uma criança nessas condições, não seria propriamente um espírito materializado, mas sim, um homem, uma criatura humana, uma criatura que nasceu com o corpo material que se desenvolveu.

 

É preciso então dividirmos esse assunto em duas partes: é possível que um espírito encontre uma criança, ou mesmo um homem que se tenha extraviado, que se tenha perdido, e que ajude essa criatura a voltar para casa. Mas é possível também que um homem encontre uma criança, uma criatura assim e a conduza para casa.

 

No primeiro caso nós temos um espírito agindo para conduzir a criatura. No segundo caso nós temos um homem, uma criatura encarnada.

 

Download Pergunta nº 11: Bocejo na igreja

 

Locutor - Professor, o ouvinte Luís Milenelli telefonou e pergunta:

 

por que ao entrar numa igreja sinto sono seguido de bocejos? Seriam maus fluidos?

 

J. Herculano Pires - Não é absolutamente em virtude de maus fluidos que o senhor sente isso ao entrar numa igreja. Naturalmente, o senhor entra num recinto dedicado à devoção, um recinto onde há aquilo que nós chamamos o recolhimento do espírito. As pessoas estão naturalmente habituadas a orar naquele recinto. O senhor encontra ali um ambiente impregnado de boas vibrações, de vibrações que estimulam o nosso espírito a se elevar a Deus, a procurar, naturalmente, uma sintonia com a espiritualidade superior.

 

Se o senhor sente, então, uma sensação de sono seguida de bocejos, isso revela apenas que o senhor possui mediunidade. As pessoas sensíveis, mediúnicas, nesses ambientes são naturalmente afetadas por influências benéficas, e recebendo essas influências sentem-se, naturalmente, afastadas, assim, da realidade concreta da vida. Daí a sensação de sono e a necessidade de bocejar.

 

Download Pergunta nº 12: Visão de espíritos

 

Locutor - Professor, a ouvinte Otília Perez pergunta: quando morava em Cumbica, certa noite ao chegar em casa em companhia de seu filho viu junto ao portão de sua casa dois vultos identificados por ela e o filho como duas freiras. Apavorada, começou a rezar e os vultos separaram-se, permitindo a passagem para sua casa. Sendo referido o local escuro, sem iluminação de rua, o que seria a estranha luz ao redor da sua casa com se estivesse acompanhando os vultos?

 

J. Herculano Pires - A senhora naturalmente e seu filho depararam ali com dois espíritos. Os espíritos podem às vezes se tornar visíveis para nós, e naturalmente puderam tornar-se visíveis para a senhora.

 

As duas freiras que ali estavam, certamente, eram espíritos benéficos porque estavam acompanhados de luz. Essa luz é a luz espiritual que as iluminava, e elas, naturalmente, recuaram para que a senhora passasse, permitindo assim a sua passagem para casa, num sinal de que eram espíritos bondosos, de que não tinham nenhuma intenção de obstruir o caminho e nem prejudicá-la em nada.

 

Download Pergunta nº 13: Amiga tentando se comunicar

 

Locutor - Professor, a ouvinte Miriam Consentino telefonou e pergunta: certa noite estava com uma amiga dormindo em meu quarto quando fui acordada pelo som de gargalhadas abafadas, dando-me impressão de sair do guarda-roupa. Em seguida, passou a minha frente uma caveira. Assustada, chamei a minha amiga. Qual não foi a minha surpresa quando olhei para ela e vi em seu rosto a imagem de uma amiga falecida há dois anos. Uns dias antes de essa pessoa morrer, eu vi, pela primeira vez, uma caveira iluminada. Será que essa amiga falecida quer alguma coisa comigo? E como farei para saber?

 

J. Herculano Pires - Todos estes fatos estão mostrando que a senhora é médium. A senhora possui mediunidade. Naturalmente a sua amiga quer se manifestar para a senhora. Como a senhora encara a morte através do símbolo de uma destruição da criatura humana, e que se corporifica, por assim dizer, na caveira, a senhora vê a caveira como um símbolo. É um símbolo que denuncia a morte.

 

Ora, essa sua amiga morreu, realmente, então ela, ao se manifestar, provoca essa aparição simbólica. E ela quer, naturalmente, comunicar-se com a senhora. Talvez quisesse naquele tempo, talvez agora já não se interesse mais. Os espíritos querem às vezes se comunicar conosco quando eles sentem necessidade de dizer alguma coisa referente às pessoas que deixaram aqui na Terra, aos interesses que deixaram aqui e assim por diante. Mas quando eles já são esclarecidos da vida espiritual, depois de haverem morrido e de permanecerem alguns dias em estado de perturbação, interessando-se muito na comunicação com os vivos. Os espíritos podem ser esclarecidos por outros espíritos mais elevados. Podem também, ter se comunicado mediunicamente em alguma sessão e recebido o esclarecimento necessário.

 

De qualquer maneira, é possível que ela não tenha mais interesse em se comunicar com a senhora. Não obstante, isso não impede que a senhora cuide da sua mediunidade, porque as pessoas que têm mediunidade precisam saber o que é que elas possuem, precisam conhecer o assunto, e a senhora pode fazer isso dirigindo-se a um bom centro espírita onde a senhora possa receber instruções a respeito, e lendo os livros que lhe forem indicados.

 

Eu lhe indicaria, principalmente, o livro “Iniciação Espírita” de Allan Kardec. É um livro excelente não só para a senhora conhecer o problema do espiritismo como para a senhora conhecer, na parte final deste livro, o problema da mediunidade com as devidas minúcias para sua conduta nesse campo. “Iniciação Espírita” é um livro que, de acordo com uma regra existente neste programa, eu vou lhe oferecer como um presente de irmão. A senhora pode retirar este livro a partir de segunda-feira no horário comercial, no escritório da Rádio Mulher, à Rua Barão de Itapetininga, 46, 11º andar, sala 1.111. Ali a senhora encontrará este livro em seu nome e poderá retirá-lo.

 

Download Pergunta nº 14: Rei Luiz da França

 

Locutor - Professor, o ouvinte Jader Frutuoso nos telefonou e pergunta: qual é o rei Luiz da França que se comunica com Kardec?

 

J. Herculano Pires - O santo que é ao mesmo tempo o rei de França é Luiz IX, nascido em 1215.

 

Em 1297 ele foi canonizado. E canonizado por quê? Porque foi um rei justo e bom. Um rei que procurou, tendo aceitado o cristianismo como sua religião e transmitida essa religião para o povo, procurou reger a França com eqüidade, com justiça, com amor.

 

A sua vida foi realmente um exemplo para todos os reis da Terra. A canonização feita pela igreja é, portanto, uma canonização válida neste caso, porque ele realmente foi um rei santo. Naturalmente, isso não impede que o rei Luiz IX tenha tido lá os seus erros de vez em quando. Todos nós somos criaturas humanas e mesmo os santos, quando em vida, estão sujeitos à falibilidade humana. Mas o rei Luiz IX de França é o São Luiz que realmente manifestou-se muitas vezes para Allan Kardec e o auxiliou nos trabalhos da codificação do espiritismo. Download Pergunta nº 15: Espírito x matéria

 

Locutor - Professor, a ouvinte Antonieta Fernandes telefonou e pergunta:

 

Primeiro: Se o espírito e matéria são realidades distintas, a matéria desenvolve também ou será sempre matéria?

 

J. Herculano Pires - O problema da evolução da matéria é um problema que já está na própria doutrina espírita. Tudo evolui no universo, nada deixa de evoluir, embora matéria e espírito sejam elementos distintos do ponto de vista da nossa compreensão das coisas, na verdade tudo no universo tem uma realidade fundamental. Matéria e espírito originam-se do poder de Deus, da sua manifestação, e justamente por isso elas constituem um par de elementos que se conjugam para o desenvolvimento do espírito. Mas de qualquer maneira a matéria também evolui.

 

Nos mundos evoluídos nós não temos apenas o espírito em alto grau de evolução, mas também a matéria refinada. A matéria que se apresenta como, muitas vezes, até impalpável para os nossos sentidos, tal é o seu estado de purificação, de elevação.

 

A matéria, portanto, tem o seu processo evolutivo e nós podemos dizer que, na intimidade da matéria, o espírito que ali dormita, este espírito se desenvolve, também, justamente com a matéria. E todas as coisas, como dizia o doutor Gustavo Geley, todas as coisas no universo caminham sempre do inconsciente para o consciente. De maneira que a matéria está sujeita à evolução necessária para o desenvolvimento das suas potencialidades internas.

 

Download Pergunta nº 16: Espiritismo de Rochester

 

Locutor - Qual sua opinião sobre o espiritismo de Rochester?

 

J. Herculano Pires - O espiritismo de Rochester é uma maneira de falar, porque ele na verdade não fundou nenhum espiritismo, não criou nenhuma forma de espiritismo. O que acontece é que Rochester era um espírito, e como espírito ele escreveu os seus livros psicografados através de médiuns e neste ponto ele agiu através do espiritismo, quer dizer, adotando meios espíritas de comunicação com os homens.

 

Download Pergunta nº 17: José do Egito e o Faraó de Meneftá

 

Locutor - E seus romances históricos, “José do Egito” e o “O Faraó Meneftá”, são verídicos?

 

J. Herculano Pires - Acredito que estes livros contêm muito de imaginação. Rochester me parece um espírito muito imaginoso. O levantamento dessas épocas bastante longínquas através da mediunidade é possível, como nós sabemos através de vários livros recebidos psicograficamente. Mas nós encontramos em Rochester uma certa audácia, um certo avançar demais nas coisas que me parece resultante do seu poder de imaginação. Não obstante, os seus livros são bastante interessantes e, muitas vezes, bastante bons no sentido de esclarecerem certos problemas referentes à sucessão das vidas através da reencarnação.

 

Download Não deixamos nenhuma pergunta sem resposta, mas nem sempre podemos respondê-la com a urgência pedida pelo ouvinte em virtude do número elevado de perguntas que nos chegam diariamente. Se o amigo ouvinte quer respostas na hora, venha ao nosso programa de auditório. Teremos prazer em atendê-lo e debater o assunto ao microfone. Nosso objetivo não é impor uma crença, mas esclarecer dúvidas e desfazer enganos a respeito da doutrina espírita. Na próxima quarta-feira, dia quatro de abril, às 20h30, no o auditório da Rádio Mulher de São Paulo, Rua Granja Julieta, 205, última travessa da Avenida Santo Amaro, em São Paulo. Venha fazer suas perguntas ao microfone e ouvir as respostas na hora.

 

Perguntas e respostas.

 

Pergunta nº 18: Umbanda e Lei de Adoração

 

Vamos ler agora as respostas às perguntas feitas no programa No Limiar do Amanhã. Responde a ouvinte Inês da Silva, da Rua XV de Agosto, São Miguel Paulista.

 

A pergunta feita pelo programa foi: Por que umbanda não é espiritismo?

 

Resposta:

 

A umbanda não é espiritismo porque nada nos esclarece, não é construtiva, não evolui, são sempre aqueles espíritos mais atrasados que nós, que ao invés de orientar-nos, nos confundem.

 

Esta foi a resposta da ouvinte Inês da Silva, Rua XV de Agosto.

 

O ouvinte Amélio L. Lúcio responde à pergunta: o que é a lei de adoração?

 

Diz o ouvinte:

 

A lei de adoração é o culto excessivo a uma divindade espiritual ou a uma personalidade material.

 

Não devemos adorar uma entidade espiritual, mas ter fé na mesma. Não uma fé cega, mas uma fé viva, compreensiva, e que essa fé nos sirva de conforto espiritual, que nos dê forças para suportarmos com paciência e resignação todas as provações. Enfim, que ela nos sirva de elevação espiritual.

 

Não devemos adorar, mas orar e pedir a Deus, e aos guias espirituais que nos ajudem nos tropeços do longo caminho do espiritismo que devemos traçar.

 

Resposta da ouvinte Jaqueline Miliolli Loruzzo, da Rua Crussaí, Ipiranga. Responde à pergunta feita pelo programa:

 

Por que a umbanda não é espiritismo?

 

Resposta:

 

A umbanda é um ritual trazido ao Brasil pelos negros africanos. É considerada inclusive como folclore. Não possui base científica ou filosófica. Não sendo então doutrina, ao contrário do espiritismo. Este foi elaborado em princípios cuidadosamente analisados, fruto da observação e dos ensinamentos fornecidos pelos próprios espíritos que assim o vem aprimorando sempre.

 

Resposta da ouvinte Ana Maria Pereira, da Rua Heloisa Penteado, Vila Esperança.

 

O que é a lei de adoração? – Pergunta feita no programa No Limiar do Amanhã. E a resposta da ouvinte:

 

É a elevação do pensamento a Deus. Pela adoração, o homem aproxima-se Dele, aproxima de Deus sua alma.

 

J. Herculano Pires - Todas essas respostas, praticamente, foram superadas pelas respostas já dadas anteriormente, lidas no programa anterior e onde nós concedemos dois livros como prêmios a duas respostas certas sobre este assunto.

 

Não obstante, os ouvintes não têm culpa das respostas chegarem atrasadas às nossas mãos, pois que na verdade são enviadas pelo correio. Vamos, pois, levá-las em consideração.

 

A dona Inês da Silva, ao falar sobre umbanda e espiritismo, ela não definiu exatamente a diferença entre os dois. Colocou o problema de acordo com a sua maneira de ver, dizendo que a umbanda não esclarece suficientemente os problemas espirituais, nem facilita, portanto, a elevação espiritual das criaturas humanas, e essa é a diferença que tem do espiritismo.

 

O senhor Amélio Lúcio, ao falar da lei de adoração, disse que é um culto excessivo a uma entidade espiritual ou mesmo a uma pessoa humana. Não é isto a lei de adoração.

 

A lei de adoração é uma lei moral que consta do capítulo das leis morais do “O Livro dos Espíritos”. É preciso ler esse capítulo para poder realmente compreender o que é lei de adoração.

 

Jaqueline Milioli falando de umbanda e espiritismo colocou bem o problema ao dizer que umbanda é um ritual negro que, aqui para nós, transformou-se até mesmo num folclore.

 

Realmente é folclore porque folclore é cultura popular. Ora, a cultura popular negra trazida para o Brasil aqui misturou-se com a cultura popular nossa dando nos rituais, não somente de umbanda, como da outras formas religiosas de sincretismo religioso afro-brasileiro existentes no Brasil.

 

A senhora Jaqueline Milioli, pelo acerto da sua resposta, ela merece um livro que vamos lhe dar.

 

Ana Maria Pereira falando da lei de adoração diz que é a elevação do pensamento a Deus. Essa resposta foi também dada pelas pessoas cujas respostas lemos no programa anterior. Mas, de maneira alguma, esta resposta não corresponde à definição da lei de adoração.

 

Aconselhamos também, dona Ana Maria Pereira, a ler no “O Livro dos Espíritos” no capítulo das leis morais, o capítulo especial sobre lei de adoração. Então compreenderá, perfeitamente, o que é esta lei de adoração e como defini-la.

 

Quanto à senhora Jaqueline Milioli, nós lhe oferecemos através deste programa, o livro “Chico Xavier pede licença” lançado pela editora Geen do grupo espírita Emanuel. Este livro a senhora pode retirar no escritório da Rádio Mulher, à Rua Barão de Itapetininga, 46, 11ºandar, sala 1.111, a partir de segunda-feira, sempre no horário comercial.

 

Download Pergunta nº 19: Nervosismo

 

Locutor - Professor, o ouvinte Ronaldo Felix Fragão, Avenida dos Autonomistas, pergunta: desde pequeno sou doente, sou muito nervoso, sinto o corpo intoxicado e minhas forças faltarem. Já estive em tratamento psiquiátrico, fiz aplicações de eletrochoque, mas sinto-me cada dia pior. Professor, diga-me a maneira mais rápida para amenizar meu sofrimento ou algum centro para tratamento.

 

J. Herculano Pires - Indico-lhe o Centro Espírita Renovação, à Rua Espírita, 116, travessa da Rua Lavapés, no Cambuci. Este centro o senhor pode procurar nas segundas ou sextas-feiras, qualquer segunda-feira ou sexta-feira o senhor pode dirigir-se a ele. As sessões se iniciam lá às 20h30.

 

O senhor procure, naturalmente, entender se chegar um pouco antes, para entender-se com um dos diretores do centro. E expõe a eles o seu caso, pedindo, naturalmente, o auxílio de que o senhor necessita para o seu tratamento espiritual.

 

Ao mesmo tempo aconselho ao senhor a leitura diária de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” aberto ao acaso e precedida essa leitura de uma prece. O senhor faz uma prece, abre “O Evangelho Segundo o Espiritismo” ao acaso e lê a mensagem que sair para o senhor. Lê com atenção, prestando atenção, procurando compreendê-la. E, em seguida, o senhor pede assistência dos seus amigos espirituais, do seu espírito protetor, do seu anjo da guarda, e o senhor irá, assim, recuperando as suas forças e o seu equilíbrio com auxílio espiritual que receberá.

 

Professor, o ouvinte Manoel Fernandes de Lima da Rua Serra de Roraima, Diadema, pergunta: estou em São Paulo há dois anos e sou ouvinte de seu programa. Pedi através do mesmo um livro do centro espírita Emanuel e nunca tive resposta. Tenho vontade de estudar, mas não tenho livros e não posso comprar. Tenho mediunidade visual, vejo entidades, mas não entendo porque sempre mostram-me livros que não consigo decifrá-los. Qual seu parecer?

 

J. Herculano Pires - Acho que o senhor necessita inicialmente de um livro que o esclareça a respeito da doutrina espírita e também da mediunidade, porque isso que o senhor revela aqui são sintomas de mediunidade. Então eu acho que o mais importante para o senhor não é no momento um livro deste que o senhor pede, mas sim o livro “Iniciação Espírita” de Allan Kardec. Esse livro “Iniciação Espírita” de Allan Kardec traz no início uma explicação da doutrina espírita de maneira sucinta, de maneira breve que o senhor compreenderá com facilidade. Em seguida vem uma série de debates sobre espiritismo, mas no final do livro tem uma parte muito importante que é um trabalho de Kardec sobre as manifestações espíritas, portanto, sobre mediunidade. O senhor deve ler com muita atenção essa parte final. Lendo essa parte final com bastante atenção, o senhor ficará mais preparado para enfrentar os seus problemas e compreendê-los melhor. O senhor pode procurar “Iniciação Espírita” como um presente de irmão que o programa No Limiar do Amanhã e a Editora Edicel lhe oferecem. O senhor pode procurar esse livro no escritório da Rádio Mulher, à Rua Barão de Itapetininga, 46, 11º andar, sala 1.111, a partir de segunda-feira no horário comercial.

 

Locutor - Professor, o ouvinte Olímpio de Oliveira esteve na rádio e pede-lhe uma cópia do poema de Dom Pedro II psicografado por Chico Xavier que fala sobre o Brasil.

 

J. Herculano Pires - Este poema é um soneto que foi publicado pela revista O Reformador da Federação Espírita Brasileira, e foi publicado também por alguns jornais espíritas. Eu não tenho no momento uma cópia deste soneto, mas eu vou providenciar para que o senhor receba no endereço que deixou aqui para nós.

 

Locutor - Professor Renato Moreti, Rua Antônio Foster, Socorro, Santo Amamro, pergunta: qual a opinião do professor a respeito do médium Idalécio Araújo Paraguaio?

 

J. Herculano Pires - Não conheço este médium. Já ouvi falar dele, mas não tenho nenhum conhecimento pessoal dele. Já ouvi dizer que ele realiza trabalhos de cura, mas não posso dar opinião a respeito enquanto não observá-lo pessoalmente.

 

Download Pergunta nº 20: Pinturas por espíritos

 

Locutor - Existe uma médium, em São Paulo, que os espíritos recebidos pela mesma pintam quadros através dos dedos de pessoas falecidas e paisagens do plano espiritual. Isso pode ser realizado com a ajuda dos mentores espirituais? O nome desta médium é Claudia. Qual sua opinião sobre este assunto?

 

J. Herculano Pires - A pergunta que o senhor faz tornou-se bastante curiosa porque o senhor diz que a médium pinta através dos dedos de pessoas falecidas. Não. Não é assim. Os dedos de pessoas falecidas já desapareceram no túmulo, não é? Então podemos dizer o seguinte: os espíritos pintam através dos dedos da médium.

 

Realmente é uma pintura feita a dedo, é um tipo de pintura, aliás, bastante conhecida e muito interessante. Essa médium, Cláudia, realmente já fez até exposições, e neste momento mesmo, segundo estamos informados, ela está expondo seus quadros na Livraria Espírita à Rua XXIV de Maio. Não sei bem o endereço no momento, mas é próximo à Rua Dom José de Barros, na Rua XIV de maio num prédio de galeria. Esta médium está fazendo ali uma exposição desses quadros.

 

Na verdade, trata-se de um fenômeno bastante conhecido no espiritismo desde o tempo de Kardec. Existem os médiuns pintores, assim como existem os médiuns desenhistas e os médiuns psicógrafos. O médium pintor é sempre assistido por espíritos que querem pintar, que foram pintores quando vivos, e então se servem dos médiuns para realizar trabalhos bastante interessantes de arte com pintura, e essa arte é realmente digna de apreciação.

 

Download Pergunta nº 21: Contradição no evangelho

 

Locutor - Professor, o ouvinte João de Nunes, Rua Água Preta, Cachoeirinha, pergunta: encontramos no evangelho de Paulo, primeiro aos coríntios, capítulo 9, versículo 13 e 14, o seguinte: “Quem administra o templo come o que é do templo. Aos que anunciam o evangelho vivem do evangelho”. Mas o mesmo Paulo em segundo aos Tessalonicenses, capítulo 3, versículo 8 a 10, volta a dizer: “todos devem trabalhar para não ser pesado aos outros”. E diz: “O exemplo deve partir de nós para que os outros nos imitem.” Professor, o senhor não acha que a segunda mensagem anula completamente a primeira?

 

J. Herculano Pires - Aqui o que encontramos em primeiro coríntios nesses versículos 13 a 14 que o senhor citou, do capítulo nono, é o seguinte claramente escrito aqui nessa tradução do evangelho que possuímos: “Não sabeis que aqueles que trabalham nas coisas sagradas comem das coisas do templo? E que os que servem ao altar são participantes do altar? Assim também ordenou o Senhor que os que proclamam o evangelho que vivam do evangelho. Mas nenhuma destas coisas tenho eu usado, nem escrevo isso para que se faça assim comigo, pois melhor me fora morrer, do que alguém fazer vã a minha glória”.

 

Como o senhor vê, não há contradição. Paulo está dizendo aqui que assim se tinha feito até aquele momento, assim se estabeleceu, assim se praticava. As pessoas viviam daquilo que faziam, mesmo no campo religioso, mas ele, Paulo, se recusava a isso, ele não admitia isso, ele considerava que isso não devia ser feito.

 

De maneira que quando ele volta na outra epístola, que o senhor citou, a dizer aquilo que lhe pareceu o contrário disto, ele não está se contrariando porque aqui mesmo ele já disse que essas coisas ele condenava e não aceitava.

 

Download Atenção! Este é o último aviso que fazemos para a retirada dos livros oferecidos como presente de irmão pelo programa No Limiar do Amanhã.

 

Atenção para a relação dos livros:

 

José Olavo iniciação espírita. José Carlos Isaias o tesouro dos espíritas. Gentil Belara, “Iniciação Espírita”. Antônio Barbosa Albuquerque, “Iniciação Espírita”. Wilson Gaspar, “Iniciação Espírita”. Guilherme Pieralini, “Iniciação Espírita” e “Tesouro dos Espíritas”. Luiza Greco, “Iniciação Espírita”. Vera Maria, “Iniciação Espírita”. Idelfonso dos Santos, “Iniciação Espírita”. Elza G. de Oliveira, “Iniciação Espírita”. Moacir de Paula, “Parapsicologia hoje e amanhã”. Achintate, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.

 

Estes livros permanecem à disposição dos ganhadores no seguinte endereço: Rua Barão de Itapetininga, 46 – 11º andar sala 1.111 no horário comercial até sábado próximo. Este é o último aviso que fazemos. Se os livros não forem procurados no correr da semana, os destinatários perderão seu direito.

 

Atenção ouvintes, este programa será reprisado domingo das seis às sete da manhã pela Rádio Mulher de São Paul 730 KHZ. Não se esqueça de que a reprise é de manhã. Começo muito bem o seu domingo ouvindo logo cedo as mensagens do programa No Limiar do Amanhã, com sugestões especiais para o seu domingo espiritual.

 

Atenção! Anotem agora a nossa pergunta e respondam por carta ou telefone:

 

Quais são os volumes da codificação do espiritismo pela ordem de publicação?

 

Responda certo e ganhe um livro.

 

Não interpretem erradamente este programa. Queremos a verdade. Só a verdade. Nada mais que a verdade. E se você provar que está com a verdade, ficaremos com você, porque só a verdade nos libertará. O evangelho de Cristo em espírito e em verdade. Não segundo a letra que mata, mas segundo o espírito que vivifica. Abrindo o evangelho ao acaso, encontramos o seguinte, no evangelho segundo João no capítulo primeiro do versículo 19 ao 28: Este é o testemunho de João quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntar: Quem és tu? Ele confessou e não negou, e a sua confissão foi: Eu não sou o Cristo. Perguntaram-lhe eles: Quem és então? És tu Elias? Ele respondeu: Não sou. És tu o profeta? Não. Disseram-lhe, pois: Quem és, para que possamos dar respostas aos que nos enviaram. O que pensar de ti mesmo? Ele replicou: Eu sou a voz do que clama no deserto. Endireitai o caminho do Senhor como disse o profeta Isaias. Ora, eles tinham sido enviados pelos fariseus. Perguntaram-lhe também: Por que batizas se não és tu o Cristo, nem Elias, nem o profeta? Respondeu-lhes João: Eu batizo com água. No meio de vós esta quem vós não conheceis. É aquele que há de vir depois de mim e o qual eu não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias. Isto passou-se em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.

 

J. Herculano Pires - O problema do batismo é colocado de maneira bem clara nesta passagem do evangelho de João. Nós vemos que João Batista, ou seja, João o que batizava, pois é isto que quer dizer o nome Batista, é que ele batizava em virtude de obedecer às práticas tradicionais da Judéia naquele tempo. Quando nós investigamos o cristianismo nos seus princípios, verificamos que muita coisa que nos parece específica do evangelho, especial do tempo de Jesus, na verdade eram práticas antigas que existiam no meio do povo judaico e em toda região em que Jesus pregou o seu evangelho. No caso do batismo é isso mesmo que ocorre. Por exemplo, podemos citar um livro bastante interessante de Maurice Gauger. Maurice Gauger é professor de teologia da Faculdade Superior de Teologia da Universidade da França, e no seu livro sobre o cristianismo nascente, ele fazendo pesquisas – aliás, é bom acentuar o seguinte, não da Universidade de França, mas da Faculdade Protestante de Teologia de Paris. Pois bem, Maurice Gauger, estudando o problema do batismo, ele relata que naquele tempo as abluções eram adotadas em toda Palestina como forma simbólica de batismo. Por toda parte havia pessoas que batizavam as criaturas necessitadas de orientação espiritual à margem dos rios, nos lagos, e assim por diante, porque consideravam que a água tinha o poder de limpar não apenas o corpo, mas também o espírito. É claro que a simbologia no caso é evidente, mas as pessoas acreditavam mesmo no poder mágico da água. A água tinha o poder de limpar espiritualmente as criaturas. Por isso, João que era o precursor, aquele que viera anunciar o Cristo, que viera endireitar as veredas do Senhor, quer dizer, preparar o caminho para que a pregação de Jesus fosse melhor compreendida, João submetia-se ao processo do batismo, porque entendia que era necessário atrair o povo pelos métodos que realmente eram empregados na região e favoreciam então a aproximação das pessoas a ele. Da mesma maneira, João mais tarde iria batizar o próprio Jesus, e isso também por quê? Porque Jesus também, a fim de prosseguir no seu trabalho, na sua missão, na pregação do seu evangelho, ele necessitava de submeter-se àqueles ritos tradicionais do seu povo a fim de que o povo não se afastasse dele, considerando-o impuro da pregação que fazia. Tudo isto tinha por finalidade facilitar naturalmente o desenvolvimento da progressão do evangelho na Terra. Ora, João Batista então esclarece de maneira bem clara que ele batizava com água, mas entre os judeus, já se encontrava aquele que viria proceder de outra maneira. Ele viria submeter as criaturas ao esclarecimento espiritual.

 

A palavra batismo ainda segundo o professor protestante Maurice Gauger, é uma palavra quer dizer praticamente iniciação, introdução do indivíduo numa determinada religião, numa determinada ordem espiritual e, portanto, num conhecimento novo. Ora, o batismo do fogo de que nós encontramos referência em João e no próprio Jesus, o batismo do espírito, nada mais são do que esclarecimentos, iniciação das criaturas numa nova ordem de compreensão espiritual. Justamente por isso o apóstolo Paulo diria, como nós sabemos mais tarde, que ele só batizara uma vez, porque não fora enviado para batizar e sim para pregar o evangelho. O batismo devia substituir no meio do cristianismo a tradição judaica referente àquela forma de introduzir os indivíduos no judaísmo. Ora, sendo assim, o batismo representaria uma forma especial do cristianismo. Mas quando nós estudamos o cristianismo a fundo, quando verificamos na própria expressão de João e na própria manifestação de Jesus que o batismo verdadeiro é do espírito e não da água, então nós naturalmente compreendemos que o problema do batismo deve ser entendido também em espírito e em verdade como admitiu o apóstolo Paulo. Estas explicações que nos são dadas no próprio evangelho de João nos deixam sem nenhuma dúvida a respeito do assunto. Batizar quer dizer iniciar, iniciar no conhecimento novo. O batismo do espírito é a introdução espiritual de uma criatura no conhecimento do evangelho. Por isso mesmo o batismo no cristianismo primitivo não era feito em crianças, mas em pessoas adultas que recebiam o evangelho e o aceitavam. Somente depois de aceitarem, de compreender a verdade evangélica, é que essas pessoas recebiam o batismo do espírito. E quem quiser saber o que é o batismo do espírito, basta consultar no evangelho aquela passagem no livro de atos em que vemos o apóstolo Pedro na cidade de Jôpe receber o convite do centurião Cornélios para ir à sua casa onde os seus familiares estavam sendo perturbados por influenciações espirituais. Quando Pedro lá chega, vê o quê? As pessoas da família de Cornélios receberem o espírito. A recepção do espírito então aquilo que se considerava no tempo o batismo espiritual. É aquilo que hoje nós consideramos no espiritismo o desenvolvimento mediúnico.

 

Não somos pregadores, somos expositores. Não impomos dogmas, dialogamos sobre questões fundamentais da vida e da morte que nos interessam a todos. No Limiar do Amanhã é uma tribuna livre para os debates essenciais.

 

Até a próxima semana amigos ouvintes. Paz e amor.

 

No Limiar do Amanhã: acertemos o nosso passo com o futuro.

 


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