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RECEPÇÃO DA MENSAGEM
Francisco Cândido Xavier

“Envio-lhe mensagem de nosso caro Emmanuel recebida em reunião pública. Nossa casa estava com grande número de irmãs e irmãos que se referiam a lutas e problemas com os filhos casados.

Opiniões diversas se entrechocavam. Aberta a nossa reunião, as questões números 203, 204 e 205 de O livro dos espíritos foram oferecidas à assembleia para estudos.

Depois de comentários diversos da parte de muitos dos nossos irmãos que integravam a reunião, Emmanuel escreveu, por nosso intermédio, a página que os amigos presentes solicitaram fosse enriquecida com seus estudos e comentários destinados às nossas reflexões e aos nossos diálogos, em torno dos ensinamentos de Allan Kardec."

FILHOS CASADOS
Emmanuel

Tema que provavelmente se nos afigurará corriqueiro, mas sempre da mais alta importância nas questões de relacionamento – os filhos casados.

Muito comum na Terra, quando na mordomia do lar, esquecermo-nos de que os nossos filhos cresceram em tamanho físico e em responsabilidades espirituais. E quase sempre, conquanto involuntariamente, passamos a influenciá-los, de modo negativo, para lá da órbita do apreço que lhes devemos.

Reflitamos nisto, aprendendo a libertá-los de nossas exigências fantasiadas de amor.

Estejamos decididos a auxiliá-los, doando-lhes a oportunidade de serem eles mesmos nas escolhas que façam e nas experiências que busquem.

É preciso recordar que nem sempre conseguirão afinar-se com as nossas inclinações e propósitos.

Desejarão outras companhias e outros hábitos. Estimarão tentar outro tipo de existência, diverso daquele em que nos acostumamos a trabalhar e a viver.

De certo que nos amam, tanto quanto os amamos, entretanto, aspiram a seguir por vias diferentes das nossas.

Agradeçamos àqueles que se harmonizem conosco, reconfortando-nos com a ternura da presença constante, mas saibamos agradecer também o esforço daqueles outros que procuram ser bons e retos sem nós. Muitas vezes, quando alguns deles se nos afastam da convivência é porque permanecem atendendo a dificuldades e provas, nas quais a nossa intervenção resultaria simplesmente em ação indébita, complicando as questões em foco ao invés de resolvê-las.

Compadece-te de teus filhos casados, procurando respeitá-los na desvinculação de que necessitem para serem felizes.

Recordemos, nós todos, os espíritos encarnados ou desencarnados, que os nossos filhos no mundo, qual nos ocorre, são, acima de tudo, filhos de Deus e precisam, tanto quanto nós, de apoio na liberdade para conseguirem efetivamente viver.

PARENTESCOS E AFINIDADE
Irmão Saulo

A questão 203 de O livro dos espíritos coloca em termos espirituais o problema das linhagens familiares. Pensamos geralmente que a herança biológica é a determinante dos temperamentos e caracteres. O espiritismo nos mostra que a natureza humana é espiritual e não material. Assim, o que determina a condição do homem é a sua essência e não a sua forma, o seu espírito e não o seu instrumento de manifestação corpórea. As famílias são aglomerados de espíritos afins que estabelecem, nas encarnações sucessivas, a linha da hereditariedade biológica.

Cada espírito que se encarna traz em si mesmo a sua personalidade já formada em encarnações anteriores. As semelhanças de características psíquicas e morais entre pais, filhos e outros descendentes não provêm da carne, mas do espírito. Cada ser humano é o que ele é por si mesmo. Há, portanto, um paralelismo cartesiano entre hereditariedade e afinidade. Admitindo-se isso, que hoje é considerado com atenção em grandes centros de pesquisas científicas, é fácil compreendermos a necessidade de independência não apenas social, mas também afetiva, para os filhos que se emanciparam e especialmente para os que constituíram a sua própria família.

As afinidades espirituais não implicam dependência e sujeição, porque cada espírito é o responsável direto pela sua evolução. Os pais são responsáveis pelos filhos no tocante à orientação que lhes fornecem pelos exemplos e pela educação. Mas não podem querer sujeita-los às suas ideias e formas de vida.

Afinidade não quer dizer identidade. Gostamos de nos reunir com pessoas afins porque nos entendemos melhor com elas, mas nem por isso pensamos e vivemos exatamente da mesma maneira. Se assim fosse, a evolução teria de estagnar. Nossos filhos mais afins, mais ligados a nós podem tomar caminhos diferentes do nosso. E devemos respeitar-lhes o desejo de novas experiências, sem que isso importe em rompimento conosco. Cada espírito deve ter a jurisdição de si mesmo.

É por isso que Emmanuel nos lembra o amor sem apego, sem intenções de sujeição, para que não criemos problemas à liberdade de ação e de experiências dos filhos casados. Devemos ampará-los, auxiliá-los e não torturá-los com as nossas exigências egoístas.

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