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CASAIS MENOS FELIZES
Emmanuel • psicografia de Francisco Cândido Xavier

Se encontraste a felicidade no lar tranquilo, no instante de julgar os companheiros em conflito no casamento, guarda-te em silêncio, se não podes louvá-los em algum ângulo da experiência que atravessam.

Já que conseguiste preservar a essência do amor nos fixadores da amizade e da ternura sem mescla, compadece-te daqueles que, de um momento para outro, se reconheceram defrontados por incompatibilidade e perturbação.

Efetivamente, anotaste-lhes os erros prováveis e lhes viste as atitudes aparentemente impensadas ou inseguras; no entanto, não lhes enxergastes os obstáculos e lágrimas, ansiedades e angústias, na gênese do drama doméstico em que se lhes arrasam as forças e do qual agora talvez consigas observar somente o fim.

*

Quantos de nós carregamos pesados grilhões de culpas adquiridos em existências passadas? Quantos compromissos teremos relegado para trás, reclamando-nos atenção e pagamento?

Entretanto, quando colocados uns à frente dos outros, nos bastidores caseiros da Terra, por impositivos da reencarnação, comumente fugimos de solucionar os problemas e ressarcir os débitos que nós mesmos criamos.

Que o dever é dever não padece dúvidas, todavia, em muitas ocasiões não dispomos da força necessária para cumpri-lo.

E, se no mundo encontramos, por vezes, credores humanos e generosos que nos aguardam com paciência, que dizer do Senhor, cuja justiça se erige em bases de infinita misericórdia?

*

Se te observas feliz nos laços conjugais, é razoável que não aplaudas aquilo que te pareça desequilíbrio, embora nem sempre o seja, mas não censures os companheiros que a provação vergasta e o desajuste domina.

Em lugar disso, ora por eles e abençoa-os, sem recusar-lhes o apoio e a simpatia de que se mostrem necessitados. Tanto nós, quanto eles, estamos entregues à bondade de Deus e, em matéria de ajustamento aos imperativos do amor, nenhum de nós, na Terra, por enquanto, consegue saber com certeza se ainda hoje será para nós o dia de receber auxílio ao invés de auxiliar.

JUSTIÇA E MISERICÓRDIA
Irmão Saulo

Se não aceitarmos a reencarnação poderemos admitir logicamente a justiça de Deus? Ou preferimos rejeitar o próprio Deus, ignorar-lhe ou negar-lhe a existência? A tese da reencarnação é um desafio para os povos do Ocidente, onde prevalece, através de longa tradição religiosa, a ideia da unicidade da existência. Hoje, porém, cientistas empenhados na solução dos problemas psicológicos, que atormentam cada vez maior número de pessoas, dedicam-se a investigações nesse campo.

Seria possível obtermos a prova científica da reencarnação, dentro das rígidas exigências metodológicas da ciência? Ian Stevenson, diretor do Departamento de Neuropsiquiatria da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos – que não é espírita nem reencarnacionista – já examinou mais de 500 casos de possíveis reencarnações, chegando a algumas conclusões curiosas. Em seu livro 20 casos sugestivos de reencarnação aparecem dois casos de reencarnação observados no Brasil.

Na própria Rússia os cientistas se interessam pelo assunto. O prof. Vladimir Raikov, da Universidade de Moscou, é um dos expoentes da pesquisa sobre “memória extracerebral”. O prof. Banerjee, que esteve entre nós, é o mais conhecido dos pesquisadores indianos. Essa abertura científica, de âmbito mundial, no campo da reencarnação, revela que o problema já deixou de ser apenas religioso. E a própria existência das pesquisas no plano universitário responde às dúvidas quanto ao problema metodológico. Na verdade, o avanço atual das ciências em direção à metafísica, ou pelo menos à parafísica, modificou e modificará cada vez mais a rigidez dos dogmas metodológicos, tornando possível o esclarecimento de problemas até a pouco considerados fora de cogitação científica.

A crise da família, que é apenas uma parte da crise geral do mundo contemporâneo, encontra explicação satisfatória à luz do princípio da reencarnação. Desentendimentos entre casais, rebeldia dos filhos, descontrole de outros elementos familiais podem ter sua origem nas vidas anteriores. Por sinal, foi esse o motivo que levou Ian Stevenson, segundo suas próprias declarações, a iniciar as investigações sobre a reencarnação. Não encontrando explicação possível, nem qualquer teoria aceitável para explicar anomalias estranhas no lar de vários de seus clientes, o conhecido neuropsiquiatra norte-americano resolveu corajosamente aceitar a teoria da reencarnação como hipótese de trabalho. A insistência das mensagens psicográficas no tocante à reencarnação e suas consequências não é, portanto, absurda. A mensagem de Emmanuel, ora considerada, encontra apoio no interesse atual dos cientistas pela reencarnação.

PINGA FOGO POR DENTRO

Chico Xavier escreve-nos contando que no primeiro Pinga Fogo de que participou, no canal 4, Emmanuel esteve sempre ao seu lado:

“Emmanuel conseguiu controlar-me para, ele mesmo, unido a mim, numa simbiose em que eu estava semiconsciente, responder ou fazer-me responder às perguntas que iam surgindo. Ainda não sei bem como se desenrolou tudo aquilo que, de modo completo, só consegui ver na reprise aqui em Uberaba.

Claramente por mim – ou melhor – conscientemente, só estive, eu mesmo, no Pinga Fogo, no instante em que o nosso caro Emmanuel se afastou alguns momentos, para que eu contasse o caso do avião. E, no fim do programa, quando finda a mensagem do poeta Cyro Costa, ele, Emmanuel, me permitiu entrar em contato com minha mãe desencarnada. Então, por mais que eu reagisse, não pude reprimir as lágrimas.”

(No ano de 1971 Chico Xavier participou de dois memoráveis Pinga Fogo da televisão Tupi, canal 4 – São Paulo, em julho e dezembro.)

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