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APREENSÕES E CONFLITOS
Francisco Cândido Xavier

Em nossas tarefas da noite reuniu-se, como que de propósito, grande número de irmãos inconformados. Muitos vinham de longe, de cidades tão distantes umas das outras, mas com o mesmo problema: apreensões e conflitos.

Conversamos todos, em diálogo fraterno, sobre várias soluções que a vida nos oferece. Quando começou a reunião, propriamente dita, O evangelho segundo o espiritismo nos ofereceu, para estudos e reflexões, a página confortadora de item 7 do seu capítulo IX, sobre a paciência.

Lembrança de companheiro foi a mensagem que recebemos no final de nossas atividades.

LEMBRANÇA DE COMPANHEIRO
Emmanuel

Quantas vezes rogais orientação nas experiências da vida!

Frequentemente bateis à porta da espiritualidade carreando aflições e desgostos, qual se estivésseis esmagados por pedras de desespero. Entretanto, na maioria das ocasiões, o remédio providencial para a supressão disso já vos enriquece o conhecimento.

Quem de nós desconhecerá o impositivo da paciência, diante dos processos de inquietação que nos assaltam as sendas evolutivas?

Tão simples a indicação – objetar-se-á –, que a lembrança nada mais expressa que o óbvio, tão fatal no caminho de todos quanto o ramerrão do cotidiano.

Aquilo, porém, que está claro, nem sempre é o mais fácil de se fazer.

A prática do bem é luz indispensável à conquista da felicidade. Todos sabemos disso. Todavia, quem de nós já consegue acendê-la sem sacrifício?

O auxílio espontâneo ao próximo é base de segurança. Isso é irrecusável. No entanto, quanto tempo despenderá ainda no aprendizado integral de semelhante lição?

Em todos os obstáculos por vencer e em todas as sombras por extinguir – engajemos a paciência a serviço do coração. Paciência em tolerância e entendimento, perante todas as provas e lutas que o mundo nos ofereça.

Na Terra, o progresso, na ordem material de vossas realizações, pode seguir vertiginosamente pelas avenidas da inteligência. Entretanto, sem o lubrificante da paciência, na máquina de nosso relacionamento uns com os outros, a velocidade no plano físico, muito comumente, nada mais fará que ressecar as engrenagens da vida, precipitando-vos, muitas vezes, em desequilíbrio ou desastre, estafa ou perturbação.

*

Se aspirardes a encontrar diretrizes seguras que vos garantam a estabilidade do lar ou do grupo social a que pertenceis, se almejais obter o máximo rendimento do trabalho em vossas mãos, se quiserdes realmente apoiar os entes queridos e se efetivamente desejais viver com tranquilidade e produzir abundantemente, cultivai a paciência à frente de tribulações e problemas que se vos repontem da estrada, sejam quais forem, de vez que unicamente no exercício incessante da paciência é que descobriremos dentro de nós o território da paz, no qual edificaremos, por fim, o reino imperecível do amor.

NO TRÂNSITO DA VIDA
Irmão Saulo

Emmanuel nos lembra que o trânsito da vida exige cuidado e atenção. Os sinais desse trânsito assemelham-se aos do trânsito de veículos. Quando temos pela frente o sinal verde podemos avançar tranquilos, mas nem por isso menos vigilantes. Quando surge o sinal amarelo da inquietação, devemos esperar. Mas quando o sinal vermelho da impaciência nos barra violentamente o caminho, só nos resta parar, olhar com atenção para os lados, examinar a frente e a retaguarda, medir nossa posição e não nos precipitarmos em protestos e reclamações. Porque o trânsito, afinal, deve ter as suas regras, para que todos possam transitar em segurança. A confusão do trânsito só pode prejudicar a nós mesmos e aos outros.

Estamos no século da velocidade e não gostamos de perder tempo. Emmanuel nos adverte, porém, que a velocidade resseca as engrenagens do veículo. O guincho rascante das ferragens traduz-se em angústia e aflição, quando se trata do veículo do corpo em seus atritos com os anseios da alma. Podemos cair em desequilíbrio, provocar um desastre, entregar-no à estafa ou à perturbação. Tudo isso por falta do lubrificante da paciência, que podemos obter ao bom preço de um pouco de tolerância e compreensão.

Agitamo-nos porque as horas passam depressa e a vida é curta. Mas, quanto mais nos agitamos, mais aceleramos as horas e encurtamos a vida. A palavra paciência tem origem na expressão latina patientia, que deriva de pati, sofrer, suportar o sofrimento. Isso talvez nos ajude a compreender o seu sentido. Se não suportamos com calma o que nos faz sofrer (ou os que nos fazem sofrer), faltamos com o bom senso e com a caridade. Os que nos fazem sofrer estão sofrendo, seja por ignorância ou por maldade, e num caso como no outro, temos para com eles o dever moral da fraternidade.

Não vivemos isolados, mas em sociedade, e se queremos a paz e a felicidade, temos de ajudar os outros a encontrá-las. Isso não é fácil, bem o sabemos. O próprio Job, símbolo da paciência, amaldiçoou e blasfemou nas suas provas. Mas a paciência é uma conquista que temos de realizar por meio da compreensão e do amor. Quem não ama, não espera e nada suporta.

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