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CASA EM REFORMA
Emmanuel • psicografia de Francisco Cândido Xavier
Calamidades, flagelos, conflitos, lutas, provas!...
Os quadros do mundo moderno, porém, não expressam retorno ao primitivismo ou exaltação da animalidade.
Achamo-nos em plena via de burilamento e progresso.
A Terra assemelha-se hoje a casa em reforma.
Tudo ou quase tudo aparentemente desajustado para a justa rearmonização.
Na altura atual dos conhecimentos humanos não será recomendável uma revisão de valores por parte do homem, considerando-se o homem na sua condição de espírito imperecível?
Conceitos enunciados pela civilização cristã, em quase vinte séculos, são agora testados, acordando as criaturas para a responsabilidade de viver nos padrões da imortalidade que nos é própria.
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Desnível espiritual na família, criando perturbações, compele aqueles que a integram para a conscientização da regra de ouro. Abre-se mais amplamente a escola da experiência, a fim de que aprendamos a respeitar os entes queridos, tanto quanto anelamos ser respeitado.
Desentendimentos aqui e além requisitam a presença de construtores da segurança geral.
Matriculemo-nos na concorrência ao título de pacificadores.
Incompreensões se alongam em todos os caminhos, com acusações recíprocas entre grupos e pessoas.
Salienta-se o ensejo de mecanizarmos o perdão, imunizando-nos contra revide ou ressentimento.
A felicidade e a paz nos processos de vivência comum reclamam a abnegação de quantos se declaram a favor do mundo melhor.
Surpreendemos nisso expressivo concurso de valores pessoais, lançado aos cultivadores do bem, na base da legenda evangélica: “Quem deseja ser o maior que se faça o servidor de todos.”
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Ergamo-nos para a vida sustentando a luz da esperança.
Evidentemente não temos a moradia planetária sob sentença de extermínio.
Continuamos todos resguardados pelo equilíbrio das leis universais.
O que existe presentemente na Terra é o chamamento cada vez mais vivo ao testemunho individual de compreensão e aperfeiçoamento, com multiplicadas oportunidades de trabalho em louvor de nossa própria renovação.
A FAMÍLIA ESTÁ CRESCENDO
Irmão Saulo
Ao enviar-nos a mensagem “Casa em reforma”, de Emmanuel, Chico Xavier nos conta o seguinte: “Foi recebida em nossa reunião pública. Em conjunto, estudávamos a questão 737 de O livro dos espíritos. O salão estava repleto de nossos irmãos procedentes de outras cidades. Antes da prece inicial o assunto dominante era a situação presente da Terra, com tantas crises e desarmonias a conturbá-la. Aberto o livro de Allan Kardec, os comentários estenderam-se e o nosso amigo da espiritualidade escreveu a página de fé e otimismo que lhe envio às mãos.”
A questão 737 de O livro dos espíritos, colocada por Kardec, é esta: “Com que objeto Deus castiga a humanidade com calamidades destruidoras?” E a resposta dos espíritos começa assim: “Para que ela avance mais rápido.” A seguir os espíritos explicam o problema da evolução humana. Somos criaturas espirituais em desenvolvimento. Nascemos do princípio inteligente, que é uma substância fundamental do Universo, e, à maneira da semente que germina na terra, germinamos e crescemos na carne. Esse processo de desenvolvimento – que é o processo de criação explicado na Bíblia: Deus fez o homem do limo da terra – submete-nos a dificuldades e dores individuais e coletivas.
O homem, como adverte o cientista espírita inglês Sir Oliver Lodge, não é um ser acabado, mas ainda em formação. A nossa humanidade terrena é uma parcela mínima da humanidade cósmica. A Terra assemelha-se agora a uma casa que era habitada por uma família de cinco pessoas: pai, mãe e três filhos. Mas acontece que os filhos casaram e tiveram filhos, e que estes também cresceram e se multiplicaram. Para acomodar a todos é necessário reformar a casa, ampliá-la, melhorá-la. A população atual da Terra ultrapassa em número a soma de todas as populações anteriores que conhecemos. A família cresceu e os problemas aumentaram.
Mas tudo isso acontece porque o nosso planeta está passando do plano inferior em que ainda se acha para um plano mais elevado. É a lei de evolução que se cumpre e não devemos dar ouvidos aos pregoeiros da destruição e da desgraça. É natural que nos inquietemos, mas não é justo que esqueçamos o poder Supremo que nos dirige. Confiemos em Deus e nos seus desígnios.