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SEMENTEIRA DE AMOR NOS CAMPOS DO ÓDIO 
EM MEMÓRIA DE JESUS
Francisco Cândido Xavier

Associando-se, com certeza, às lembranças de Jesus, rearticuladas na semana, os nossos amigos espirituais cooperaram para que as reflexões do item 5 do capítulo VI de O evangelho segundo o espiritismo saíssem para estudo em nossa reunião. Um companheiro incumbiu-se da explanação do texto.

Ao término de nossas tarefas, o poeta Maciel Monteiro comunicou-se, dando-nos o soneto que intitulou Cristo Jesus. Enviamos a mensagem na ideia de que, tendo vindo dos nossos benfeitores da vida maior, em memória do Divino Mestre, seria bom estendê-la a outros companheiros da seara de nossa fé.

Agradecemos antecipadamente o que possa fazer, comentando-a nos seus apontamentos semanais, à luz da nossa renovadora doutrina.

CRISTO JESUS
Maciel Monteiro

Passam sóbas cruéis nos séculos sem data!...
A prole dos Ramsés ergue a fúria leonina,
Ciro esbanja poder, Alexandre fascina,
Mitrídates refreia o ímpeto sármata...

César comanda o mundo e Roma desatina...
Vem Átila depois na ambição insensata,
Alarico é o terror que a maldição retrata!...
Todos passam descendo a cinza, treva e ruína...

Mas Cristo em paz e amor faz-se o guia dos povos,
Irmana as multidões e lega aos tempos novos
Artífices e heróis preparando o futuro.

E a elevar-se e a crescer no tempo sem memória,
Cristo é o Conquistador da Verdade e da História,
Trazendo à Humanidade o reino do amor Puro!...

(Soneto recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, na noite de 06/04/1974, em Uberaba, MG)

RESSURREIÇÃO NA HISTÓRIA
Irmão Saulo

A ressurreição pessoal de Jesus desdobra-se em vários aspectos históricos. No tocante ao seu caráter pessoal, ela não tem o sentido de privilégio divino que geralmente lhe dão. Foi essa interpretação errônea que a colocou no plano da lenda, incluindo-a no quadro mitológico das ressurreições de antigos deuses, de que é exemplo a de Osíris, tantas vezes citada contra a tese cristã. O apóstolo Paulo incumbiu-se de esclarecer, na sua I Epístola aos Coríntios, que a ressurreição de Jesus assemelha-se à de todos nós. Corresponde, pois, a uma lei natural, que o apóstolo define assim: “enterra-se o corpo animal, nasce o corpo espiritual”. A posição de Paulo no assunto é de meridiana clareza.

Sendo um fato natural, ocorrido com uma pessoa histórica, é evidente que essa ressurreição não é lendária, mas histórica. As pesquisas espíritas e metapsíquicas comprovam de maneira abundante em nossa era científica a realidade da ressurreição. Atualmente as pesquisas parapsicológicas referendam essa prova e as pesquisas da física, no campo da antimatéria, acabam de comprová-la com a surpreendente descoberta do corpo bioplasmático do homem, que sobrevive à morte do corpo material. (Veja-se Psychic Siscoveries Behind the Iron Curtin, de Sheila Ostrander e Lynn Schroeder, Bantam Books, N.Y., 1971)

Mas o fato histórico pessoal se prolonga em dimensões culturais, com o advento da civilização cristã, e se repete na história com a ressurreição do próprio cristianismo, após as deformações teológicas, no advento do espiritismo. O poeta Maciel Monteiro nos mostra, em seu alexandrino, uma nova dimensão do fato: a ressurreição histórica da ideia do Reino de Deus, que se caracteriza na preparação dos tempos novos, através dos artífices e heróis do movimento cristão renovador.

O soneto é um silogismo poético, é uma forma de síntese. O leitor atento pode acompanhar o raciocínio do poeta analisando seus versos. Quem ficar apenas no impacto emocional das figuras poéticas, embalado na música das palavras e no compasso das rimas, não mergulhará na sua mensagem, na sua substância. Estas anotações não são marginais à estrutura do soneto, é uma tentativa de interpretação de seu soneto.

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