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A princípio, era uma reunião familiar de estudos e mediunidade, que ocorria semanalmente na casa de Virgínia e Herculano Pires. Com o tempo, chegaram os amigos e se juntaram ao grupo.

Quando a família se mudou para a residência da Rua Doutor Bacelar, o imóvel contava com uma garagem que não era utilizada. Conforme o trabalho de Herculano se tornava mais conhecido, aumentava o número de pessoas que vinham procurá-lo, em busca de orientação espírita. Para melhor atender a essa demanda e, ao mesmo tempo, constituir um novo espaço de divulgação espírita, em 1972, o casal deu início às Palestras na Garagem, que eram semanais e dirigidas por Herculano.

Muitas delas foram carinhosamente registradas em fitas cassete pela tia Lourdes (Lourdes Anhaia Ferraz) e pelo Sr. Miguel Grisolia. Agora você pode ler as transcrições dessas gravações, fruto de um trabalho detalhado e paciente de Antonio Leite, da equipe de colaboradores da Fundação. 

SOBRE A QUALIDADE DOS ÁUDIOS: As gravações originais apresentam níveis de qualidade variáveis. Alguns trechos estão quase completamente corrompidos. A linguagem coloquial está mantida nas transcrições. A numeração não segue a ordem cronológica, mas a criação de um índice das mesmas.

 

 

 

 

Palestra 6: A Mediunidade e o Desenvolvimento Mediúnico

 

 

[Procurei] explicar no sábado passado quais são as bases de um grupo espírita. A primeira base evidentemente é a base doutrinária. É, portanto, a Doutrina Espírita. As pessoas se reúnem, não para formar um grupo apenas para estudar o espiritismo, mas para praticá-lo. E já devem ter algum conhecimento da Doutrina. Depois, naturalmente, no desenvolvimento do grupo, esse conhecimento vai se acentuando. Falamos primeiramente da criação.

Mostramos que a criação no espiritismo é evolutiva. Aceitamos o dogma da criação, que está na Bíblia, mas com o esclarecimento espírita sobre a maneira por que Deus cria. E Deus não cria da maneira que alegoricamente é citada na Bíblia. Mas a criação é feita através de um processo que, evidentemente, não é humano, é um processo divino. Esse processo é considerado, no espiritismo, como aquele inicialmente da criação de duas substâncias fundamentais no Universo . Mas precisamos nos lembrar do seguinte: há problemas que nós ainda não podemos atingir.

[inaudível]

É muito interessante considerarmos também o papel do grupo espírita como uma espécie de estufa mediúnica. Por que “estufa mediúnica”? Porque que a mediunidade tende a amadurecer. Ora, sabemos o quanto as estufas liberam o processo de amadurecimento. Podemos comparar o grupo mediúnico como uma espécie de estufa. Aliás, Kardec acentuou isto muito bem em O livro dos médiuns. Eu aconselharia todos os senhores a lerem dois capítulos importantes estritamente ligados a este assunto. O capítulo intitulado "Os Médiuns". No capítulo intitulado "Perigos da Mediunidade" , a gente tem os inconvenientes e perigos da mediunidade. Nesses dois capítulos, Kardec desenvolve bem isso. Ele se interessa mais nesses capítulos pela mediunidade psicográfica, porque foi através da psicografia que ele recebera as revelações doutrinárias. Foi através da psicografia que ele identificou os espíritos. E todo o trabalho dele se desenvolveu através da psicografia, daí a dar um grande valor à mediunidade psicográfica.

Naquele tempo, principalmente na França, a mediunidade psicográfica era mais comum do que a mediunidade psicofônica. Ao contrário do que se passa entre nós, não sei se isto não decorreria apenas do contexto cultural. Nós, um país em que, até agora, ainda temos quase 50% de analfabetos... então é natural que a mediunidade falante seja mais acessível aos próprios espíritos do que a mediunidade psicográfica. Talvez seja por isso que, aqui no Brasil, a mediunidade psicográfica pareça uma exceção, enquanto na França era o comum, a mais usada.

Entretanto, o que Kardec diz com referência à mediunidade psicográfica se aplica perfeitamente à mediunidade psicofônica, porque o problema é o mesmo: é a transmissão de mensagem, a comunicação, a maneira como o espírito se liga ao médium ou como ele transmite as suas mensagens. É o problema das relações entre o espírito e o médium, ou entre o espírito e o perispírito do médium. É um problema bastante complexo que Kardec procura esmiuçar e identificar as atitudes que o médium deve tomar para se livrar de perturbação. O grupo de espíritas funciona como uma espécie de estufa mediúnica. Eis que, muitas vezes, o médium está num processo natural de desenvolvimento. Mas esse processo encontra embaraços, encontra dificuldades -- a vida social do médium, as suas preocupações, as suas falhas no terreno espiritual, as suas preocupações ligadas à vida material imediata, terrena, do dia-a-dia; outras preocupações que ele pode ter. A mediunidade, então, fica mais ou menos, no que costuma-se dizer, “encruada”. A pessoa sente de vez em quando a aproximação dos espíritos, parece que vai receber e não recebe. E às vezes, recebe sem perceber. Entra num estado, de tal maneira, que a gente percebe que está sendo influenciada, mas ela mesmo não recebe, acha que aquilo é dela mesma, e não resolve isso com tranquilidade. Mas quando ela se senta à mesa com um grupo de médiuns, principalmente um grupo de médiuns já desenvolvidos, ou com alguns médiuns desenvolvidos, ou pelo menos um que seja desenvolvido, o ambiente se torna mais favorável. Por quê? Não só pelo estímulo social que decorre da função do grupo, mas também pelo estímulo vibratório. E poderíamos mesmo chegar mais longe, quando estudamos, como foi no sábado passado, o problema das correntes ectoplásmicas que giram em torno da mesa. Podemos compreender que, também pelo estímulo fluídico, no sentido da emanação ectoplásmica, os médiuns já desenvolvidos, e também todos presentes, contribuem com a sua matéria ectoplásmica para a formação de um ambiente mediúnico em torno da mesa. Aquele médium, então, que está em fase de desenvolvimento, com muitas dificuldades, naquele ambiente, se sente livre de muitas preocupações, de muitos outros problemas, e é arrastado, por assim dizer, pela corrente fluídica, para o campo da mediunidade. Forma-se, por assim dizer, um campo magnético, dentro do qual o médium sente todos os estímulos para o desenvolvimento da sua mediunidade. E assim nós vemos, às vezes de maneira que parece espantosa, surgirem várias mediunidades num pequeno grupo onde não havia médiuns, ou praticamente nenhum.

O nosso grupo, aliás, é um exemplo disso. Tivemos, aqui, de repente, uma verdadeira floração de médiuns. Os médiuns começaram a se desenvolver, uns atrás dos outros. Por quê? Porque os próprios trabalhos mediúnicos induziram esse desenvolvimento. Quando se trabalha na mediunidade, as pessoas que têm mediunidade para desenvolver se desenvolvem. Daí Emmanuel afirmar, numa das suas mensagens, que o problema do desenvolvimento mediúnico é simplesmente um problema de educação. O médium que está em desenvolvimento natural, e o desenvolvimento é sempre natural, sente falta de elementos educacionais no campo da mediunidade. Elementos que contribuam para que ele tome consciência da sua mediunidade e para que ele tome consciência da importância dessa mediunidade. Entretanto, num grupo, isso tudo se torna mais claro, mais preciso, ele sente o estímulo do ambiente, e sente o estímulo das reuniões. Sente aquele estímulo, principalmente, do ambiente mediúnico que se estabelece nas reuniões, e com isso ele é empurrado, é levando mais facilmente para o desenvolvimento mediúnico. Daí essas ocorrências, como aconteceu aqui, de vários médiuns se desenvolverem inesperadamente, um atrás do outro de maneira quase, como diríamos, de improvisação. Não houve improvisação, não há nunca improvisação nesse campo dos fenômenos naturais, que surgem, ainda por processos que nós podemos não ver, mas que vêm se realizando há tempos e, depois, eclodem num resultado inesperado.

O desenvolvimento mediúnico às vezes se dá de maneira quase já decisiva. O médium começa a receber espíritos com facilidade e se desenvolve rapidamente. Esta rapidez do desenvolvimento está ligada a um processo anterior, ao trabalho que o guia mediúnico já vinha fazendo com o médium, ao trabalho que, teoricamente recebendo as lições de Espiritismo, ouvindo falar nos problemas mediúnicos, assistindo as sessões, o médium vai percebendo -- são instruções indiretas que ele vai recebendo. Nós poderíamos comparar com isto o desenvolvimento educacional das crianças pelo processo de imitação. Nós sabemos que a imitação é um instinto natural da criança. Ela imita o adulto, e imitando o adulto ela se educa. Por exemplo, um grande educador, que foi aquele enorme, imenso poeta indiano Rabindranath Tagore , diz num dos seus livros mais interessantes sobre esse problema, que a criança é como a árvore, ela cresce no ambiente tirando os seus elementos vitais do solo e da atmosfera que a cerca, e não só pelas raízes ela suga o humus da terra, como também pelas folhas, ela toma os elementos circundantes da atmosfera para poder crescer e se desenvolver. A criança cresce dessa mesma maneira. O instinto de imitação faz o papel da clorofila nas folhas da árvore assimilando as energias solares e as transformando em elementos vitais. E, justamente por isso, Tagore chega até à conclusão e, depois, a doutora Montessori , que iria transformar em metodologia do ensino, há a necessidade de ambientes educativos. Não apenas de métodos, mas, principalmente de ambientes para que as crianças realmente sejam educadas. Assim acontece também na mediunidade. Quando nós temos ambientes mediúnicos favoráveis, o médium se desenvolve com mais facilidade, porque ele absorve nesse ambiente as energias, os elementos vitais necessários para esclarecimento e a frutificação da sua mediunidade.

Às vezes, entretanto, os médiuns não começam a dar as comunicações com muita facilidade. Eles têm dificuldades, são mediunidades que parecem bastante complicadas, os seus processos de comunicação são difíceis. Todas as vezes, eles recebem comunicações intermitentes, inseguras, imprecisas, em que, em geral a gente percebe a infiltração dos elementos anímicos. Ou seja, os conteúdos mentais do próprio médium na comunicação. Às vezes, essa invasão dos elementos anímicos é tão grande, que a gente chega até a duvidar da mediunidade dessa pessoa. Mas tendo-se experiência no assunto, percebe-se que aquela mediunidade está numa fase difícil de desenvolvimento. E, amparando-se aquela mediunidade, ela vai se esclarecendo. O próprio guia do médium se interessa profundamente por ajudá-lo. E nesta ajuda, se o médium também contribuir, se se puser numa disposição para o ato, a mediunidade desabrochará com muita facilidade.

Existem os espíritos guias do médium e existem os auxiliares. Os auxiliares do guia, nem sempre, são auxiliares conscientes. Às vezes, são inconscientes. Um espírito obsessor, por exemplo, pode servir de auxiliar para um guia mediúnico. Ele deixa que o espírito se aproxime do médium, que o espírito envolva o médium. Mas ele deixa que aquilo ocorra, porque aquele espírito está servindo de instrumento para o desenvolvimento da mediunidade. E muitas vezes, o espírito guia permite a manifestação de espíritos brincalhões, espíritos “brejeiros” como se costuma dizer, através do médium. Por quê? Porque também esses espíritos, na sua tentativa de envolvimento e de manifestação, contribuem para um melhor desenvolvimento do médium.

A mediunidade é um processo e este processo tem que seguir as etapas sucessivas do seu desenvolvimento. Naturalmente que os espíritos guia sabem quais as medidas a tomar, quais os elementos de que eles podem dispor. Os elementos auxiliares conscientes são espíritos inferiores ao guia, espíritos ainda mais ligados ao nosso plano humano, mais ligados às nossas maneiras de ver, de encarar os problemas, mas que sabem, que estão conscientes de que o trabalho deles é desenvolver a mediunidade do médium. Acredito que não haja maior trabalho de paciência, do que acompanhar o desenvolvimento de um médium difícil. É preciso muita paciência. Porque naturalmente ele dará, muitas vezes, comunicações de difícil compreensão, e colocará problemas que na realidade não existem, que existem apenas no seu psiquismo. Mas, a pessoa que tiver paciência com o médium e for trabalhando com ele com compreensão, procurando a ajudá-lo, será compensado depois, porque o desenvolvimento poderá atingir um grau bastante elevado. Em todos esses processos é necessário não nos esquecermos de que temos que fazer como o jardineiro, como dizia Tagore, fazer como o jardineiro que vai auxiliando a planta a crescer. Daí, o engano de muitos pesquisadores, tanto no campo científico como fora do campo científico, que tiveram grandes decepções com a mediunidade e saíram maldizendo o Espiritismo e maldizendo a mediunidade. Entretanto, deviam maldizer-se, antes, a si mesmos pela sua incapacidade, a sua falta de perseverança, de paciência e de estudo.

Kardec assinala isso muito bem, quando diz: é estranho que certos cientistas queiram que esses fenômenos mediúnicos obedeçam a eles. Eles querem submeter o médium ao seu capricho. Ora, homens de ciência deviam compreender que eles não podem mandar nos fenômenos naturais. Se eles quiserem realmente fazer ciência, eles têm de obedecer à Natureza, têm que se submeter às leis que regem os fenômenos. Se não se submeterem a essas leis, não poderão, nem sequer, obter os fenômenos ou analisar os fenômenos que pretendem estudar e pesquisar. Assim, diz Kardec, é como ocorre no campo da mediunidade. O cientista que se coloca diante de um médium, deve se lembrar da maneira com que trata os fenômenos da sua especialidade científica. E se ele se lembrar disto, é o quanto basta. Ele irá tratar esses fenômenos que ocorrem com aquele médium desta mesma maneira e obterá os resultados necessários. Mas aquele que se precipita, aquele que, logo nas primeiras manifestações titubeantes de um médium, já vê a mistificação e então condena o médium sem ao menos saber, está matando o fenômeno no nascedouro, está liquidando com a fenomenologia. E aí, não vai conseguir coisa alguma, não conseguirá mais. Porque naturalmente, dali por diante, ficará com desconfiança permanente contra o médium. Quando nós lidamos com a criatura humana, como diz Kardec... Graças a Deus, Kardec era um professor, era um pedagogo, um homem que tinha a possibilidade do conhecimento da criatura humana, para poder ensinar, como ele dizia. Graças a Deus, Kardec como pedagogo pôde ver isto com muita nitidez. Não foram os espíritos que disseram isso a ele. Ele mesmo com a sua experiência, com a sua profunda experiência no campo da educação, ele foi compreendendo esses problemas e viu a necessidade de observar os fenômenos mediúnicos com muito cuidado, com muita atenção.

Passamos agora à preparação. Uma vez desenvolvido o médium, quer dizer, uma vez o médium já dando comunicação, é preciso que nós agora tratemos da sua preparação. A preparação, entretanto, não requer, não tem nenhum mistério. Não tem nenhum mistério, a preparação. A preparação é apenas um cuidado no sentido de orientação do médium.

Esse cuidado pode ser desenvolvido e precisa ser desenvolvido em três pontos: o teórico, o moral e o espiritual.

O médium precisa preparar-se teoricamente, ele precisa conhecer o que é mediunidade, ele precisa estudar. Se ele não estudar, ele ficará naquela situação dos médiuns selvagens que não conheciam nada e que e atribuíam tudo ao sobrenatural. Então eles eram verdadeiros joguetes dos espíritos. Mas o médium civilizado é o médium que tem recursos de aprendizado e ele precisa aproveitar esses recursos, ele tem de estudar. O livro dos médiuns é o livro básico para o estudo da mediunidade. Existem muitos livros sobre a mediunidade. Kardec havia publicado um livrinho chamado Instruções práticas sobre as manifestações mediúnicas, antes da publicação de O livro dos médiuns . Foi um livro que tinha uma finalidade de manual, de fácil estudo, rápido estudo e fácil apreensão daquilo que estava escrito. Entretanto, quando ele publicou O livro dos médiuns, ele cancelou este livrinho. Ele disse não, não devemos mais voltar às Instruções Práticas, porque nós já temos agora O livro dos médiuns que é um tratado mediúnico. Então, o tratado mediúnico supera aquele pequeno livro e basta que o médium leve mais a sério, a sua mediunidade. Ele tinha razão, ele cancelou esse livro.

Entretanto, sessenta anos mais tarde Jean Meyer, que era o presidente da Casa dos Espíritas em Paris, voltou a editar este livrinho de Kardec. E por que voltou? Ele Meyer, ele mesmo explicou: Vou publicar de novo este livrinho de Kardec, porque O livro dos médiuns é realmente um tratado, mas a leviandade que grassa no meio espírita é tão grande, que a maioria das pessoas prefere ler livros improvisados, de pessoas inexperientes sobre mediunidade, achando que O livro dos médiuns é muito difícil. Então preferem livrinhos mais simples e, com esses livrinhos mais simples, eles aprendem uma porção de coisas que não são verdadeiras, que não são legítimas, que não orientam, que não servem para orientar. Então eu volto a publicar Instruções práticas sobre as manifestações mediúnicas, de Kardec. E quando se lê hoje Instruções práticas, vê-se ali que está o resumo prévio de O livro dos médiuns. Antes de fazer O livro dos médiuns, ele já fez um esquema, um esquema que representa hoje um resumo de O livro dos médiuns que é esse, Instruções práticas... Este livrinho só teve no Brasil uma tradução feita por Cairbar Schutel e publicada em Matão e que depois desapareceu também. Mas tem atualmente a sua inclusão no livro Iniciação espírita de Allan Kardec da editora Edicel. É a única edição que tem esse livro, Iniciação ao espiritismo, porque nesse livro se reúnem os três livros de introdução à Doutrina que foram feitos por Kardec.

Primeiro o livro O espiritismo em sua mais simples expressão, que é o que há de mais simples sobre o Espiritismo. Mas foi escrito pelo próprio Kardec, dando um esquema geral da doutrina e preparando, assim, a pessoa para entrar depois em O livro dos espíritos. Além desse livrinho, muito pequeno, também já existe no Brasil, nunca foi traduzido. Só agora foi traduzido para este livro da Edicel.

Além disso, temos O que é o espiritismo. Muitas pessoas estranham que, neste livro, não tenha aparecido O principiante espírita. Não apareceu simplesmente pelo seguinte: porque O principiante espírita é, apenas, nada mais do que a edição da segunda parte de O que é o espiritismo, [isso] porque a Federação Espírita Brasileira separou O que é o espiritismo e publicou como O principiante espírita. Então quando se publica O que é o espiritismo, ele já foi publicado neste pequeno [volume] porque, na verdade, Kardec não publicou nenhum livro com esse título: O principiante espírita. Publicou só O que é o espiritismo. E além desses dois livros, O espiritismo em sua mais simples expressão e este, O que é o espiritismo, o livro Iniciação espírita contém esse outro, Instruções práticas sobre as manifestações mediúnicas... [A partir daqui e até o final, o arquivo se torna inaudível].

 

 

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Entretanto, sessenta anos mais tarde Jean Meyer, que era o presidente da Casa dos Espíritas em Paris, voltou a editar este livrinho de Kardec. E por que voltou? Ele Meyer, ele mesmo explicou: Vou publicar de novo este livrinho de Kardec, porque O Livro dos Médiuns é realmente um tratado, mas a leviandade que grassa no meio espírita é tão grande, que a maioria das pessoas prefere ler livros improvisados, de pessoas inexperientes sobre mediunidade, achando que O Livro dos Médiuns é muito difícil. Então preferem livrinhos mais simples e, com esses livrinhos mais simples, eles aprendem uma porção de coisas que não são verdadeiras, que não são legítimas, que não orientam, que não servem para orientar. Então eu volto a publicar Instruções Práticas sobre as Manifestações Mediúnicas de Kardec. E quando se lê hoje Instruções Práticas, vê-se ali que está o resumo prévio d’O Livro dos Médiuns. Antes de fazer O Livro dos Médiuns, ele já fez um esquema, um esquema que representa hoje um resumo d’O Livro dos Médiuns que é esse, Instruções Práticas. Este livrinho só teve no Brasil uma tradução feita por Cairbar Schutel e publicada em Matão e que depois desapareceu também. Mas tem atualmente a sua inclusão no livro Iniciação Espírita de Allan Kardec da editora Edicel. É a única edição que tem esse livro, Iniciação ao Espiritismo, porque nesse livro se reúnem os três livros de introdução à Doutrina que foram feitos por Kardec.

Primeiro o livro O Espiritismo em sua Mais Simples Expressão, que é o que há de mais simples sobre o Espiritismo. Mas foi escrito pelo próprio Kardec, dando um esquema geral da doutrina e preparando, assim, a pessoa para entrar depois n’O Livro dos Espíritos. Além desse livrinho, muito pequeno, também já existe no Brasil, nunca foi traduzido. Só agora foi traduzido para este livro da Edicel.

Além disso, temos O Que é o Espiritismo. Muitas pessoas estranham que, neste livro, não tenha aparecido O Principiante Espírita. Não apareceu simplesmente pelo seguinte: porque O Principiante Espírita é, apenas, nada mais do que a edição da segunda parte de O Que é o Espiritismo. Porque a Federação Espírita Brasileira separou O Que é o Espiritismo e publicou como O Principiante Espírita. Então quando se publica O Que é o Espiritismo, ele já foi publicado neste pequeno porque, na verdade, Kardec não publicou nenhum livro com esse título: O Principiante Espírita. Publicou só O Que é o Espiritismo. E além desses dois livros, O Espiritismo em sua Mais Simples Expressão e este, O Que é o Espiritismo. O livro Iniciação Espírita contém esse outro, Instruções Práticas sobre as Manifestações Mediúnicas... [A partir daqui e até o final, o arquivo se torna inaudível].

 

 

Segundo a Doutrina Espírita, Deus criou dois elementos fundamentais: o elemento material e o elemento espiritual. Eles deram origem a todos os corpos, seres e substâncias do Universo.

O Livro dos Médiuns, Segunda Parte, Cap. XIV.

O Livro dos Médiuns, Segunda Parte, Capítulo XVIII.

A mediunidade em si não leva à perturbação, mas esta pode ocorrer por alguns fatores como o desequilíbrio emocional ou o desconhecimento sobre a própria mediunidade e seus mecanismos.

Rabindranath Tagore (1861-1941). Escritor, poeta e músico indiano. Prêmio Nobel de Literatura em 1913.

Maria Tecla Artemisia Montessori (1870-1952). Educadora, médica e pedagoga italiana.

Jean Meyer (1855-1931). Filósofo, escritor, pesquisador e filantropo suíço.

Cairbar de Souza Schutel (1868-1938). Divulgador espírita, escritor, político, farmacêutico e filantropo brasileiro.

Atualmente esta compilação tem como título Introdução ao Espiritismo, Organização e Notas de J. Herculano Pires , publicado pela Editora Paideia.


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