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ATUALIDADE E NÓS
Emmanuel • psicografia de Francisco Cândido Xavier
Contemplarás o mundo sob o impacto do progresso, observando que no bojo da tempestade surge a presença do trabalho renovador.
Enquanto a ventania da transformação sopra, furiosamente, sobre a nave terrestre, alterando-lhe os rumos, guardará lealdade à fé no Supremo Poder que lhe assinalam os destinos.
Muitos viajores – nossos irmãos – amendrotados diante da tormenta, perguntam por Deus, ao passo que outros se rendem à descrença, tentando aniquilar o tempo na embriaguez dos sentidos, como se o tempo pudesse acabar. Outros se recolhem à tristeza e ao desânimo, desistindo da luta construtiva a que foram chamados. E outros ainda derivam para a fuga, acelerando os próprios passos na direção da morte, qual se a morte não fosse a própria vida em si.
A nenhum deles reprovarás.
Cada um de nós vive nas dimensões do entendimento em que se nos caracteriza o modo de ser. E, na altura da visão espiritual a que a luz da verdade já te guindou, podes ser a compreensão de todos e o apoio fraternal para cada um.
Reconhecerás que a universidade habilita o raciocínio para as glórias do cérebro, mas tão-somente a escola da vida prepara o sentimento para as conquistas do coração.
Por isso mesmo, honorificarás a ciência sem menosprezo à consciência; estimarás a liberdade sem descurar da disciplina; entesourará conhecimento cultivando bondade; e situar-te-ás nas frentes da cultura, socorrendo, porém, quanto possível, as retaguardas do sofrimento.
Serás, enfim, o companheiro fiel do Cristo, a quem aceitamos por Mestre. E, na certeza de que Ele, o Senhor, está conosco hoje, tanto quanto esteve ontem e tanto quanto está agora e estará para sempre, marcharemos juntos, a ouvir-lhe, em qualquer circunstância, o apelo inesquecível: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”
CHICO XAVIER NA PUC
Irmão Saulo
A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo conta com numerosos alunos espíritas, protestantes e de outros campos religiosos. Há muito que ela se enquadra na atualidade ecumênica. Mas, no processo em andamento de reforma universitária, os seus esforços vão se dirigindo, ultimamente, para uma abertura mais ampla. Prova disso é o curso sobre “Grupos religiosos e sua posição em face do homem brasileiro”, que a cadeira de Problemas Filosóficos e Teológicos do Homem Contemporâneo está realizando. Dirige a cátedra o padre Mauro Batista, que conta com a colaboração do padre Marcos Masetto e outros colegas, todos professores universitários.
O referido curso é dado ao Ciclo Básico da PUC-SP. Esse ciclo se constitui dos alunos do primeiro ano de todas as seções, em números de três mil. Para falar sobre cada grupo religioso é escolhida, por indicação dos próprios grupos, uma pessoa bem integrada neles, tanto pelo conhecimento como pela vivência. Por indicação da Federação Espírita do Estado de São Paulo, o prof. Herculano Pires incumbiu-se das seis aulas sobre espiritismo, que foram dadas nos dias 17 e 18 de novembro de 1971 nos períodos da manhã, da tarde e da noite. Cada aula destinava-se a quinhentos alunos e foi seguida de diálogo com o auditório. Duração média de duas horas, sempre acrescida de conversa pessoal do professor com os alunos, cujas perguntas não puderam ser respondidas dentro do horário.
Expondo inicialmente a doutrina espírita, o professor historiou o aparecimento e desenvolvimento do espiritismo no Brasil, focalizou o conceito espírita do homem, sua historicidade e transcendência, tratando ainda das repercussões da atividade espírita no plano social e cultural do país. Entre as numerosas perguntas que os alunos formularam por escrito, destacaram-se as referentes à mediunidade, à reencarnação e às relações de espiritismo e parapsicologia. No tocante à mediunidade, foi grande o interesse pelo caso Chico Xavier em seus vários aspectos.
A mensagem de Emmanuel, que Chico Xavier nos enviou, refere-se à função da universidade na formação intelectual e acentua a importância da vida no preparo do coração. O que a PUC-SP procura fazer, com essa nova iniciativa, é precisamente unir a universidade à escola da vida, juntar aos benefícios da escolaridade o calor da vivência. O interesse dos alunos por Chico Xavier permitiu às aulas espíritas do curso uma tonalidade mais fortemente existencial. Chico é o exemplo concreto do homem como interexistente, do homem que vive entre duas formas ou planos de existência.