Portuguese English Spanish


 

heculano microfone

J.Herculano Pires foi comunicado que Roberto Montoro, proprietário da Rádio Mulher, pretendia colocar na programação da emissora um programa espírita semanal, com a duração de uma hora. E mais: desejava fosse o programa estruturado e apresentado por ele.  O apóstolo de Kardec aceitou o convite, pois lhe fora assegurado que teria a mais ampla liberdade, “podendo tratar do espiritismo em todos os seus aspectos, sem restrição, e responder a qualquer pergunta” dos ouvintes.

No Limiar do Amanhã ia ao ar aos sábados à noite e obteve sucesso imediato em São Paulo. A Rádio Mulher passou a reprisá-lo aos domingos, pela manhã. A Rádio Morada do Sol, de Araraquara e a Rádio Difusora Platinense, de Santo Antônio da Platina, no Paraná, retransmitiram-no, também, com expressiva audiência. O vigoroso programa prestou inestimável serviço à doutrina espírita durante três anos e meio. Herculano Pires, obviamente, jamais aceitou da Rádio Mulher qualquer espécie de remuneração.

Nesta seção do site, você vai poder ouvir os áudios originais dos programas, e também ler o texto  integral da transcrição.

 AGRADECIMENTOS

A Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires agradece a todos os que colaboraram com a criação do acervo desta seção, doando gravações dos programas, em especial a Aldrovando Góes Ribeiro, Maria de Lourdes Anhaia Ferraz e Miguel Grisólia.

 

 

No Limiar do Amanhã, um programa desafio. A cada minuto que passa, entramos no amanhã; a cada passo que damos ficamos para trás. Estamos na grande viagem dos tempos sem fim. O momento presente é um ponto entre passado e futuro. Quem se agarrar ao passado perderá sua vida. A vida atual, o momento presente, carregado de oportunidades para o futuro. Não seja um farauto, não seja um retrógrado. Abandone na estrada o baú das velharias. Olhe para frente e marche para o amanhã.

 

Mas não pense, amigo ouvinte, que o passado está perdido. Nada se perde, tudo se transforma. É do passado que se faz o presente, e é do presente que nasce o futuro. Pense bem nisso. Ontem, construímos o que somos hoje, e hoje estamos preparando o que seremos amanhã. Não lamente o passado e não tenha medo do amanhã. Na verdade, amigo, o amanhã está em suas mãos. Você pode fazê-lo como quiser. O amanhã carregado de folhas mortas ou verde e florido como a primavera.

 

Feche os olhos um pouco e se lembre de ontem. Veja bem. Veja bem sem sombra de dúvidas que foi no ontem que você preparou o hoje. Tudo de bom que você fez ontem é a alegria e bondade no hoje que você está vivendo. Tudo de mal que você fez ontem é tropeço e maldade no hoje que lhe atormenta. Tudo o que faz hoje vai modelar, daqui a pouco, no amanhã que chega a cada instante, o que você será no amanhã. Nada se perde, tudo se transforma em nossas mãos.

 

Não tenha medo do amanhã, tenha medo de você, porque é você, só você, por sua própria vontade quem vai fazer o amanhã. Por isso o mestre ensinou: O que se apega à sua vida, perdê-la-á, mas o que a perder por amor de mim, esse a encontrará. Largue no caminho o baú das velharias. O caminho de hoje está cheio de esperanças. Colha no hoje as flores do amanhã. Não alimente as nuvens da descrença e da maldade que se acumularão no seu horizonte ameaçando temporais. Pense no céu azul que o espera além da linha do horizonte e marche confiante para o amanhã.

 

No Limiar do Amanhã, um programa desafio. Produção do Grupo Espírita Emanuel. Transmissão 118. Terceiro ano. Direção e participação do professor Herculano Pires.

 

Este programa é transmitido todas as semanas neste dia e neste horário pela Rádio Mulher de São Paulo 730 KHZ, pela Rádio Morada do Sol de Araraquara 640 KHZ, e pela Rádio Difusora Platinense de Santo Antônio da Platina, Paraná, 780 KHZ. Todos os domingos este programa é reprisado pela Rádio Mulher de São Paulo das seis às sete horas da manhã com sugestões especiais para o seu domingo espiritual.

 

Perguntas e respostas. Pergunte para você e para os outros.

 

Pergunta nº 1: Debate entre padre e Herculano

 

O penitenciário e o padre.

 

Ah! esses padres farautos. Ficam atrasados enquanto o mundo avança, e prejudicam tantos fiéis que deviam ajudar. E isso numa época em que há tantos padres esclarecidos de espírito ecumênico incapazes de ficar repetindo como papagaios as tolices de um passado obsoleto. Precisamos criar urgentemente um mobral do espírito para ajudar essas criaturas.

 

Vejam só que contraste. Lá da Penitenciária do Estado um presidiário nos manda este recorte edificante e nos pede um esclarecimento, não para ele, presidiário, mas para o padre Edivino que escreveu e assinou tudo isso no folheto O Domingo. Lá vai! Lá vai, amigos ouvintes, a grande novidade. Mas antes lembremos o seguinte: o penitenciário e reeducando Pedro Gaspi Filho adverte que não pede um ataque ao padre, mas um esclarecimento, pois ele, o padre, chega até mesmo a confundir espiritismo com umbanda, candomblé e outras formas de religiões primitivas. Notemos bem este contraste: um reeducando da penitenciária entende mais de religião e tem mais tolerância e amor ao próximo do que o padre que vive gastando tinta e papel no combate ao espiritismo. Qual deles estará mais próximo do seu próximo e mais de acordo com os ensinos do evangelho? Mas passemos ao escrito do padre Edivino. Vamos lê-lo na íntegra. Perigos do espiritismo.

 

Publicamos mais algumas declarações do doutor Leonídio Ribeiro que tem a experiência de vinte e cinco anos de carreira médica. Desde que iniciei minha carreira médica, procurei detidamente estudar o funcionamento das práticas espíritas e pude observar que se tratava de verdadeira calamidade pública. Para as pessoas predispostas pode ser fatal uma só sessão espírita. O ambiente de tensão é propício para um contágio psíquico. Também o doutor A. C. Pacheco Silva, que foi diretor do hospital Juqueri, em São Paulo, faz uma declaração no mesmo sentido: em nenhum país do mundo, talvez, a influência nefasta do espiritismo se exerça com tamanha intensidade sobre a saúde mental do povo como ocorre entre nós. Seria fácil aduzir grande número de declarações de especialistas que, com forte motivação científica, condenam o desenvolvimento da mediunidade. É que o contagio mental neste particular pode engendrar uma verdadeira epidemia psíquica.

 

Padre Edivino A. F.

 

Locutor - Vamos agora ouvir a resposta do professor Herculano Pires ao pedido e a pergunta do penitenciário. Professor, por favor. J. Herculano Pires - Pois não. Os professores Lenídio Ribeiro e Murilo de Campos iniciaram na década de 30 uma campanha contra o espiritismo no Rio de Janeiro. Foram apoiados em São Paulo pelos professores Pacheco e Silva e Alcântara Machado, entre outros. A moda pegou. O livro O Espiritismo no Brasil, dos dois primeiros, é um documento negro da maneira por que alguns médicos da época tratavam o espiritismo. Um documento histórico, artigo de museu, testemunho do atraso da nossa cultura naquele tempo. O padre Edivino vai buscar no passado essas condenações injustas ao espiritismo, tentando reacender uma fogueira inquisitorial fora de tempo. Não há mais lenha para essa fogueira, nem público para bater palmas à valentia dos inquisidores. A situação hoje é outra. A cultura brasileira está arejada e acertou o seu passo com o mundo. Vivemos na era do espírito, numa fase de pleno triunfo, de plena vitória das ideias e dos princípios espíritas em todos os campos do conhecimento. Basta lembrar o que o reeducando Pedro Gaspi Filho mencionou em sua carta. O Governo do Estado está se servindo da ajuda da rede de hospitais espíritas do estado para socorrer no tratamento e recuperação dos doentes mentais que lotavam o hospital do Juqueri. São cerca de trinta hospitais espíritas dirigidos por médicos psiquiatras da nova geração. Médicos espíritas que estão curando doentes mentais em grande quantidade, sem contar os outros hospitais espíritas que fazem o mesmo em outros estados por todo Brasil. As opiniões absurdas e envelhecidas dos professores Leonídio Ribeiro e A. C. Pacheco e Silva, reproduzidas pelo padre Edivino, só podem impressionar quem não conhece esse fato concreto, objetivo, fato cultural e histórico. As sessões espíritas curam doenças mentais, desfazem preconceitos rançosos, invalidam opiniões errôneas de figurões do passado. E um penitenciário é capaz de ensinar ao padre Edivino com atitude afetuosa, com amor, sem querer ofendê-lo, que umbanda e candomblé não são espiritismo, são religiões primitivas da África introduzidas no Brasil pelo tráfico negreiro. Sinais dos tempos, amigos ouvintes. Demos graças a Deus por estarmos vivendo uma época mais arejada em que os problemas culturais e científicos não estão mais sujeitos à influência dos preconceitos religiosos do passado. O espiritismo é uma doutrina de bases científicas, de desenvolvimento filosófico e consequências religiosas. Para falar e escrever sobre espiritismo é bom saber-se isto. É preciso conhecê-lo e estar tão bem atualizado com o plano cultural.

 

Download Pergunta nº 2: Apocalipse em 1989

 

Locutor - Professor, temos mais uma carta de outro penitenciário, o senhor Ivan Demetrio Santana, da Penitenciária do Estado de São Paulo, que pergunta: professor, li em um livro que o eixo magnético da Terra e o eixo geográfico estão se aproximando para se unificarem, e em cada cem anos, há uma aproximação de dois graus entre os dois polos norte e sul. Recebi uma explicação de um professor espírita que no momento em que os eixos geográfico e magnético se unificarem será no ano 1989. Daqui a dezesseis anos haverá grandes modificações na estrutura física da Terra seguidas de terremotos, maremotos, e será o momento em que a Terra iniciará nova evolução, colocando fim à era de expiação, passando ao planeta de regeneração e quem não conseguiu atingir a moralidade e intelectualidade suficiente para acompanhar este novo ritmo de vida, será transmigrado para um planeta inferior e viverá neste planeta até que consiga superar essa imperfeição. E quando conseguir a evolução necessária, voltarão à Terra para dar prosseguimento à sua evolução. Acontecerá como aconteceu no planeta Capela no passado. Essa explicação que recebi é verdadeira, professor?

 

J. Herculano Pires - Essa explicação que o senhor recebeu está muito confusa, misturando elementos que não pertencem ao espiritismo. Os problemas das modificações do eixo da Terra é um problema de ordem astronômico e geológico. É um problema que não pertence ao espiritismo. O espiritismo é a ciência do espírito. Acontece que essa determinação precisa do ano de 1989 para que se iniciem catástrofes geológicas terríveis, que marcarão uma espécie de fim do mundo em nosso planeta, é uma dessas profecias apocalípticas que através dos tempos se vêm fazendo e que na verdade correspondem apenas a processos imaginativos. É verdade que o nosso planeta vai passar, e está passando, de planeta de provas e expiações para planeta de regeneração. Mas essa transição, como todas essas transições importantes que se efetuam na natureza, se processa de maneira lenta através das leis naturais. O senhor encontrará no livro Obras Póstumas de Allan Kardec uma explicação muito interessante sobre este problema. Quando se falava da transição da Terra, Kardec perguntou aos espíritos se realmente teríamos de passar por grandes catástrofes geológicas nessa transição. E os espíritos lhe responderam: não. Catástrofes geológicas não, porque elas ocorreram naquelas proporções diluvianas de que nos fala, por exemplo, a Bíblia, elas ocorrem, realmente, até mais intensas, mais profundas, mais terríveis quando o planeta ainda não estava consolidado, quando o planeta estava na sua fase de formação. Mas atualmente a Terra é um mundo consolidado na sua estrutura, um mundo que amadureceu e que está desenvolvendo-se no sentido de prosseguir no caminho do seu aperfeiçoamento. Haverá, isto sim, responderam os espíritos, grandes catástrofes morais que abalarão os povos, que sacudirão as nações. Essas catástrofes nós as estamos vendo agora mesmo, diante dos nossos olhos, no mundo inteiro. Essa profecia, sim, realmente se realizou. Mas as profecias apocalípticas referentes a essas catástrofes tremendas, elas decorrem de processos puramente imaginativos, como já disse. Basta lembrarmos o seguinte: quando o nosso mundo se aproximava do ano 1000, o ano 1000 da era cristã, muitas pessoas se suicidaram no mundo. Houve verdadeiros processos calamitosos entre os povos não provocados por catástrofes, mas provocados pela ignorância e o desespero humano, porque se anunciava que do ano 1000 a Terra não passaria. Ela já passou e já estamos nos aproximando do ano 2000. Agora reinvocam-se essas lendas e criam-se novos temores em torno da passagem para o ano 2000. O ano 2000 se aproxima naturalmente; nós não chegaremos todos até ele, mas muitas das pessoas aqui vivas na Terra chegarão e verão que tudo transcorreu de maneira tranquila, serena, através dos processos naturais da evolução. Como Kardec ensinou, o mundo evolui através da sucessão das gerações: as gerações que implantaram na Terra sistemas errôneos de vida irão desaparecendo naturalmente, outras gerações vão surgindo com novas ideias, herdeiras das culturas adquiridas pelas anteriores, trazem, entretanto, em si mesmas (porque elas se constituem de espíritos reencarnados) aptidões bastante desenvolvidas para renovarem a cultura da Terra e auxiliarem a sua transformação em todos os sentidos. Essas gerações, as gerações humanas, construirão na Terra um novo mundo, e na verdade já o estão construindo. Nós vemos ao nosso redor que o mundo antigo está em derrocada. A civilização envelhecida está em processo de morte, de agonia, porque uma civilização nova vai surgir. Mas essa civilização nova não surgirá sobre os escombros da destruição e do aniquilamento do planeta. Ama sim surgirá sobre o alvorecer das novas gerações que construirão um mundo novo na Terra. Não se impressione com essas afirmações. Ninguém na Terra está em condições de fixar uma data para grandes catástrofes. É verdade que existe o dom da profecia, mas existem limites para esse dom. E no tocante ao problema da evolução terrena, de acordo com a doutrina espírita, todas essas ameaças são simplesmente imaginárias e absurdas. Eu queria oferecer ao senhor um exemplar do Livro dos Espíritos da editora LAKE, porque nesse livro o senhor poderá estudar com mais firmeza e clareza o processo da evolução da Terra.

 

Download Pergunta nº 3: Trabalho como castigo

 

Locutor - Professor, o ouvinte Enês Galvão da Silva pergunta: é verdade que o trabalho foi imposto por Deus ao homem como castigo? Porque o santo padre, o papa, declarou na sua mensagem dirigida aos trabalhadores no dia primeiro de maio próximo passado que o trabalho foi imposto ao homem como castigo? No entanto, no evangelho segundo São João, versículos 16 e 17, Jesus respondeu aos judeus: meu pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Neste caso, Deus impõe a si mesmo o castigo pelo trabalho?

 

J. Herculano Pires - O senhor colocou bem as contradições existentes neste princípio teologicamente estabelecido pelas igrejas cristãs. Na verdade, o trabalho não é um castigo; o trabalho é uma lei da natureza. O senhor pode ler no Livro dos Espíritos de Allan Kardec todo um capítulo logo no final do livro onde nós temos várias páginas dedicadas ao estudo das leis morais. Ali o senhor encontra um capítulo inteirinho sobre a lei do trabalho, e então o senhor verá que a concepção espírita sobre o trabalho é muito diversa dessa concepção teológica. Nós sabemos que o dogma teológico decorre da figura bíblica de Adão e Eva expulsos do paraíso e condenados a viverem do suor de seu rosto. Mas essa figura é um símbolo, e o símbolo não implica absolutamente na colocação do trabalho como castigo. O símbolo é apenas uma forma alegórica de iniciar as pessoas que não estão ainda habilitadas, capazes de compreender problemas profundos, iniciar essas pessoas no conhecimento de verdades que lhes serão esclarecidas mais tarde. Então, nós não temos o direito de considerar o trabalho como um castigo dado para o homem, porque realmente tudo trabalha no universo, desde a menor célula, desde o átomo mais ínfimo, até a grandeza suprema de Deus. O trabalho é lei de evolução. É graças ao trabalho que evoluímos, é graças ao trabalho que há construção e há vida na Terra e nos planetas do infinito. É graças ao trabalho que os espíritos, por toda parte, laboram em favor dos homens, em favor das criaturas humanas e ajudam a todos os seres na sua evolução constante. Então não podemos considerar espiriticamente o trabalho como um castigo. Ele é, isto sim, uma benção. Vou lhe dar como presente deste programa e da editora LAKE o volume do Livro dos Espíritos de Allan Kardec que o senhor pode retirar a partir de segunda-feira próxima no horário comercial no escritório da Rádio Mulher, à Rua Barão de Itapetininga, 46 – 11º andar, conjunto 1.111.

 

Download Pergunta nº 4: Viagem dos espíritos

 

Locutor - Professor, o ouvinte Artur Casagrande, da Rua São Leonardo pergunta: pode um espírito desencarnado locomover-se de um país para outro, como também de uma cidade ou estado para visitar um parente ou um amigo? E se este deverá fazê-lo com permissão do seu mentor?

 

J. Herculano Pires - É natural que os espíritos têm essa liberdade. Livres do corpo material, eles podem percorrer o espaço, dependendo naturalmente isto do seu grau de evolução. Há espíritos que não conseguem fazê-lo, que ficam restritos a um determinado lugar ao qual se apegam. Mas os espíritos evoluídos, que já se libertaram das atrações terrenas e podem, portanto, volitar, como se costuma dizer, atravessar o espaço com a rapidez do pensamento, podem perfeitamente fazer todas estas viagens.

 

Download Pergunta nº 5: Inveja

 

Locutor - Existe influência da inveja no nosso ramo de trabalho ou estudo, isto é, se ela nos atrapalha neste sentido?

 

J. Herculano Pires - É preciso que... vamos nos despojando aos poucos de velhas superstições que só servem para nos atrapalhar. A verdade é que a inveja existe, como existe o ciúme, como existe o ódio. Tudo isso se inclui na pauta das vibrações, vibrações mentais e psíquicas que nós emitimos. Uma pessoa que emita, naturalmente, vibrações de inveja, de ciúme, de ódio contra nós, ela está vibrando mal contra nós. Essas vibrações, entretanto, só nos atingirão e só nos farão mal se nós nos colocarmos na mesma pauta em que elas nos são dirigidas; se nós tratarmos o nosso possível adversário com o mesmo ódio que ele nos devota, com a mesma aversão. Mas se nós, pelo contrário, não respondermos a essas vibrações, elas não nos afetarão. Não pensemos nisso, não nos preocupemos com essas coisas. Elevemos o nosso pensamento, pairemos mais alto no plano do espírito e nos livraremos de toda e qualquer vibração má que possa nos atingir. Oremos, isto sim, por aqueles que, segundo pensamos, podem nos odiar. Oremos por eles. Vibremos bem em favor deles, e eles receberão as nossas vibrações boas e se melhorarão. Ao invés deles nos prejudicarem, nós os auxiliaremos, auxiliando-nos também, naturalmente, porque tudo que fazemos de bom para os outros repercute em bem para nós. Para que o senhor aprenda bem este problema, vou lhe oferecer o presente do Livro dos Espíritos de Allan Kardec na edição da LAKE.

 

Download Pergunta nº 6: Mediunidade e obsessão

 

Locutor - Professor, o ouvinte João Vicente Barbosa pergunta: embora tendo pouco conhecimento da doutrina espírita, sei que tenho mediunidade. Tenho tido visões de espíritos e ouço vozes desde a idade de quinze anos. Vivo atormentado, atribulado, porque essas visões e vozes fazem ameaças contra mim. O senhor não pode imaginar o sofrimento desses longos anos. Há pouco tempo fui à Federação Espírita, tomei passes e adquiri o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, mas falta-me tempo para frequentar a Federação mais assiduamente. Gostaria que o senhor indicasse um centro aqui nas redondezas de Santo Amaro que faça seus trabalhos inclusive aos sábados, porque tenho certeza que conseguirei amenizar meu sofrimento.

 

J. Herculano Pires - O senhor tem mediunidade, mas o senhor tem também aquilo que chamamos uma obsessão, uma perturbação espiritual. São espíritos que procuram, naturalmente, servir-se da sua mediunidade para despertá-lo. O senhor precisa, realmente, frequentar um centro espírita bem organizado, frequentar sessões e dar curso ao seu trabalho mediúnico. O senhor tem uma missão a cumprir nesse campo, nesse terreno. Entretanto, o senhor já está armado porque o senhor já comprou O Evangelho Segundo o Espiritismo. Procure ler esse livro todos os dias. Leia de manhã ao se levantar, abra ao acaso, leia aquele trecho que caiu sob seus olhos e medite um pouco sobre o assunto, orando a Deus, pedindo a Ele a favor dos espíritos que o assediam. O senhor faça o seguinte também na hora de deitar: leia de novo um trecho deste livro. Abra sempre o livro ao acaso e ore, faça suas preces, mas procure frequentar um centro. Eu não posso lhe indicar no momento um centro na região em que o senhor reside, mas é evidente que o senhor conversando com pessoas aí do bairro descobrirá um centro que funcione mais ou menos perto da sua casa. Com boa vontade, o senhor resolverá este problema. Eu quero lhe oferecer também um livro que vai lhe interessar muito: chama-se O Principiante Espírita. É um livro de Allan Kardec da editora LAKE, Livraria Allan Kardec Editora. Apesar de chamar O Principiante Espírita, este livro ainda hoje é lido e estudado por gente que há muitos e muitos anos está no espiritismo. É, portanto, um livro bastante importante. Não lhe dou apenas um livro de iniciação, mas um livro de compreensão do espiritismo que lhe abrirá as possibilidades de um conhecimento mais profundo e real da doutrina.

 

Download Faça suas perguntas por carta ao programa No Limiar do Amanhã, Rádio Mulher, Rua Granja Julieta, 205, São Paulo. Durante a semana você pode fazer as perguntas pelos seguintes telefones: 269-4377 ou 269-6130 no horário comercial. E na primeira quarta-feira do mês venha ao nosso auditório, Rua Granja Julieta, 205, São Paulo, fazer suas perguntas ao microfone e ouvir as respostas na hora. Os programas de auditório começam às 20h30.

 

Perguntas e respostas. Continuamos a responder as perguntas de hoje.

 

J. Herculano Pires - Antes, porém, de entrarmos em novas perguntas, eu queria lembrar a vários ouvintes que têm ligado aqui para a rádio reclamando a demora nas nossas respostas. Na verdade, o acúmulo de perguntas é grande e o nosso trabalho depende do tempo de que dispomos. Não podemos naturalmente dar respostas a todas as perguntas com a rapidez com que pretendem. Entretanto, queremos lembrar que nós temos o programa de auditório toda primeira quarta-feira do mês, programa em que aqueles que querem respostas imediatas podem vir participar, nos dão muito prazer com isso, e terão então as respostas ao vivo. Fazem a pergunta ao microfone e terão a resposta na mesma hora, podendo, inclusive se discordarem da resposta, discutir conosco ali ao microfone. Mas isto nos programas de auditório. Nos demais programas nós temos de nos restringir, naturalmente, à sequência das perguntas de acordo com a ordem por que foram chegando ao nosso conhecimento, e essas perguntas vão sendo respondidas na medida do possível. É preciso que cada um tenha naturalmente a paciência necessária. Nós só estamos no ar uma vez por semana e dispomos de uma hora. O ouvinte Guilherme Pieralini, por exemplo, está reclamando resposta a uma sua carta. Maria Helena, a nossa incumbida de cuidar da correspondência, avisa-nos aqui que a resposta que o senhor Pieralini pretende não é apenas uma; são muitas, porque ele nos enviou uma longa carta cheia de perguntas e que por isso mesmo ela deverá entrar talvez no próximo programa ou no outro, porque está obedecendo a ordem necessária. Se todos os ouvintes quiserem respostas imediatas, nós não poderíamos fazer isso porque não dispomos nem de tempo nem de condições para atender a todos. Vamos ter paciência de lado a lado. Pacientemente nós responderemos a todas as perguntas como queremos, como desejamos. Pacientemente os ouvintes aguardem as nossas respostas, e quando tiverem pressa, venham ao nosso auditório na primeira quarta-feira do mês às 20h30 nós começamos a gravação de auditório. Poderão fazer diretamente às suas perguntas e terão a resposta imediata.

 

Pergunta nº 7: Voz direta

 

Locutor - Professor, a ouvinte Eliana Sapucaia, aluna do Instituto de Educação Caetano de Campos, responde: podendo os espíritos produzir ruídos e pancadas, também podem fazer ouvir gritos e sons vocais semelhantes à voz humana. Quer ao nosso lado, quer no ar, nesse caso os sons vocais emitidos por uma garganta ectoplásmica criada momentaneamente pelos espíritos, graças aos seus próprios fluidos unidos aos fluidos materiais cedidos pelo médium. Mas ensina Allan Kardec, em o Livro dos Médiuns, que a voz direta não é apenas um fenômeno exterior, um fenômeno objetivo. O fenômeno também pode ser interior, subjetivo. Nesse caso, a voz dos espíritos é ouvida apenas dentro da mente do médium, e embora as palavras sejam claras, a voz nada tem de material. A voz direta, portanto, pode ser objetiva ou subjetiva. Kardec denominou-a de pneumatofonia, termo criado por ele mesmo. A pneumatofonia subjetiva interior está incluída entre os fenômenos de efeitos inteligentes ou intelectuais. A pneumatofonia objetiva exterior está incluída entre os fenômenos de efeitos físicos.

 

J. Herculano Pires - Graças a Deus chegou uma resposta que realmente corresponde àquilo que perguntamos. Muitos ouvintes responderam a essa nossa pergunta sobre a voz direta. Muitos deles acertaram em cheio na descrição do fenômeno, mas todos os demais, todos eles, quero dizer, erraram no tocante à classificação dos fenômenos. Uns classificavam os fenômenos apenas como fenômenos de efeitos físicos; outros falavam em fenômenos espontâneos; outros em fenômenos pneumatofônicos e assim por diante. A classificação exata é essa que nos é dada pela menina Eliana Sapucaia aluna do Instituto de Educação Caetano de Campos. Ela nos dá com precisão: pneumatofonia interior está incluída entre os fenômenos de efeitos inteligentes ou intelectuais. Pneumatofonia objetiva exterior está incluída entre os fenômenos de efeitos físicos. Kardec preferiu, por exemplo, no Livro dos Médiuns, chamar de fenômenos intelectuais aqueles em que se manifestam processos subjetivos, ou seja, processos que não são objetivados e que a gente não pode ver porque ocorrem apenas no cérebro, na mente, no psiquismo do médium. Então, quando a voz direta é subjetiva, ela não pode ser incluída como fenômeno de efeito físico; ela é fenômeno intelectual, fenômeno que se passa nas faculdades intelectuais do homem. Quando o fenômeno é objetivo, exterior, quando ele se manifesta de maneira perfeitamente audível a todas as pessoas presentes, quando até mesmo o seu estridor se eleva e a voz pode ser ouvida fora do recinto, da sessão, então nós temos um fenômeno puramente objetivo que é ouvido por todos e não somente pelo médium. Neste caso, o fenômeno é de efeitos físicos. Muita gente reclamou durante o decorrer destes programas em que as respostas sobre voz direta não acertavam no alvo, muita gente reclamou que nós estávamos retardando a entrega da coleção da Revista Espírita. Nós não estávamos retardando. Nós até procuramos aqui constantemente auxiliar os ouvintes, indicando-lhes que não se tratava apenas de um fenômeno do aspecto, que havia duas classificações para este fenômeno no espiritismo. Entretanto, os ouvintes na sua maioria entenderam que haviam respondido certo e que mereciam a coleção da Revista Espírita. A menina Eliana ganhou a coleção. Hoje podemos, felizmente, entregar a coleção. E, coisa curiosa, hoje que veio essa resposta certa, também vieram outras certas. Algumas respostas que confirmam isso que foi dito pela menina Eliana Sapucaia. Vamos a essas outras respostas. A menina Eliana, porém, fique avisada: a coleção da Revista Espírita de Allan Kardec, 12 volumes encadernados em percalina verde com gravação a ouro. Está coleção está à sua disposição a partir de segunda-feira próxima no escritório central da Rádio Mulher, à Rua Barão de Itapetininga, 46, 11º andar, conjunto 1.111.

 

Passemos agora às demais perguntas. O ouvinte José Firrober, Rua Heráclito da Graça, responde sobre o fenômeno de voz direta e termina da seguinte maneira: sua classificação: de efeitos físicos quando audíveis por todos, pois neste caso, segundo informe dos espíritos, é usada uma espécie de aparelho acústico ectoplásmico; de efeitos psíquicos quando ressoa apenas na mente do médium sendo, portanto, subjetivo. A resposta está certa, embora não tenha acertado a classificação exata. Não são efeitos psíquicos, mas sim efeitos intelectuais, como respondeu a menina Eliana. A ouvinte Eliana Aversa, da Rua Taro, também nos responde chegando à seguinte conclusão: voz do espírito sem o concurso de voz humana está classificado na escala espírita na relação dos fenômenos físicos e de efeitos inteligentes. De certa maneira essa resposta está certa também, embora não tenha ficado bem clara a divisão da classificação. Também o senhor Adão Trindade, da Rua Bertioga, respondeu acertando. Depois de falar sobre o fenômeno de voz direta, termina afirmando assim: Objetiva, quando as palavras são exteriorizadas tão distintamente articuladas como se proviessem de uma pessoa ao nosso lado. Denominou-a Kardec de pneumatofonia. Podemos classificá-la como fenômenos de efeitos físicos e de natureza inteligente. Aqui o senhor Adão deixou uma resposta dúbia na classificação, porque quando falou em efeitos físicos e de natureza inteligente, ele não dividiu bem. Tinha de esclarecer que se tratavam de dois tipos de fenômenos na classificação. O senhor Ademar Bonsalver, da Rua Elba, responde-nos também e termina assim: Este fenômeno Kardec denominou pneumatofonia. Quanto à sua classificação, é necessário considerar os dois aspectos pelos quais o fenômeno se apresenta. É de natureza inteligente quando subjetivo, voz interior que repercute em nosso foro íntimo. É de efeito físico quando objetivo; a voz é exterior e nitidamente articulada. Também o senhor João Donatelli respondeu a pergunta dizendo o seguinte: Classifica-se uma manifestação física espontânea, muito raramente pode ser provocada. Têm duas maneiras distintas de se produzir. Às vezes é uma voz íntima que ressoa em nosso íntimo. Mas ainda que as palavras sejam claras e distintas, nada têm de material. Outras vezes os sons exteriores são nitidamente articulados como se viessem de alguma pessoa ao nosso lado. A classificação é uma manifestação física espontânea, e não chega a falar em manifestação inteligente; ele se perturbou no final. E temos também uma resposta da senhora Zoraide Larganoti Oliveira, da Rua Montserrat. Ela termina assim: está classificado entre os fenômenos de (a) efeitos físicos do ponto de vista da voz direta produzida pelo espírito vibrando a sua voz no ar; (b) manifestações inteligentes, aspectos subjetivos, isto é, ouvida apenas pelo médium. A ouvinte Brasilina Ortiz, de Santo Amaro, responde: Classificação deste fenômeno divide-se em duas grandes categorias, a saber: efeitos físicos e efeitos inteligentes. Isto é, de efeitos físicos aos quais se alia, às vezes, uma inteligência. Ela classificou bem, dividiu a classificação e terminou confundindo as duas, porque disse que efeitos físicos aos quais se alia e, às vezes, um de inteligência, quer dizer, misturou os dois fenômenos num só, quando na verdade são fenômenos distintos. Um fenômeno intelectual, o outro fenômeno de efeitos físicos. Dona Vera Virgínia Místico, da Rua Bartolomeu Feio, responde: Kardec classificou assim: (a) manifestações físicas que se referem à voz exterior; (b) manifestações inteligentes que se referem à voz íntima. Essa resposta estaria certa e está certa, mas infelizmente não obteve o prêmio inicial, porque chegou posteriormente. Não obstante, a todos estes ouvintes que acertaram na classificação, nós damos o primeiro volume da coleção da Revista Espírita, este volume também é encadernado em percalina verde com gravação a ouro. Todos estes nomes, todas essas pessoas aqui mencionadas, aqui nominadas podem, portanto, procurar o seu volume no mesmo endereço já citado – Rua Barão de Itapetininga, 46, 11º andar, conjunto 1.111 – a partir de segunda-feira no horário comercial. Encerramos, assim, o nosso trabalho sobre o problema da voz direta. Quero lembrar que muitos ouvintes reclamaram aqui através do telefone, através de cartas, dizendo que o nosso programa agora só tratava de voz direta. Realmente é preciso entender que o nosso programa tem por finalidade debater os problemas e esclarecê-los. Uma vez que os ouvintes não acertavam nas respostas, nós não poderíamos encerrar o nosso trabalho neste sentido. Tivemos de esperar que surgissem respostas certas e temos de dizer a verdade: foi necessário que aqui, no último programa, déssemos várias deixas para que os ouvintes acertassem com essas respostas.

 

Download

 

Locutor - Professor, temos aqui dois convites. O grupo Bola de Neve convida para uma festa junina a ser realizada no dia 24 de junho, com início às dez horas da manhã, na Associação Recreativa e Cultural da Antártica, à Rua da Mooca, 1306, havendo diversões variadas desde a criançada miúda até o vovô. Haverá um almoço à brasileira cujos convites poderão ser procurados no Instituto Fraternal de Laborterapia, à Rua Francisca Miquelina, 94, centro. Outras informações pelo telefone 336895.

 

J. Herculano Pires - Estamos todos convidados e os ouvintes também ouviram o convite. E se Deus quiser, participaremos da festa. Locutor - Temos outro convite do Lar Espírita Vinha de Luz que fará realizar um almoço e bazar beneficente em suas dependências no dia 17 de junho de 1973 constando de inauguração do bazar, palestra doutrinária e almoço. Perguntas e respostas com o escritor e orador espírita Roque Jacinto, dentro do tema O Espírita no Dia a Dia. Para informações, falar com Olga Salgado, Rua Michigan, 382. Telefone 267-5967. Brooklin, São Paulo.

 

J. Herculano Pires - Está também feito o convite, e está anunciada a solenidade que irá se realizar. E agradecemos às informações que nos foram transmitidas pelos promotores da festa.

 

Pergunta nº 8: Juventude

 

Locutor - Professor, a ouvinte Nádia Balan nos faz a seguinte pergunta: tenho um casal de filhos moços, situação financeira ótima. Eles têm tudo o que quiserem em matéria de conforto e outras necessidades que muitas pessoas gostariam de alcançar, mas minha filha é revoltada e não tenho possibilidades nem de dialogar com ela. Qual o motivo desta revolta? Sempre faço o possível para compreender meus filhos. Será que é carinho em demasia ou falta de uma ocupação como, por exemplo, trabalho? Qual livro que o senhor me aconselha? J. Herculano Pires - É claro que estes problemas de relacionamento em família, estes problemas estão muito em voga no momento. Por toda parte surgem dificuldades a respeito dos filhos e a respeito mesmo de outros familiares. Nós sabemos que estamos numa fase de transição da vida terrena, nós estamos passando para um mundo melhor, mas essa passagem não se faz facilmente. Nós temos de saldar os nossos débitos com muitas criaturas. Elas podem aparecer dentro da nossa família, temos relações de afinidades com elas. Não são nossos inimigos, mas são criaturas a quem nós devemos. Elas também, por sua vez, têm também as suas dívidas para conosco. É preciso fazermos aquilo que Jesus nos ensinou no evangelho: acertarmos o passo com nosso companheiro enquanto estamos a caminho com ele. É preciso procurarmos compreender aquelas criaturas que se mostram difíceis e que, por nossa vez, procuremos sempre o apelo ao alto, o refúgio, por assim dizer, da oração, da prece que nos trará o auxílio dos bons espíritos para que tudo se encaminhe e se harmonize em casa. Eu perguntaria à nossa ouvinte: você realiza em sua casa o Evangelho no lar? É uma prática espírita muito salutar, muito boa, que corta muitas arestas na rotina na vida de família. Pelo menos uma vez por semana, uma noite, reunimos a família em torno da mesa, lemos O Evangelho Segundo o Espiritismo, fazemos uma prece. É o suficiente, muitas vezes, para trazer um novo clima, formar um novo ambiente e encontrarmos uma nova solução para os nossos problemas. Eu vou dar a essa ouvinte, através da livraria GEEM, do Grupo Espírita Emanuel, um livro em que ela encontrará algumas mensagens sobre este assunto. É o livro Chico Xavier Pede Licença.

 

Download Atenção, amigo ouvinte. No Limiar do Amanhã é um programa destinado ao debate dos problemas fundamentais da vida humana. De onde viemos e para onde vamos? Estamos destinados à destruição ou continuaremos a viver depois da morte? Poderemos rever os nossos entes queridos que já partiram para o outro mundo? Existe mesmo esse outro mundo? O que diz a ciência a respeito? Devemos pensar apenas no presente ou devemos lembrar-nos que continuaremos a viver depois da morte? Entre nesse debate, amigo ouvinte, e você verá que estamos realmente No Limiar do Amanhã.

 

O evangelho do Cristo em espírito e verdade, não segundo a letra que mata, mas segundo o espírito que vivifica. Abrindo o evangelho ao acaso encontramos no evangelho de Lucas no capítulo 06, versículos 27 ao 31, a seguinte passagem: Digo, porém, a vós que me ouvis: Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos insultam. Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra, e ao que te tira a capa, não lhe negues também a túnica. Dá tudo o que te pede, e ao que tira o que é teu, não lho reclames. Assim como quereis que vos façam os homens, assim fazei vós também a eles.

 

Este trecho do evangelho de Lucas cai bem a propósito no nosso programa de hoje. Nós vimos que tivemos aqui vários problemas relacionados com as questões de ligações entre pessoas que nem sempre se estimam devidamente, e também de problemas de relações difíceis no próprio lar, na própria família. Tudo isso nos lembra a necessidade de profunda compreensão humana dentro do espiritismo. Nos lembra que, se somos cristãos, se realmente queremos seguir o Cristo, se de fato adotamos o evangelho como código moral de nossa existência, de nossa vida terrena, é necessário lembrarmo-nos de que o nosso outro, aquele que é, por assim dizer, o oposto a nós na ordem social em que vivemos, este outro não é nosso adversário, mas sim o nosso irmão. Está ligado a nós pelos laços profundos da criação espiritual, pois somos todos filhos de um único pai que é Deus. E justamente por isso, as nossas relações com as demais pessoas, sejam elas membros da família, sejam elas amigos, sejam elas criaturas que mal conhecemos na rua e que, às vezes, provocam a nossa ira, perturbam a nossa paciência, nos irritam, as nossas relações com todas essas pessoas devem basear-se sempre na lei do amor. Não é necessário que amemos apenas aos nossos, e nem é esta regra estabelecida pelo evangelho. É necessário, isto sim, que amemos a todas as criaturas, porque todos os nossos irmãos em humanidade sofrem, lutam para evoluir, passam pelas mesmas vicissitudes por que passamos, têm as mesmas necessidades nossas. Quando olhamos para uma criatura devemos lembrar de que se ela fosse nosso parente próximo, nós a encararíamos de maneira diferente, não considerando-as estranhas, não considerando-as como outras, como criaturas que surgem de improviso à nossa frente sem nenhuma ligação conosco, mas olharíamos para elas como criaturas do nosso sangue, ligadas a nós pelos laços de família e aproximadas ao nosso coração. Se pensássemos assim, as nossas relações humanas na Terra nos levariam sempre à paz, à compreensão, ao amor. Por isso Jesus ensina de maneira tão eloquente, nestes versículos do evangelho de Lucas, a necessidade de cedermos ao nosso adversário, de não repelirmos as suas pretensões com a arrogância daqueles que negam tudo aos que lhe pedem apenas um pouco. Mas na sua expressão sempre alegórica, sempre colorida com as cores do pensamento oriental, Jesus nos ensina então a necessidade de amarmos o nosso semelhante nas horas mesmas em que ele parece nos agredir. Nessas horas é que o nosso coração deve lembrar-se de que ele precisa do nosso amor. E quando ele exige de nós alguma coisa que nós podemos fazer em seu favor, é justo que o façamos, é necessário que o façamos, porque nós sabemos que todos necessitamos uns dos outros. A regra do amor, a lei do amor, é que transparece deste ensino de Jesus de maneira bem clara. Não amemos apenas os nossos amigos, pois isso é fácil de fazer. Não amemos apenas os nossos irmãos, os nossos filhos, os nossos pais, pois isso é obrigação. Amemos, sim, aqueles outros que não conhecemos, e amemos até mesmo o nosso inimigo, o nosso adversário, considerando que se ele se volta contra nós, é porque talvez tenhamos dado a ele algum motivo para isso, embora muitas vezes o motivo não se torne claro à nossa visão. E levando principalmente em consideração que aquele que nos odeia é o que mais precisa de amor, porque se o seu coração está cheio de ódio, é justo que nós não lhe devolvamos mais ódio para dentro deste coração, mas que, pelo contrário, procuremos derramar dentro nesse vaso de um líquido perigoso, procuremos derramar um pouco do nosso amor para que o amor substitua nesse coração o ódio que o castiga e o tortura. Se compreendêssemos isso, então faríamos da Terra um verdadeiro paraíso.

 

Fazemos agora a nossa pergunta a você, amigo ouvinte. Ouça com atenção e nos envie a sua resposta sem demora. Se você acertar ou se pelo menos se aproximar da verdade, ganhará um livro que lhe abrirá as portas do amanhã. Ouça com atenção. A pergunta é essa:

 

O que é agênere?

 

Vamos repetir a pergunta, atenção!

 

O que é agênere?

 

Mande-nos sua resposta o quanto antes para poder entrar no próximo programa. No Limiar do Amanhã, tragada foi a morte na vitória.

 


Style Selector

Layout Style

Predefined Colors

Background Image