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SEGURANÇA E PAZ

Francisco Cândido Xavier

O comentário dominante em nossas conversações, horas antes da reunião pública, referia-se à necessidade de preservarmos a segurança como fator de paz em nossas organizações de serviço, seja em casa ou no grupo social, nas instituições ou nos lugares de ordem geral.

Tantas situações difíceis encontramos e tantas lutas espirituais surpreendemos nas atividades do cotidiano, que indagávamos qual a melhor maneira de acertar com o caminho natural para as atitudes de equilíbrio que nos competem. Conduzidos à reunião, com surpresa notamos que O evangelho segundo o espiritismo nos oferecia o item 7 do capitulo IX para estudo e interpretação.

Vários amigos expressaram conclusões valiosas quanto os textos. E, no término dos trabalhos, o nosso caro Emmanuel escreveu a página que passo às suas mãos, com o nosso desejo de tê-la com os seus apontamentos doutrinários, com os quais vamos estudando a nossa redentora doutrina no Diário de S. Paulo.

PREPARAÇÃO GRADATIVA
Emmanuel

Melancolia, saudade, carência afetiva, solidão, angústia: palavras chaves que designam a dor daqueles que perderam a companhia de seres queridos, arrebatados pela desencarnação.

Se essa prova te senhoreia o espírito na Terra, não configures os entes amados, transferidos para outras dimensões da vida, qual se fosse a vestimenta inútil confiada ao cofre de cinzas.

Aqueles que se desenfaixaram do envoltório físico não morreram. Seguiram à frente, no rumo da estação a que te destinas.

E, na maioria dos casos, surpreenderam tantas exigências de renovação, a par de tantas maravilhas que, habitualmente, tudo fazem para que se te dilate a demora no plano de matéria mais densa, a fim de que não lhes sigas os passos, na base da inexperiência.

Compreendemos o pesar de tantas criaturas sensíveis e afetuosas que acalentam a ideia de deserção, quando se sentem lesadas pela falta daqueles que as precederam na morte. Entretanto, de outra margem da vida volvem os que partiram, na decisão de sustar-lhes o anseio indébito, auxiliando-as na preparação necessária perante o futuro.

Se te despedistes de corações queridos, agora domiciliados no mais além, não te creias vítima de esquecimento por parte de quantos te foram no mundo âncora e benção.

Prossegue oferecendo-lhes paz e amor, atendendo quanto possível, à extensão do bem que estimariam continuar edificando em teu campo de ação. E conserva a certeza de que, enquanto lhes honorificadas a memória, junto dos homens, eles, igualmente, continuam realizando o máximo, em teu favor, não somente sustentando-te as forças, no dever a cumprir, como também organizando, a pouco e pouco, em ti e fora de ti, o clima adequado à vida nova, que te aguarda no mais além, a fim de que te ajustes com segurança às benções do porvir.


(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 20/02/1976, em Uberaba, MG)

AS VIAS DO PROGRESSO
Irmão Saulo

Estamos na era de velocidade e as vias do progresso exigem de nós alguns acréscimos de virtudes. Ao lado do velho ideal de paciência de que nos fala Emmanuel, temos de aprimorar a capacidade de visão, de raciocínio rápido e de ação imediata. A calma interior precisa conjugar-se com a coragem de tomar decisões sem perda de tempo para superarmos perturbações e obstáculos.

Para evitar choques destrutivos, temos de ver se manobras protelatórias não favorecerão a desvatação dos destruidores. Nosso entendimento exige bases seguras de conhecimento e lealdade, para não cairmos na traição dos nossos próprios ideais. Se não medirmos os limites da tolerância com a régua do dever podemos acumpliciar-nos no crime.

Lamentar as crises não resolve nada, mas convém analisá-las com espírito crítico, sem o medo teológico das punições. Para vencer na causa do bem não podemos fechar os olhos ao mal ou tentar negá-lo.

Quando Emmanuel aconselha-nos paciência e amor, refere-se a uma dessas conjugações necessárias em nossos dias. Mas o amor tem os seus graus e as suas formas de aplicação. No item 7 do cap. IX de O evangelho segundo o espiritismo, o exemplo de Cristo é o nosso modelo. Vemos nos Evangelhos que Jesus, amando todas as criaturas, impediu a lapidação da mulher adultera e perdoou a Zaqueu os seus roubos, mas nunca deixou de corrigir com veemência os erros conscientes dos fariseus e doutores da lei.

Várias vezes desencadeou conflitos no templo para despertar a consciência dos que a abafavam nas malhas da conveniência, pondo em perigo o esclarecimento e a orientação espiritual do povo.

Kardec explicou, no Evangelho, as diferenças existentes entre o amor que temos por um amigo e o que podemos dar a um inimigo. O espiritismo é realista e não nos aconselha a esquecer que o mal predomina na Terra.

O dever de vigiar e orar deve lembrar-nos que não vivemos no céu, mas num mundo de provas e expiações. Se quisermos realmente seguir as vias do progresso, não podemos esquecer as virtudes viris da vigilância.

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