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NOSSA INFLUÊNCIA SOBRE OS MORTOS

Francisco Cândido Xavier

Em nossa reunião pública fomos convidados a estudar a influência das nossas atitudes e reações, na vida terrena, sobre os irmãos desencarnados, impropriamente considerados como mortos. O convite nos foi feito pelo Evangelho segundo o espiritismo, que, aberto ao acaso, ofereceu-nos a exame o item 19 do seu capítulo XXVIII. As opiniões manifestadas por vários participantes foram esclarecedoras, provando que o assunto, embora estranho para muita gente, vem sendo encarado em nosso meio com a devida seriedade.

Emmanuel nos deu, no final dos trabalhos, a página psicografada que lhe envio. Vários companheiros e eu mesmo estimaríamos vê-la publicada, com suas anotações, no Diário de S. Paulo, para extensão e complementação dos nossos estudos e reflexões.

Recebi o seu livro Agonia das religiões, admirável documento da importância da codificação para o mundo. Agradeço a gentileza e sua generosa dedicatória, que me trouxe grande reconforto e muita alegria.

COM FIRMEZA
Emmanuel

Se já conseguiste obter alguma centelha de fé na imortalidade, mantém-te firme na lavoura do bem, na qual essa luz te colocou. E caminha para diante, no encalço das realizações a que te diriges.

De quando a quando, indubitavelmente, não observarás apenas os aguaceiros da dificuldade e a ventania das incompreensões contra ela; terás, sobretudo, o coração defrontado pelos companheiros que se marginalizaram na sombra – a te pedirem luz sem respeitá-la.

Esse te acusará de egoísmo e de orgulho porque estejas carregando pequenina lanterna acesa, ignorando quanto isso te custa em esforço e disciplina; outro tentará arrebatar-te a chama diminuta, a fim de senhoreá-la com violência; outro ainda te armará ciladas para que a permutes por desânimo e frustração. Surpreenderás, ainda, aqueles outros que saem do nevoeiro, no intuito de te usarem o pingo de luz na descoberta de vantagens terrestres ou no destaque de frioleiras humanas, dentre as quais, em passadas circunstâncias, já resvalaram nas trevas.

A todos esses, resiste com energia e compreensão, serenidade e fé em Deus. E assim deve ser, porquanto essa lamparina que te foi concedida pela divina misericórdia é um empréstimo respeitável para que te conduzas com menos insegurança nas trilhas redentoras em que te vês, e nas quais te encontras para que ofereças, de algum modo, alguma utilidade aos irmãos de experiência que seguem contigo com sinceridade e amor ao próximo. E ao lado deles, os cultivadores do bem, junto dos quais a vida te chamou para trabalhar e servir, aprender e melhorar-te, guarda a convicção de que, na medida em que te sustentes com firmeza na tarefa a cumprir, a luz de Deus também te sustentará.

(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 02/04/1976, em Uberaba, MG)

SOCIOLOGIA DO INTERMÚNDIO
Irmão Saulo

Quando fixamos a nossa mente apenas neste mundo e a ele nos entregamos de corpo e alma, a realidade extrafísica permanece fora do nosso campo de percepção mental.

As leis de ótica se aplicam de maneira precisa a este campo. Se olharmos sempre para a esquerda, não veremos o que se passa na direita. Quem só olha para a Terra não vê o céu. Por isso, os homens empenhados nos estudos da psicologia humana, atribuem todos os fenômenos psíquicos e mediúnicos exclusivamente às reações orgânicas. Só veem causa e efeito nas relações do homem com o meio, caindo na confusão inevitável de psicologia com ecologia, como assinalou o prof. Rhine.

A prova desse engano está no fato histórico das experiências psíquicas, metapsíquicas e parapsicológicas, que levaram cientistas dos mais ortodoxos, como Crookes e Richet, no passado, Soal e Carington, no presente, a corrigir a sua visão caolha e admitir a realidade de outra dimensão da vida, para escândalo dos colegas jejunos do assunto. Todos os cientistas legítimos que se atreveram a ampliar o seu campo visual tiveram a honestidade e a coragem de contestar o desvio ótico dos outros.

Graças a isso, os pesquisadores atuais dos fenômenos parapsicológicos puderam chegar, sem muitas contestações, àquela conclusão de Richet: “A morte é porta para a vida.” Essa descoberta amplia o campo das relações humanas na perspectiva do paranormal, sancionando cientificamente uma realidade conhecida há milênios, ou seja, a das relações entre os vivos do plano físico e os vivos do plano extrafísico.

A afirmação de Augusto Comte, de que os vivos são cada vez mais dominados pelos mortos, é arrancada pelas pesquisas atuais do seu sentido puramente memorial e integrada na realidade do nosso dia a dia. Assim como os mortos influem sobre nós, também nos influímos sobre eles.

Nossas atitudes e reações, nosso comportamento, muito mais do que as nossas preces e lembranças, influem sobre as criaturas amadas que continuam ligadas a nós, pois são o que eram, continuam vivas sem solução de continuidade. Esse o novo e importante dado que o espiritismo oferece à moral-sociológica, transformando-a em moral-espiritual.

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