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GUERRAS E AFLIÇÕES
Francisco Cândido Xavier

A nossa reunião pública, integrada por vários grupos de companheiros, teve por tema central a questão 745 de O livro dos espíritos. Os comentaristas presentes falaram sobre os quadros aflitivos das guerras do passado e daquelas que ainda hoje acontecem no mundo. Figuras destacadas dos conflitos humanos foram lembradas. E o assunto como que envolveu todos os amigos presentes, suscitando opiniões diversas.

Ao término da reunião, foi o nosso caro Emmanuel quem escreveu os apontamentos finais da noite, na página Paz e amor.

PAZ E AMOR
Emmanuel

Lembra os que passaram no mundo, antes de ti, agindo e auxiliando para que a vida se fizesse melhor.

Por outro lado, reflitamos que não restam senão cinzas daqueles outros que instalaram ódio e vingança em si mesmos, perseguindo os próprios irmãos... Esses transitaram nos caminhos terrestres, disseminando viuvez e orfandade. Vestiram-se muitas vezes de ouro e púrpura, assinalando, porém, a retaguarda com as marcas infelizes do luto e da opressão. Foram considerados vencedores e, no entanto, desapareceram largando penúria e morte nos próprios passos.

Aqueles, porém, que te legaram o recanto acolhedor em que estagias no mundo, caminharam sofrendo e abençoando, desculpando e servindo. Considera tudo aquilo que possuis de bom e belo na própria alma e reconhecerás que as ideias mais elevadas te surgem da mente à maneira de fontes inspiradoras, jorrando diretrizes, através das memórias que te deixaram, semelhantes a mosaicos de luz.

Aqui, é a dedicação dos pais orientando-te os dias primeiros; ali, é a tolerância dos benfeitores que te apoiaram na escola; adiante, é o coração amigo que te deu a benção do afeto por mensagem de segurança; mais adiante, é o amor de alguém que partiu para a vida maior, hipotecando-te confiança e carinho; e, às vezes, mais além, é uma criança que te entregou o berço vazio, depois de pousar contigo por algum tempo, a doar-te, em beijos de ternura, os anseios da vida imperecível.

Não te aflijas pela obtenção de tarefas enormes.

Agradece a todos os que te proporcionaram os testemunhos de paz e amor com que sonhas entretecer o futuro melhor, e não esmoreças no trabalho de elevar e construir.

O Senhor não nos roga o impossível, mas espera sejamos, ainda hoje, a frase que reconforta, o silêncio que compreende, o abraço fraterno que levanta a coragem dos tristes ou o apoio dos que vagueiam ao desamparo.

Efetivamente, são ainda muito grandes as labaredas de inquietação que varrem a Terra. Observa, no entanto, que ninguém te reclama prodígios capazes de redimir o mundo de um instante para outro. E nem Deus nos pede espetáculos de grandeza. Onde estiverdes, estende o tijolo do amor que possas oferecer ao edifício da paz e, a fim de extinguir o incêndio das aflições humanas, dá teu copo de água fria.

O TIJOLO DO AMOR
Irmão Saulo

Tijolo a tijolo o homem constrói a sua casa, destinada a ser o seu refúgio no mundo. Ali dentro procurará desenvolver as intuições que traz da vida espiritual, na criação paciente do lar, no convívio amoroso da esposa e dos filhos. A casa é o seu ninho de amor. É o meio adequado à germinação das sementes divinas semeadas por Deus no seu coração. O ego solitário e duro como pedra, que caracteriza a individualização, será rompido como as lajes da calçada pelo poder sereno e suave da relva.

Primeiro a mulher que o atrai pelo magnetismo da espécie e, depois, os filhos, que o prendem pelos laços de afinidade, forçam naturalmente a expansão do seu egoísmo, que é o amor em semente, fechado em si mesmo. Como a semente, o seu ego se rompe e pelas brechas da casca o amor começa a germinar. É o processo de socialização que se desenvolve. Do lar o amor se expandirá para os demais familiares, para o meio social, para a humanidade.

Mas antes de atingir o grau superior do amor ao próximo, ensinado por Jesus, a planta em desenvolvimento se enroscará no muro ou na cerca e se enrolará como trepadeira espinhosa, defendendo o seu reduto. É a fase do sociocentrismo, do apego ao meio familiar e social, quando os outros não aparecem como nossos semelhantes, mas como estranhos. A reencarnação se incumbirá de romper mais essa barreira. E de casa em casa, de família em família, o homem se abrirá finalmente para a amplitude universal do amor.

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